Congregação fundada por Frei Orestes completa 50 anos
27/09/2018
As Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora de Fátima, celebraram, em Campos do Jordão, 50 anos de fundação. Embora os trabalhos com as crianças tenham começado em 1959, a Congregação recebeu a aprovação eclesiástica em setembro de 1968.
A Missa de ação de graças foi celebrada pelo bispo diocesano Dom Wilson Luís Angotti. Concelebraram, além do pároco Padre Beto, o Padre Antônio Marcos Girardi, primo-irmão de Frei Orestes e autor dos primeiros estatutos da Congregação, e Frei Clarêncio Neotti, que assumiu o acompanhamento da Congregação logo depois da morte de Frei Orestes (5 de agosto de 1988) e as acompanhou por 14 anos.
Hoje as Irmãs têm quatro casas em Campos do Jordão, três em Minas, duas no Paraná e uma no Rio de Janeiro. Sempre fiéis ao carisma primitivo: o cuidado de crianças carentes de zero a doze anos.
Por ocasião do cinquentenário, o Padre Antônio Girardi lançou o livro Convivi com um Santo, que pode ser adquirido por dez reais na SEA, rua Dr. Pereira Barreto 233, Vila Abernéssia, 12460-000 Campos do Jordão, SP.
AUSTERIDADE E ORAÇÃO
Frei Orestes Girardi nasceu na cidade de Nova Prata, RS, aos 6 de setembro de 1921, filho de Adolpho Girardi e Leonilda Tasso Girardi. Ele nasceu deficiente físico, deficiência essa que mais tarde lhe causou escoliose. Aos 10 de setembro de 1936 ingressou na Ordem dos Frades Menores, através do Noviciado de Rodeio (SC). Em 22 de novembro do mesmo ano recebeu o hábito franciscano de irmão menor e passou a se chamar Frei Orestes.
Em todos os lugares onde morou, e durante toda sua vida, sempre procurou viver uma vida austera, de profunda oração e doação. Era despojado e não media esforços para ajudar aqueles que procuravam por sua assistência. Humilde, pequenino, mas de grande força, vigor, resistência, determinação, coragem e fé.
Como franciscano tinha um profundo amor e respeito pela Eucaristia e para com os sacerdotes. Era um grande admirador da natureza, o colorido e a alegria das flores o levavam a reconhecer a presença de Deus na criação. Seu jeito de ser deixou grandes marcas em todos os lugares por onde passou.
Chegou a Campos do Jordão no ano de 1955 e recebeu a missão de cuidar da portaria do Convento e da sacristia. Logo percebeu que faltava muito para terminar as obras da Igreja Matriz: sacristia, altares, confessionários, alguns vitrais e os sinos. Os frades moravam nos fundos da Igreja, em cima da sacristia. Tudo era precário e provisório. E ainda se surpreendeu com o frio intenso.
Rapidamente, como nos outros lugares por onde já havia morado, prontificou-se a colaborar nas campanhas em melhoramento da igreja. A primeira campanha foi a dos três sinos, logo conseguiu também o relógio. Depois veio a campanha do novo altar, sendo um pouco mais fácil de ser realizada, pois o povo já tinha confiança em suas campanhas. Sendo um homem de grande sensibilidade e amor aos pobres, sua obra em Campos do Jordão voltou-se também aos mais necessitados, especialmente as crianças que ele encontrava, famintas e abandonadas, necessitadas de alimento, amor, atenção e educação, que a todo o momento batiam à porta do convento para pedir algo. Ele sentia que precisava fazer alguma coisa por estas crianças e suas famílias. Então, começou a dar catequese e orientá-las, reunindo-as na sombra de uma árvore. E a partir deste trabalho, em 1959, nasceu a SEA – Sociedade de Educação e Assistência Frei Orestes.
Seu sonho de ser sacerdote, apesar de tantos empreendimentos, desafios e surpresas do Espírito do Senhor, persistia. Conseguiu ordenar-se diácono no dia 12/03/72 em São Paulo. Na Igreja Matriz de Santa Teresinha, em 1986, Frei Orestes celebrou 50 anos de Vida Consagrada Franciscana.
Em 1988, ele conseguiu também a realização de dois sonhos: a aprovação da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora de Fátima pelo bispo Dom Antônio Afonso de Miranda no dia 13 de maio e. no dia 29, fez-se a entronização da imagem de Nossa Senhora de Fátima e dos três Pastorinhos, inaugurando o conhecido Trono de Nossa Senhora.
Frei Orestes estava com a saúde muito frágil mas não se deixava abater e continuava suas visitas e assistência aos pobres. Antes de falecer, no dia 5 de agosto de 1988, disse: “Não deixem as crianças passarem fome e nem frio”.