10ª CFJ: Primeiro dia celebra reencontro, retomada e acolhida dos novos caminhantes
11/09/2022
Uma verdadeira maratona de quase 24 horas, com longos percursos de ônibus, quase vinte quilômetros a pé, atravessando os Municípios de Aparecida e Guaratinguetá, em São Paulo, marcou o primeiro dia da X Caminhada Franciscana das Juventudes. Desde as quatro horas da manhã deste sábado, dia 10 de setembro, as caravanas começaram a chegar no Porto de Itaguaçu, em Aparecida, SP, lugar onde foi encontrada, em 1717, a imagem de Nossa Senhora Aparecida. Os 360 caminhantes vieram dos estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro e foram acolhidos a partir das 5h30, recebendo o kit para a caminhada e as primeiras orientações sobre o percurso e a dinâmica do evento. Puderam ainda saborear o lanche matinal, preparado com carinho pela equipe organizadora.
A oração de envio ocorreu às 7h, próximo à margem do Rio Paraíba, ao redor de um belo altar em forma de barco especialmente decorado em honra à Padroeira do Brasil, cuja imagem recordava a todos os participantes que eles não iriam caminhar a sós e podiam contar com o amparo da Mãe. O convite da prece de abertura, motivado a partir de uma grande rede de pesca decorada com peixinhos de cartolina, era de que os caminhantes franciscanos se deixassem conduzir pela mesma rede que trouxe para humildes pescadores o eloquente sinal da imagem de Aparecida. Dentre o grupo participante, mais da metade era de “pescadores” estreantes, ou seja, estavam participando da Caminhada pela primeira vez. Outros já tinham certa experiência, alguns participantes da I Edição, celebrada em 2014, também na Região do Vale do Paraíba, com percurso de Taubaté a Guaratinguetá.
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O clima de euforia, a alegria pelos novos participantes, o longo processo de preparação e o envolvimento de um grande grupo para a organização revelavam quanta expectativa havia em torno do evento, marcado pelo espírito de retomada, reencontro e revigoramento da animação da Juventude na Província Franciscana neste tempo de pós-pandemia. A volta a Guaratinguetá e a recordação dos 200 anos de partida para a eternidade do primeiro Santo Brasileiro levaram à escolha do tema da Caminhada: “De Frei Galvão a Frei Galvão”, com o lema, inspirado na Oração de São Francisco, “É morrendo que se vive para a vida eterna”. E a caminhada começou, precedida por exercícios de alongamento.
Percurso com 18 quilômetros e seis pontos de parada
Com a companhia constante do sol e temperaturas de até 37 graus a partir da metade da manhã, a primeira parada foi no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, onde os jovens tiveram um breve momento de prece e homenagem à Padroeira do Brasil, fazendo ecoar, a partir da porta para dentro da Basílica, o emocionado refrão: “Eu sou Franciscano, com muito orgulho, com muito amor”. Segue o percurso, a partir de então acompanhado pela guarda municipal e por uma ambulância, apoio oferecido pelas Prefeituras de Aparecida e Guaratinguetá. A segunda e rápida parada para foto foi no trevo onde está o letreiro “Eu amo Guaratinguetá”. “CLICK”
A partir do trevo, os jovens deram uma “esticada” de 3,5 km até o Convento das Graças, no Centro de Guará, onde foram acolhidos pelas Irmãs Franciscanas Seráficas e pela equipe de apoio para um momento de breve descanso, lanche e oração. Para a Madre Provincial das Irmãs Seráficas, Irmã Marta Lopes, que conduziu o momento orante, estar com os jovens da caminhada foi verdadeiro privilégio: “Esta convivência com a juventude nos ajuda a revigorar nossa vida consagrada. Que todos eles possam levar no coração todas as graças que estão recebendo nesta caminhada”, relatou. Muito obrigado às Irmãs!
Já próximo à hora do almoço, o grupo partiu em direção ao Seminário Frei Galvão, onde a pausa foi mais prolongada. Ali tiveram um breve momento de espiritualidade Franciscana, com uma encenação preparada pelos Postulantes que vivem no Seminário e também estão participando da Caminhada. Refeição farta e revigorante, muitas sombras oferecidas pelas árvores, descanso, bate-papo e partilha deram a tônica da hora do almoço e do início da tarde. Perto das 14h, o convite foi para que o grupo se dividisse em rodas de conversa sobre o tema da vocação, coordenados pelos frades e irmãs que participavam da caminhada: um verdadeiro encontro formativo. Gratidão à Fraternidade do Seminário!
Novo alongamento, segue o percurso. Agora, já 15h30. Próxima parada no Mosteiro da Imaculada Conceição, das Irmãs Concepcionistas. Conduzidos por Frei Diego Melo, Reitor do Santuário Frei Galvão, os caminhantes puderam conhecer um pouco da história da ligação entre o Primeiro Santo Brasileiro e as Irmãs Concepcionistas, Ordem Fundada pela espanhola Santa Beatriz da Silva. Frei Galvão foi quem coordenou e executou a construção do Mosteiro da Luz, na Capital Paulista. Além de receber a bênção cantada das irmãs, os jovens também foram convidados a participar de uma dinâmica. Receberam da mão das religiosas 10 tijolos que deveriam ser conduzidos, passando por diferentes mãos, até a próxima e última parada da caminhada, no Santuário Frei Galvão. “Nossa fé deve ser sólida e concreta. Enquanto cada um leva este tijolo, pode refletir sobre os fundamentos da própria vida. E também podemos nos recordar de Frei Galvão, que se santificou construindo, erguendo paredes”, provocou Frei Diego.
A última parte do trajeto do primeiro dia teve quatro quilômetros de extensão, e foi do Mosteiro até o Santuário Frei Galvão. Ali, o grupo foi recebido de forma festiva, com toque de sinos e aplausos por um grande grupo de voluntários. Participaram de um ato simbólico, depositando os tijolos para completar a inscrição “Paz e Bem”, colocada no piso ao pé da escada que dá acesso à Igreja. “Assim a juventude deixa sua marca permanente neste santuário, e todos vocês se comprometer a serem jovens de paz e bem”, exortou Frei Diego. Na Igreja, assistiram à encenação da música “O Amor não é amado” e tiveram um momento de reflexão pessoal e silenciosa conduzido por Frei Gabriel Dellandrea, do Serviço de Animação Vocacional e também da Animação das Juventudes.
Ao término da celebração, um farto café de despedida, seguido pela distribuição dos caminhantes entre as famílias da região que generosamente se dispuseram a hospedá-los. Nas casas onde foram acolhidos, os jovens levaram a incumbência de dirigir um momento de prece junto às famílias, recordando o compromisso missionário para o qual a caminhada também deseja despertar a juventude. Hora de ir para a casa e descansar. O domingo, dia 11/09, será também um dia cheio, começando com missa bem cedo, às 5h30 e mais 20 quilômetros de caminhada pela frente. Desafiante, mas possível, pois, quem tem fé, vai a pé. Paz. Gratidão.
Equipe de Comunicação da 10ª CFJ