Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ciro Barcelos é aclamado pelos jovens franciscanos em Xaxim  

31/01/2020

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Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo

 Xaxim (SC) – Cerca de 1.500 pessoas lotaram o ginásio de esportes São Francisco de Assis na noite desta quinta-feira, 30 de janeiro, para ver a estreia nacional do “Auto de São Francisco”, uma nova versão do “Musical Francisco de Assis” do ator e bailarino Ciro Barcelos e que ficou 12 anos em cartaz em São Paulo. Os 800 jovens que participam das Missões Franciscanas da Juventude, e que não conheciam o seu espetáculo, ovacionaram e emocionaram Barcelos nesta noite franciscana na cidade de Xaxim.

“Foi um tributo à simplicidade e ao talento, bem ao modo franciscano. Os aplausos entusiasmados serviram para demonstrar que a iniciativa encheu de alegria a noite dos jovens missionários e de todo o público presente na apresentação. Certamente, serviu para lançar as sementes do Evangelho no coração de nossa juventude”, avaliou o jornalista e Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella.

Emocionado no final do espetáculo, Barcelos agradeceu a presença do público, especialmente de Frei Diego Melo e deixou uma mensagem aos jovens. “Estou muito emocionado. Participei de muitos festivais de teatro, mas estou muito surpreso pela harmonia, pela paz, que está presente neste local. Por isso, agradeço muito por esta oportunidade. Pela minha experiência pessoal, digo a vocês: vão em frente! Sejam arautos de Deus, sejam arautos de São Francisco porque não há como descrever o que representa para nossas vidas esse amor, essa benevolência. Então, não desistam jamais!”, disse, agradecendo os dois atores que o acompanharam neste espetáculo: o músico e compositor André Perrini, que ganhou aplausos pelo aniversário, e Patrícia Barbosa.

Dois momentos deram um colorido especial a este “Auto de São Francisco”. Na representação do presépio, que Francisco fez em Greccio, Ciro Barcelos chamou os jovens para compor a cena de Natal e o Menino Jesus, o protagonista, brilhou como se esperava. Na verdade, o menino foi a pequena Angela Dervanoski, de apenas 6 meses, sobrinha de Frei Augusto Luiz Gabriel, e filha de Tatiana e Luciano Dervanoski. A pedido de Barcelos, ela voltou ao palco no final para brilhar mais um pouco.

Logo depois da encenação da morte de São Francisco, os atores saíram em procissão carregando estandartes com a icônica imagem de São Francisco de Cimabue. Vinte frades, com tochas nas mãos, acompanharam o cortejo dos atores, ovacionados pelo público.

Barcelos narra a história de Assis num estilo mambembe, brincante, e ao mesmo tempo interpreta Francisco com devocional cuidado. André no violão, e Patrícia na percussão deram o tom para Ciro interpretar as canções que se encaixam naturalmente na encenação. Segundo o ator, para viajar por todo o Brasil, optou por um elenco reduzido, que soube dominar todo o palco com rapidez, principalmente nas trocas de roupas ao interpretar os principais personagens da vida de Francisco de Assis.

Antes da estreia, Ciro não escondia uma certa preocupação porque não teve tempo de passar som e luzes com a equipe contratada pela organização do evento. Mas o profissionalismo e a experiência dos atores fizeram os pequenos problemas passarem como cenas do espetáculo.

Ciro também conhece bem a história de São Francisco de Assis, que acabou mudando sua vida. Segundo ele, quando morava e trabalhava em Roma, um dia foi para Assis e, depois de andar muito pela cidade, resolveu parar na Basílica de São Francisco. Quando rezava na tumba do santo de Assis, perdeu os sentidos e acordou sendo cuidado pelos frades. Perdeu a viagem para Roma e, quando passava por Santa Maria dos Anjos, viu que estava acontecendo um retiro vocacional para 100 pessoas. Convidado, ele acabou avisando seu trabalho que ficaria uma semana em Assis. Acabou ficando um ano e vivendo uma experiência marcante na cidade de São Francisco. No retorno ao Brasil, não deu sequência a essa experiência religiosa, mas sentiu que deveria mostrar a todos Francisco de Assis. A partir daí escreveu o Musical que ficou doze anos em cartaz em São Paulo. No Rio de Janeiro, apresentou o espetáculo na visita do Papa João Paulo II e acabou voltando para Assis dessa vez para representar o Santo que mudou sua vida. “Foi minha grande alegria”, confessou. Essa experiência também o motivou a escrever o livro “Caminho de Assis”, que autografou logo depois da apresentação em Xaxim.

Ciro Barcelos aprimorou a sua metodologia de trabalho através de estudos na área da psicologia como terapeuta corporal e através de vivências espirituais. Sua formação artística passa pelas escolas de teatro Martins Pena (RJ), Theatre du Silence (Paris), mimica com Marcel Marceau (Paris) Palhaçaria teatral. Na dança estudou balé clássico com as mestras russas Tatiana Leskova e Eugênia Feodorova. Integrou a companhia da coreógrafa Pina Bausch (Alemanha) e o Balé do Século XX de Maurice Bejárt (Bélgica). Cursou também a escola de balé do Teatro Opera de Paris. Viveu na Índia e Turquia onde se aprofundou nas técnicas de dinâmicas do autoconhecimento e libertação do ator.

Frei Diego agradeceu muito a Ciro Barcelos por ter aceitado o convite de se apresentar durante as Missões Franciscanas da Juventude e a Serata Laudato Si’, evento cultural da Ordem dos Frades Menores. Tanto que o espetáculo foi transmitido ao vivo pelo Facebook para diversos países, especialmente os de língua latina. Segundo Frei Diego, quando pensaram no convite a Barcelos, achavam que ele não aceitaria. “Mas bastaram dez minutos para ele entrar em contato e acertar todos os detalhes desta apresentação”, contou.

Frei Diego adiantou que Ciro está aberto a convites para apresentações em teatros, igrejas e cidades de todo o país. Basta um contato com ele nas redes sociais.


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