Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Ordenação presbiteral de Frei António Baza

10/01/2012

Notícias

Por Moacir Beggo

Filho de Maria Tereza e Eduardo Baza, Frei António é natural de Cabinda, onde nasceu em 25 de setembro de 1976. Ele vai ser ordenado presbítero pelo bispo diocesano de Cabinda, Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dia, no dia 15 de janeiro, às 10h30, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, em Subantando. 

Ele apresentou-se à Ordem dos Frades Menores no ano de 1997. Fez o curso propedêutico no Seminário Maior São José, em Malange, postulantado entre 2000-2001 na Fraternidade Nossa Senhora da Porciúncula em Viana, e em 2002 fez o noviciado em Rodeio, SC,  professando em 4 de janeiro de 2003.

Em 2006 obteve o título de Bacharel em Filosofia e Pedagogia pelo Centro Dom Bosco de Estudos Superiores, iniciando em 2008 os estudos de Teologia no Seminário Maior de Luanda. No dia 30 de agosto de 2009, fez a profissão solene na Ordem Franciscana. Sua ordenação diaconal foi no dia 31 de janeiro de 2011.

Frei António é o segundo presbítero da Fundação Imaculada Mãe de Deus, o trabalho missionário que está em Angola há 21 anos. O primeiro frade angolano a ser ordenado presbítero, no ano passado, foi Frei Afonso Kachekele Quissongo. A Fundação tem como professos temporários Frei João Batista Chilunda Canjenjenga, Frei Gaudêncio Chingando Choputo Numa, Frei José Morais Cambolo e Frei Manuel Tchincocolo Ramos.

Neste ano, faz o noviciado em Rodeio, no Brasil, Frei Mvula Nzaje André.


Comunicações – Como nasceu a sua vocação?

Frei Antônio – De uma maneira resumida, começaria por dizer que, já desde os 14 anos pensei em me entregar totalmente a Cristo e logo fiz-me acólito na Paróquia Imaculada conceição, de Cabinda. É de salientar que dois anos depois, senti-me vocacionado a uma vida consagrada. Nesta altura, frequentava a 7ª classe, pois o Seminário Propedêutico da Diocese de Cabinda só admitia alunos com 8ª classe completa. Todavia, como o meu maior desejo era um dia ser religioso, juntei-me ao grupo dos vocacionados; como gostava muito de ler livros que falam sobre a vida dos santos, e tendo visto que todos levaram uma vida humilde, de entrega total a Deus e ao serviço do próximo, senti uma vontade de segui-los.

Num dos retiros vocacionais, com o tema “Espírito Santo” senti-me chamado a uma vida de pobreza e tive como referência a vida dos pobres servos. E ouvindo falar da vida de São Francisco de Assis, fiquei enamorado com a sua obra, pois é ligada ao serviço do próximo. Desta feita, falei às Irmãs Catequistas Franciscanas sobre o meu desejo, e dois anos depois de um acompanhamento, encaminharam-me ao seminário, onde fui recebido pelos seguintes frades: Frei Samuel Ferreira de Lima (mestre), Frei Antônio Mazuco (vice-mestre) e Frei Genildo Provin (pároco e guardião da fraternidade).

ATIVIDADES PASTORAIS
2003 – Pastoral nas Aldeias da Missa da Katepa. Isto é na Paróquia Mártires de Uganda. Malanje.
2004 – Estágio na fraternidade São Francisco (mês de dezembro) Luanda.
2004 – Pastoral na Paróquia da Nossa Senhora da Boa Nova
2005 – Estágio na katepa – Malange
2005 – Pastoral na Paróquia de Nossa Senhora da Boa Nova
2006 – Estágio na Fraternidade Nossa Senhora dos Anjos
2006 – Pastoral na Paróquia da Nossa Senhora da Boa Nova
2007 – Estágio na fraternidade São Francisco. Palanca – Luanda
2007 – Pastoral, na Paróquia Nossa Senhora da Boa Nova
2008 – Estágio (Mês de Dezembro), na fraternidade Monte Alverne (Seminário- Malanje)
2008 – Pastoral, Paróquias Nossa Senhora da Boa Nova e Paróquia Nossa Senhora do Rosário
2009 – Pastoral, Paróquias Nossa Senhora da Boa Nova e Paróquia Nossa Senhora do Rosário
2010 – Pastoral na Paróquia de São Lucas, Palanca, Luanda
2011 – Pastoral na Paróquia de São Lucas- Palanca- Luanda

Comunicações – Por que escolheu ser franciscano?

Frei Antônio – Ser franciscano não passa de uma opção fundamental entre as demais opções. A minha escolha não é a melhor; acredito também não ser a pior, mas uma coisa tenho certeza: de ela ser a escolha correta. Porque mais do que ninguém, excetuando os mosteiros, a vocação de Frade Menor está mais apta a seguir os passos de Jesus Cristo. Pois, há que se ter em conta que não é apenas o homem que escolhe ser isto ou aquilo. Mas sim, é Deus quem chama e, nós, muitas vezes, só respondemos ao seu chamado.

Comunicações – O que significa para você a ordenação presbiteral?

Frei Antônio –  Para mim a ordenação presbiteral significa consagração a Deus e ao seu serviço para que sejamos seus colaboradores mais diretos ou próximos. Todavia, é um acto de livre consciência de entregar-se totalmente a Deus servindo os irmãos, sendo um instrumento de Deus com os irmãos, ser uma ponte de Deus com a humanidade. Todavia, ser presbítero é ter esta licença da parte de Deus por que é ele que chama e escolhe para que alguém seja o seu instrumento.

Comunicações – Qual o desafio da Missão Franciscana nos próximos anos?

Frei Antônio – Em breves palavras, diria que o desafio da Missão Franciscana em Angola resume-se no testemunho de vida. Pois, não basta falarmos bem porque também o fazem os pagãos e os incrédulos, mais sim fazer o que o Senhor nos manda e esperar o que ele nos promete. Não numa sociedade fácil, onde tudo está ao nosso dispor, mas numa sociedade instável, onde o justo é oprimido e a mentira é o modelo perfeito a seguir, e a paz uma realidade a conquistar. É de salientar que a missão é árdua e requer firmeza e constância.

Comunicações – O que você diria para um jovem sobre o sacerdócio?

Frei António – Para começar, partiria da realidade do mundo em que nos encontramos e que nos oferece muitas oportunidades para o profissionalismo. Explicaria este assunto detalhadamente e só assim desembocaria no âmbito sacerdotal dizendo que é também uma profissão tal como afirmou muito bem o Santo Padre numa mensagem dirigida a todos os Seminaristas em 2010, apelando para que os jovens se sentissem a vontade porque o sacerdócio é também uma profissão. Só que esta “profissão” é muito diferente das outras, pois que ela tem um carácter “ab eterno”. Em suma, ser sacerdote é vocação tal como outra voçação. É Deus quem chama. Não devemos hesitar quando nos chama, pois ele nos dá força.