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Frei Hipólito Martendal: No “Caminho da Fé”

01/01/2019

Entrevistas

Frei Hipólito Martendal nasceu em Santo Amaro da Imperatriz (SC), no dia 13 de agosto de 1937. O caçula de 10 irmãos, filho de um franciscano da OFS, foi para o Seminário aos 13 anos. Ele afirma que a vocação franciscana, assim como outros capítulos em sua história, surgiu casualmente. Estudioso, é formado em Filosofia, Teologia e Psicologia. Neste ano, lançou o livro “O Caminho da Fé – Roteiro de estudo e reflexão”, publicado pela Editora Vozes, inspirado no curso “Escola da Fé”, ministrado na Paróquia Santo Antônio do Pari, em São Paulo.

Nesta entrevista, concedida a Érika Augusto, ele fala sobre sua vocação, seu ofício de professor e sua visão da Igreja na atualidade.

SITE FRANCISCANOS – Quando e como surgiu sua vocação?

Frei Hipólito – Minha vocação foi meio casual, sem muitas preparações. Foi na Paróquia de Santo Amaro, uma paróquia bem administrada, que tinha um grande pároco, Frei Fidêncio Feldmann, muito amigo do povo e de meu pai. A ideia inicial não era ser franciscano, mas ser padre. Tinha uns 13 anos quando entrei no seminário. Foi rápido. Depois da minha decisão, conversei com meu irmão e meu pai. Discretamente, meu pai topou a ideia sem manifestar entusiasmo. Ele não queria me influenciar em nada, pois era franciscano da OFS. Fizemos a entrevista com Frei Fidêncio. Ele gostou da ideia, deu dicas, falou dos Seminários de Rodeio, de Rio Negro e de Agudos. Este último estava em construção. No ano seguinte estava indo pro seminário. Ser frade franciscano foi um acidente. Os padres que conhecia eram franciscanos. Por sinal, eram excelentes franciscanos.

SITE FRANCISCANOS – O que o encantou na vida franciscana?

Frei Hipólito – O encantamento veio direto da figura de São Francisco. Aliás, uma das coisas em que tenho insistido é que a gente precisa conhecer as figuras, a vida dos santos. Ou você se encanta por Jesus Cristo ou sua vida cristã vai “fazer água” sempre. Ou você se encanta pela figura de São Francisco ou vai se fixar num aspecto ou outro. O encantamento de pessoa para pessoa é essencial. Isso dá muito mais consistência e segurança na relação. Isso é muito importante para enfrentar dificuldades, crises, pecados, misérias humanas, etc.

SITE FRANCISCANOS – Em quantos lugares o sr. já passou na Província?

Frei Hipólito – Fiquei sete anos em Guaratinguetá. Em 1974, fui para Petrópolis dar aula de Psicologia Pastoral, com Frei Ademar Spindeldreier, que faleceu em um acidente. Assumi a cadeira dele e fiquei por 13 anos. Depois, fui transferido para a Paróquia Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba (PR), que passava por uma situação delicada com a saída repentina do pároco. Lá fiquei por 9 anos. Depois fui para o Convento São Francisco, em São Paulo (SP), onde fiquei por quase 14 anos. Depois fiquei um pouco mais de um ano em Vila Velha (ES). De lá fui para o Santo Antônio do Pari, em São Paulo (SP), de onde vim para o Santuário Santo Antônio do Valongo, em Santos (SP), onde estou até o momento.

SITE FRANCISCANOS – Como surgiu o convite para ser professor?

Frei Hipólito – Eu não sou de muitas transferências. É um episódio bem gozado, também cheio de casualidades. Fui ordenado presbítero em 1965, antes de terminar a Teologia, como era normal na época. Fui entrevistado por Frei Raimundo Vier, o “headhunter” da época para futuros estudantes no Exterior. Ele me “pescou” para estudar História da Igreja em Roma. Em 1967 a turma foi transferida e fiquei em Petrópolis, porque iria para Roma naquele ano. Era assistente de História da Igreja Antiga, de Frei Ildefonso Silveira. Durante uns meses dei aula de Patrística. Estava tudo indo muito bem, quando, no final de agosto de 1967, Frei Walter Kempf me telefonou e perguntou: Frei Hipólito, você acha que em três dias pode estar em Guaratinguetá dando aulas de História, Geografia e Religião para o Seminário de Vocações Adultas? Porque o Frei Francisco Diegues teve um infarto e não pode mais trabalhar. E eu, metido, respondi, meio à queima-roupa: Acho que sim. Geografia e História eram meus “hobbies”, sempre foi um passatempo. Assim pude dar aula. Dois dias depois da ligação, estava em Guaratinguetá, dando aula para os seminaristas. E o meu projeto de Roma foi ficando para trás. Não tinha urgência, na verdade. Fui tapar um “buraco” e acabou funcionando bem.

SITE FRANCISCANOS – Como surgiu o interesse pela Psicologia?

Frei Hipólito – Sempre me interessei pela ciência. Enquanto estava em Guaratinguetá, surgiu a possibilidade de estudar Psicologia com os salesianos em Lorena (SP). Quando liguei para o Provincial falando que tinha passado no vestibular, ele me deu os parabéns e disse que a Província pagaria a bolsa de estudos. Ele ficou contente porque poderia ter causado problemas pelo fato de não ter ido a Roma, mas passou tudo em brancas nuvens. Acho que é para obedecer sempre, não somente quando é do seu interesse. Também não estava dando um pedaço da minha alma por este projeto. Meus sonhos estavam voltados ao nosso povo.

SITE FRANCISCANOS – E como uniu a Psicologia com o serviço religioso?

Frei Hipólito – Achava que a Psicologia devia “casar” muito bem com Pastoral. Não queria me transformar num psicólogo clínico, como acabei me tornando. Queria estudar Psicologia como uma ciência auxiliar do meu trabalho pastoral. Que, aliás, no fundo é isso. Hoje, principalmente. A Psicologia surgiu como uma fronteira nova para melhorar o relacionamento do pastor com a ovelha. Nos atendimentos de confissão ou orientação, de vez em quando, conforme o quadro, acabo atendendo clinicamente porque tenho preparo para isso. Você forma um quadro empático muito mais claro da situação da pessoa.

SITE FRANCISCANOS – Há alguma história interessante durante os estudos de Psicologia?

Frei Hipólito – Sim, poucos sabem que durante o curso fiz estágio na Embraer. Nós ficamos um semestre indo toda semana, e no final, recebi o convite para trabalhar lá. Choveu na minha horta quando não precisava de chuva. Foi de uma forma inusitada. O estágio era complicado, pois consistia no estudo de quatro cargos da Embraer e na elaboração de quatro baterias de testes para seleção de pessoal. Um trabalho enorme! Quando ficou pronto, eles me convidaram para uma entrevista. Disseram que iria entrevistar um candidato. Se ele fosse aprovado, seria contratado. Entrevistei um profissional diante de três pessoas do alto escalão. No fim, aprovei a pessoa e também fui aprovado pelos diretores. Eles estavam à procura de profissionais para trabalhar na área de Recursos Humanos. Ou seja, minha psicologia não era tão ruim!

SITE FRANCISCANOS – E com relação ao livro lançado recentemente? Como foi o processo de elaboração?

Frei Hipólito – Em 2011, Frei Gilmar José da Silva era pároco e guardião no Santo Antônio do Pari, onde morava. Numa conversa genérica, falando sobre o Ano da Fé, comentamos de fazer alguma coisa. Surgiu, não sei se foi da cabeça dele ou da minha, a ideia de um curso de catequese para adultos a fim de esclarecer a fé católica. Fizemos um plano, tinha até aula para os frades, mas apenas os leigos acabaram participando. Foram 70 aulas no total, que também foram publicadas no site da Província. Outra casualidade foi escrever o curso. Apenas em 1973, quando lecionei dois semestres de aula na Escola Militar da Aeronáutica, escrevia minhas aulas, quatro ou seis laudas por aula, mimeografadas, pensei: “Para os militares, você escreveu as aulas. Agora para Ele (Deus), você também vai escrever estas aulas”. Apresentei este material em CD para o Frei Volney Berkenbrock, da Editora Vozes, que se interessou e surgiu a ideia de escrever um livro de espiritualidade no lugar do texto das aulas. Foram seis anos de trabalho. No fim, o livro também surgiu casualmente.

SITE FRANCISCANOS – O que lhe atrai na pessoa de Jesus Cristo?

Frei Hipólito – As duas figuras de Cristo que me encantam é o Cristo sacerdote e o Cristo Pastor. Nas celebrações, tudo tem a ver com Cristo sacerdote. A Igreja é o corpo-vivo através do qual Ele atua e você é o ministro, é o escolhido, “ad hoc”, nessa ou naquela celebração. É importante, antes de fazer um batizado, por exemplo, agradecer a Ele o fato de ter lhe escolhido para atuar no lugar d’Ele, para que seja um bom instrumento. Quando vou atender uma confissão, um doente, um pobre, é o Cristo Pastor. É preciso agradecer por ter sido chamado, para que Cristo Pastor exerça sua função através de mim. Isso é uma ajuda fantástica para você fazer o melhor. E não, nunca, aceitar fazer de qualquer jeito. Para mim, nesse sentido, as duas coisas mais abrangentes e difíceis foram a conversão: lidar com o pecado, com as misérias pessoais, ter que enfrentá-las, olhar para elas. Aí vem o Cristo Bom Pastor, para cuidar de si. A segunda coisa foi ser capaz de rever todo o seu trabalho pastoral até aqui e renovar o seu trabalho. Ser melhor padre, melhor pastor, melhor cristão.

SITE FRANCISCANOS – Para o sr., qual a importância do Concílio Vaticano II para a Igreja hoje? Quais foram as principais contribuições?

Frei Hipólito – O Vaticano II foi o rompimento de uma imobilidade histórica. A Igreja estava literalmente engessada, num clericalismo doentio, com o uso de poder muito forte. Com o Vaticano I, declarou-se a infalibilidade do Papa, um capítulo nunca bem engolido. A Igreja era o poder e o povo via isso. Faltava esta Igreja mais pobre e mais voltada para o pastoreio. Ela encarnou com muita facilidade Cristo Rei, mas Cristo Bom Pastor nem tanto. O papel do Cristo é o do Rei-Pastor, ou do Pastor-Rei, como quiser. Mas sem isso, nunca se chega perto da figura real de Cristo. Nesse sentido, o Vaticano II foi um rompimento desse engessamento histórico, sem dúvida nenhuma. Eu não tive no livro uma preocupação especial com o Vaticano II. A minha preocupação era mostrar o quanto a Doutrina da Igreja é linda.

SITE FRANCISCANOS – De modo geral, como o sr. vê a iniciação cristã na Igreja do Brasil hoje?

Frei Hipólito – Eu sou suspeito, porque sempre fui crítico. A Igreja tem muitas atividades, instituições, ministérios, papéis, apostolados. Quando chegamos numa igreja, somos recebidos por ministros da acolhida, mas nem sempre sabem acolher. Vejo muita falha nas comunidades. A iniciação cristã é muito fraca. Pega-se um adulto, dão-se três ou quatro aulas e pronto.

SITE FRANCISCANOS – E qual seria o ideal?

Frei Hipólito – O ideal seria, em primeiro lugar, seduzir a pessoa para nosso modo de vida, envolvê-la nas coisas aos poucos, dar uma formação mais sólida, numa caminhada mais longa. O conhecer é essencial para admirar. Não é converter à Igreja, é converter a Jesus Cristo, em primeiro lugar. Aí vem o nosso modo de ser. Nós somos um modo de ser entre muitos. Eu tenho plena convicção que é o melhor deles. Nenhuma Igreja tem a riqueza da Igreja Católica. Não estou dizendo com olhar triunfalista, mas de alguém que conheceu, através de aulas, estudo, meditação. Esse livro para mim foi um excelente trabalho de reflexão e meditação. Ele me fez um bem enorme, porque hoje percebo que meu trabalho pastoral, mesmo a pastoral de manutenção, a tal pastoral sacramentalista, como dizem com certo desprezo, você pode fazê-la muito melhor e tocar muitas pessoas.

SITE FRANCISCANOS – Como acontece na prática, por exemplo?

Frei Hipólito – Isso é uma coisa que ainda quero escrever: a compreensão empática e os sacramentos. Uma criança que tem poucos meses, cinco a sete meses, vai ser batizada. Racionalmente, ela não entende nada, mas a vivência que ela tem pode ser melhorada. As primeiras vivências espirituais e religiosas têm que ser as melhores possíveis. Tenho este propósito, de tornar a coisa agradável. Transformar o ritual, o gesto físico, ungir a testa, o peito, num gesto de carinho, para que ela perceba que ela é querida. As crianças choram muito menos quando você tem esta consciência. Estas coisas têm muito a ver com o livro. É impossível fazer uma proposta desta importância para o povo se você não for capaz de fazer tudo para incorporá-la. Até onde você vai conseguir, isso a gente não sabe. Mas tem que ser uma preocupação constante.

SITE FRANCISCANOS – Qual a importância dos leigos na transmissão da fé?

Frei Hipólito – É total. O leigo vai gerar a vivência das convicções dele nas celebrações, ritos, nas orações em casa, nos valores de justiça, bondade, misericórdia, perdão. Isso tudo é vivido pelos leigos. O leigo é tudo! Ele é 99,9% da população da Igreja. Nós, clero, somos um pequenino grupo a serviço dele. Ou nós estamos a serviço dos leigos ou vamos plantar batatas. Não temos razão de ser, a não ser servir esta gente.

SITE FRANCISCANOS – Mas hoje em dia, nas comunidades, há um cenário diferente. O povo serve o clero, os leigos não fazem quase nada sem consultar o clero. Como mudar esta mentalidade?

Frei Hipólito – O clericalismo tem semelhança com o machismo. O pior machista, dentro de uma família machista, em geral não é o homem, mas a mulher. Ela incorporou de tal maneira o papel subserviente em relação ao todo-poderoso machista, que ela passa isso para os filhos. O grande problema não é converter o homem, mas a mulher, que é machista sem saber. O clericalismo é a mesma coisa. Muitos leigos não fazem nada sem consultar o padre. O pior é que os padres em geral gostam de ser consultados, que as coisas aconteçam conforme eles imaginam que devam ser. Uma falha seríssima na formação do clero é a falta de formação para o diálogo, para o trabalho em grupo. Vemos muitos padres e bispos fazendo trabalhos individualistas.

SITE FRANCISCANOS – Como o sr. vê as novas tecnologias?

Frei Hipólito – É importantíssimo. Uma das minhas falhas, que eu me acuso hoje, é não ter nenhuma página de pensamentos, de meditações, na internet. Seria importante. Se eu não fizer este ano, não faço mais. Mas as melhores coisas da minha vida começaram na década de 80. Essa pode começar também. Acredito que a tecnologia tem que ser usada com muito critério, porque ela está individualizando ainda mais o clero que já é individualista. Por incrível que pareça, nunca se comunicou com tanta facilidade e nunca se comunicou tão pouco. Eu sou um leitor mais ou menos voraz, leio todos os dias. Sinto-me mal quando fico sem ler nada. Vivo carregando as coisas: no ônibus, nas rodoviárias, metrô. O livro você lê onde quer, pode riscar. Acho o acesso muito mais rápido, mais fácil. O meu livro, por exemplo, foi escrito quase todo a mão. A Flávia e Santino, um casal excelente em computação, me ajudou. Eu fazia o trabalho a quatro mãos. Acabei ficando muito mal treinado sozinho. Mas preciso aprender. Para mim significa uma mudança de parâmetro, de estilo. Ler menos livros e ler mais numa telinha.

SITE FRANCISCANOS – Há hoje na Igreja uma forte corrente legalista, tanto litúrgica como dogmática. Como o sr. vê esta questão?

Frei Hipólito – Há uma página complicada da Psicologia Profunda e Religião, cuja tese é: quanto mais difícil a proposta religiosa, mais ela tende a atrair pessoas. Uma proposta que chega muito suave, “light”, muito bonita e festiva pode encher a igreja para a missa disso ou daquilo, mas não mobiliza. Eu não sei qual é a nossa proposta. Talvez nossa proposta esteja um pouco diluída, adocicada. O povo tem facilidade de gostar de rigorismos. Por exemplo, a dificuldade de conviver com outras religiões. Você percebe como é difícil mudar as convicções pessoais que já foram interiorizadas, passando a ser automático. Por exemplo, agora no Natal, Cristo se encarnou e tornou-se irmão de todos. Quem são todos? Os católicos, alguma Igreja Evangélica melhorzinha? Da Igreja Oriental Ortodoxa? Não, é de toda humanidade, todo ser humano. Também o bandido, o viciado, o ateu. O autor que estou lendo diz que Nietzsche é a mais piedosa das pessoas ímpias. Achei linda esta frase. Nietzsche declara a morte de Deus. Mas qual Deus ele diz que morreu? O Deus que a Igreja estava pregando, que as pessoas estavam querendo levar para frente. Não era o Deus encarnado em Jesus Cristo. Nietzsche, embora ateu, acabou fazendo um trabalho interessante, ajudando a consciência na nossa relação com Deus e da proposta que nós fazemos.

SITE FRANCISCANOS – Como o sr. vê o pontificado do Papa Francisco?

Frei Hipólito – É uma bênção do céu. Ele tem a rara pedagogia de dizer coisas de uma forma simples e ditas por muita gente, mas de uma forma diferente. A questão da autorreferencialidade, a Igreja em saída. Que “sacada” simples. Você, para amar uma pessoa do seu lado, se você não sair de si, você nunca será um amante razoável. Em todos os setores, seja o amor-conjugal, o amor-amizade, o amor-serviço. Amor-serviço, então, se você não esquecer de si, ele não existe. Interessante é que quase todo o meu livro foi escrito antes do Pontificado do Papa Francisco. E algumas pessoas encontraram traços e semelhanças com o que o Papa Francisco diz, porque as propostas têm que ser semelhantes. Uma pessoa que quer construir um trabalho a partir da figura fundadora de Jesus Cristo, pra valer, tem que ter semelhanças no discurso.

SITE FRANCISCANOS – Qual a contribuição que São Francisco traz aos jovens hoje?

Frei Hipólito – Tenho receio que nós, franciscanos, que somos porta-vozes da mensagem de Francisco, tenhamos dificuldade. São Francisco foi terrivelmente difícil. Ele pregou a minoridade, que é você ser pequeno e gostar de ser pequeno. O menor era uma necessidade para ele, porque o de cima não lavava o pé de quem estava abaixo dele. Como ele queria atender toda a gente necessitada, era preciso ser o menor, estar abaixo de todos. É uma das propostas que temos até receio de fazer, porque nos perguntamos até que ponto estamos conseguindo ser menores. Será que não há um pouco de incoerência propor algo que não se está vivendo? Eu digo o seguinte: você não precisa ter todas as virtudes que prega, mas precisa ter as principais e estar tentando, ao menos, esforçando-se, para progredir naquelas que você propõe ao povo.