
Nesta sexta-feira, 15 de agosto, a Igreja vive a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, uma celebração presente entre os cristãos católicos desde o século V, e proclamado como dogma pelo Papa Pio XII, em 1º de novembro de 1950.
No Brasil, por decisão da CNBB, a data é sempre celebrada no domingo subsequente à data litúrgica, com o objetivo de reunir mais fiéis católicos na Santa Missa, visto tratar-se de uma data de grande importância para a fé do povo de Deus. Neste ano, a celebração será no próximo dia 17.
A Sagrada Escritura apresenta momentos que sustentam a crença de que Nossa Senhora foi elevada aos céus de corpo e alma. No livro do Apocalípse (12, 1-6), na “Execução dos Decretos do Pequeno Livro Aberto: A Mulher e o Dragão”, é apresentada uma narrativa que se refere à presença divina da mãe de Jesus Cristo. “Apareceu em seguida um grande sinal do céu: uma Mulher revestida de sol, a lua debaixo dos seus pés, e na cabeça uma coroa”.
No evangelho de Lucas (1, 46-49), o cântico de Maria, no momento da visita à sua prima Isabel, fortalece a sua entrega aos desígnios de Deus e a sua imagem de santidade. “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria, em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo o nome é Santo”.
Podemos dizer que a Assunção de Nossa Senhora aos Céus, o fato de ela subir para junto de Deus em corpo e alma, nos revela que a mãe de Jesus Cristo está fortalecendo para seus filhos e filhas a garantia da vida eterna. Ela nos mostra, além de sua santidade, que preferiu subir aos céus e se colocar junto de seu Filho para assumir verdadeiramente o seu lugar como nossa intercessora.
Mais uma vez Maria nos mostra que assumiu a sua missão de ser Mãe da humanidade, pois estando no céu ela olha por nós incessantemente. Além disso, ela nos revela a sua grandeza e a sua fidelidade diante do Deus Todo Poderoso que é Pai, Filho e Espírito Santo. Ela nos mostra o “Nascimento para o céu”.
Como serva do Senhor e, ao mesmo tempo, uma mulher que não esmoreceu diante de todos os dilemas que a vida lhe apresentou, Maria sustentou sua fé viva e não desanimou, até o momento de sua partida para junto de Deus.
Olhando para a atualidade, diante de tantas mazelas e dores do mundo, o que Maria tem para nos dizer e como podemos nos guiar por meio de seus exemplos?
Além de sua fé inabalável e sua obediência, a Virgem Maria nos toca com sua capacidade de resiliência para nos mostrar o quanto devemos continuar lutando por um mundo melhor sendo semeadores de esperança.
Para que seus filhos e filhas possam manter-se firmes na fé, ela abre seus braços e seu coração imaculado para nos aconchegar e dar a devida dignidade, assim como fez com seu Filho crucificado, quando descido da cruz. E é justamente nessa dignidade, oferecida pela mãe da humanidade que podemos repousar e confiar.
Toda sabedoria é construída com acumulo de experiências, e a caminhada de Maria, desde o momento em que o anjo Gabriel anunciou que ela será a mãe do filho de Deus, transformou a sua vida. Que nossas experiências nas dores e nas alegrias sejam como pontes para a nossos enfretamentos diários e nosso amadurecimento como seres humanos éticos, coerentes e fraternos. Que possamos ter lucidez para compreender os motivos e as consequências de todos os atos de violência que colocam em risco a nossa Casa Comum e a humanidade. E, a partir disso, como aprendizes de Maria, possamos unir nossa fé e obediência a Deus ao propósito de buscar caminhos para um mundo melhor, sem guerras e sem fome.
O girassol busca a luz que o guia, assim como nós somos conduzidos pelo amor de Nossa Senhora da Assunção para a paz e para o bem. Sejamos luz da vida e sal da terra para, a exemplo daquela que subiu aos céus, para todos que buscam um encontro especial com Deus.
Adriana Rabelo Rodrigues


