Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

O que aprendemos com mais de 610 mil mortes nesta pandemia?

11/11/2021

                                                                                       Imagem ilustrativa: Canva (www.canva.com/pt_br/modelos)

Robson Ribeiro de Oliveira Castro

A pandemia da Covid-19, já fez milhares de vítimas, aos 25 de maio de 2021, ultrapassamos as 450 mil mortes. Já ultrapassamos as 610 mil vidas que foram perdidas. Muitos podem nos indagar: o que é possível fazer diante de tantas perdas? Outros ainda, podem criticar que é um enaltecimento para a tragédia deixando de lado os avanços obtidos.

As duas falas têm suas verdades, para tanto é preciso observar que não podemos deixar de lado a gravidade dos acontecimentos e muito menos as mortes. Precisamos seguir em frente, mas não é ético ocultar ou virar as costas à realidade. Pensar em ética é pensar em condutas e valores que possam nortear nossas ações.

É preciso, urgentemente, respeitar o outro e, portanto, respeitar a cada indivíduo, atentos à verdadeira conversão da consciência atrelada ao conhecimento científico para pensar o bem do próximo e não o meu próprio bem-estar.

Devemos ter cuidado com a vida, respeitar o próximo e, principalmente as próximas gerações. Uma conduta moral duvidosa, sem apreço à vida, nos leva a deixar de vivenciar os melhores momentos. Por isso, ter esperança, ou esperançar, é ter iniciativa, é ir ao encontro, é socorrer os necessitados, os fragilizados.

Com isso, devemos fazer algo diferente, devemos ser responsáveis e íntegros em nossas escolhas. Não podemos menosprezar o número de mortos pela pandemia, são vidas humanas abreviadas. Não são números, são histórias e famílias que se desfizeram. Essa realidade é, acima de tudo, um caminho de cuidado, de zelo ético pelos que mais sofrem.

Quando observamos essa realidade é possível vislumbrar um caminho de grandes desafios, mas não podemos perder a esperança de dias melhores. Para tanto, só será possível uma verdadeira mudança quando soubermos compreender as nossas necessidades e agirmos com consciência e grande discernimento.

Diante dos desafios, somos chamados a nos colocar no processo de reinvenção do cotidiano, pois um mundo realmente novo só será possível quando ousarmos construir, neste mundo, um bom lugar para se viver.

É preciso, urgentemente, se fazer ouvir e articular o maior crescimento da consciência humana sobre o que é ser humano. É a partir desta concepção que devemos observar na realidade e como tratar o outro nos momentos de dor e perda como o que vivemos com a pandemia da Covid-19.

Jesus deve ser nosso exemplo a ser seguido pela sua ética; pelo seu comportamento, costumes, hábito, caráter, modo de ser e de agir. Ele assumiu sua conduta autêntica em uma sociedade contrária a tudo que ele pregava. Ele veio transformar o mundo, a começar com a sociedade de sua época, desejava fazê-la refletir e mudar seu posicionamento frente ao legalismo exacerbado. Assim, tratar o próximo com respeito é fazer valer o amor criador de Deus e sua proposta de vivência para o ser humano.

A condição da pandemia da Covid-19 é um convite a olhar para o nosso caminho e, acima de tudo, uma nova realidade, com novos projetos e outro jeito de viver: mais humano, mais ético e solidário. De fato, o atual estágio da pandemia no Brasil, diante da queda nos números de mortos por dia, causa certo otimismo, mas ainda é preciso cautela e prudência no retorno às atividades.

Assim, atrelado ao avanço da vacinação, ao isolamento social e à consciência são aspectos imprescindíveis para se conseguir vencer, como estamos vencendo, esta realidade. Entretanto, ainda é necessário se falar em cuidado, em zelo e atenção a todo e qualquer sintoma ou realidade da atual pandemia.

O contexto vivido por nós é um convite a olhar para esta pandemia como desafio a ser superado. Não podemos perder a esperança, não podemos desanimar, mesmo diante das mortes. É preciso observar que a nossa conduta seja de respeito por todos e todas, principalmente em situações comprometedoras.

Assim, mesmo com a queda dos números de mortos, a necessidade de cuidados ainda deve permanecer em nosso cotidiano por algum tempo. A enfermeira Thereza Maria Magalhães Moreira, professora de Epidemiologia da Universidade Estadual do Ceará, em uma entrevista para o site “El Pais Brasil”, afirmou: “Vai demorar para a Covid-19 ser uma doença endêmica. Ela ainda é pandêmica. Depois teremos epidemia e, finalmente, endemia [quando circula habitualmente, sem trazer maiores riscos, como a gripe]. Ainda não é possível estimar com segurança quando a pandemia deve acabar, mas como tivemos uma segunda onda gigante e temos avançado nas vacinas, o Brasil andará nessa direção”.

Outro fator determinante é que a realidade ainda requer cuidado, por isso, diante da condição de controlar o avanço da doença será necessário manter alguns protocolos como o uso de máscaras, como já se vê nos países asiáticos diante de um surto de gripe ou outra doença. Por isso, ainda é preciso observar e seguir alguns protocolos, cuidar de nós e dos nossos, além de cuidar das relações e das condições físicas e psicológicas para que os efeitos desta pandemia sejam reversíveis.


Robson Ribeiro de Oliveira Castro Chaves é mestre em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE), em BH, professor de teologia no Instituto Teológico Franciscano (ITF), em Petrópolis (RJ) e membro do Conselho Regional de Formação (CRF) – LESTE II do CNLB.

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