Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A pandemia que não para de contabilizar os seus mortos

06/03/2021

                                                                                Imagem ilustrativa: Canva (www.canva.com/pt_br/modelos)

Robson Ribeiro de Oliveira Castro

O Brasil iniciou a vacinação para o combate da Covid-19, entretanto, apenas 3% da população foram imunizados e ainda há problemas das variações do vírus e também da morosidade na compra de novas vacinas. O Brasil fracassou no enfrentamento à pandemia da Covid-19. Infelizmente é um dado trágico da nossa sociedade que sofre com os problemas governamentais que não se compromete com o cuidado de todos. Diante disso, além de não ter conseguido evitar a pilha de corpos, que já ultrapassa os 260.000 mortos, há uma indiferença de uma parcela da sociedade brasileira com a dor do outro.

Aos 3 de agosto de 2020 eu escrevia sobre os dados alarmantes da pandemia. Naquela data já totalizávamos mais de 90.000 mortos e o recorde era de 1.664 mortos em apenas um dia. Entretanto, os números não param de subir e, aos 5 de março de 2021, ou seja, 7 meses depois, já estamos na marca de 260.970 mortos e atingimos novo recorde: 1.910 mortos em 24 horas.

Os números não param de subir e não se vê nenhuma mobilização dos líderes do Governo para conter, de forma efetiva, o avanço deste vírus. Há uma política negacionista que não acredita no vírus e na sua forma letal.

A BBC News publicou uma reportagem, dia 5 de março de 2021, com o título: “Coronavírus: Por que vacinação sem lockdown pode tornar Brasil ‘fábrica’ de variantes superpotentes”, nos alerta que o “início da vacinação com transmissão descontrolada da covid-19, pode tornar o país uma “fábrica” de variantes potencialmente capazes de escapar por completo da eficácia das vacinas”.

Tal afirmativa é apresentada mediante a realidade do “contato entre vacinados e variantes que propicia o aparecimento de mutações “superpotentes”, capazes de driblar totalmente a ação do imunizante. Entretanto, não encontramos nada de forma eficiente no combate a este vírus, uma vez que a vacinação aqui ocorre a passos lentos e não há demonstração de melhorar ao longo dos meses.

Na mesma reportagem há um dado alarmante. No dia 24 de fevereiro de 2021, o Brasil conseguiu um novo recorde: a Organização Mundial da Saúde apontou que foram registrados 59,9 mil casos de Covid-19 no Brasil no período de 24 horas, superando o caso dos Estados Unidos que tiveram um pico de 57,8 mil.

É preciso atrelar o conhecimento científico dos especialistas aos líderes nacionais para que se possa fazer algo pela população. É preciso levar a sério o que estamos vivendo. Na atual pandemia, primeiramente, é imprescindível salientar que não são somente números, mas sim vidas humanas e histórias que se perderam. Por isso, analisar a pandemia da Covid-19 se torna urgente, pois devemos estar preocupados com o próximo e acolhê-lo na sua dor.

O Brasil, carente de liderança, principalmente voltada para a saúde, tem se mostrado despreparado para enfrentar a pandemia. Mediante aos constantes esforços, muitas vezes solitários dos profissionais da saúde, vemos um descredito dos líderes e a das autoridades públicas.

Não podemos nos acostumar com as mortes, nem ignorar as vítimas desta pandemia. As dores dos que perderam algum membro da família e as injustiças corroboram para um aumento da agonia. Não podemos negar os fatos e é preciso ter presente a dignidade da vida humana: vidas importam!

A vida é o dom mais precioso. Hoje, diante dessa pandemia, temos de lutar por e pela vida. Ela não pode ser tratada como uma mercadoria, como algo descartável diante da lógica capitalista. A vida não pode ser reduzida a uma moeda de troca, não pode ser instrumentalizada pela visão consumista, antiética de um capitalismo que só visa o lucro e negligencia os direitos humanos.

É preciso, urgentemente, se fazer ouvir e articular o maior crescimento da consciência humana sobre o que é ser humano. Para tanto, esta realidade é necessária no que tange o bem do próximo e não o meu próprio bem-estar.


Robson Ribeiro de Oliveira Castro  é leigo. Mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE). Atualmente leciona no Instituto Teológico Franciscano (ITF). E-mail: robsonrcastro@yahoo.com.br.

Free Download WordPress Themes
Download Premium WordPress Themes Free
Free Download WordPress Themes
Download Best WordPress Themes Free Download
udemy paid course free download
download mobile firmware
Download WordPress Themes
free download udemy paid course

Conteúdo Relacionado