Frei Luiz Iakovacz
Os símbolos pascais são muitos e os mais variados. Na Igreja Católica, o Cordeiro e o Círio Pascal são os mais significativos, enquanto que o coelho e o ovo se identificam, quase que totalmente, com a tradição popular.
O cordeiro é um animal inocente e dócil, e não tem nenhum mecanismo natural de defesa. Por isso, precisa de constante proteção. Quando levado ao matadouro, não berra nem faz esforços para escapar; ao contrário, não oferece resistência e pode, até, derramar uma lágrima silenciosa.
Quando o povo de Israel saiu do Egito, após 430 de escravidão (Ex 12,40), Javé mandou que se fizesse uma celebração familiar. Nela, se imolaria um cordeiro, cuja carne seria o símbolo de um alimento que o sustentaria durante os longos anos de retorno à sua terra; o sangue, colocado nos umbrais das portas, seria sinal da Aliança entre Deus e o povo.
Essa ceia foi chamada de Páscoa, a passagem da escravidão para a liberdade (cf. Ex 12,1-14).
Cristo, ao celebrar sua última ceia judaica, deu-lhe um novo sentido. Ele mesmo, livremente, se oferece como Cordeiro Pascal: “Tomai e comei, isto é o eu Corpo que é dado por vós”. Seu sangue, derramado na cruz, é o “Sangue da Nova e Eterna Aliança para o perdão dos pecados”. (cf. Lc 22,14-20).
O Círio Pascal é o símbolo do Cristo Ressuscitado que venceu as trevas da morte. Esta foi “derrotada pela vida e não nos espanta mais” (1Cor 15,55).
Por isso, o Círio é adornado com 5 cravos em forma de cruz e com as letras gregas “alfa e ômega”, que significam, Cristo é o princípio e o fim de tudo.
Na tradição popular, os símbolos que mais lembram a Páscoa são o coelho e o ovo.
O ovo remonta um costume muito antigo, anterior ao próprio Cristo. Com a chegada da primavera, tempo em que tudo refloresce, os agricultores cozinhavam ovos e os coloriam; depois, presenteavam-se, mutuamente, desejando um bom plantio e fartas colheitas.
O coelho é um mamífero que passa boa parte do tempo, roendo e comendo. Depois do inferno, é o primeiro que sai da toca à procura de alimento. A gestação de uma coelha é de, apenas, 1 mês, gerando 4 a 6 filhotes; a amamentação dura de 20 a 30 dias. Depois, o processo se repete. Por isso, é o símbolo da fertilidade.
À exemplo da primavera, do plantio e das colheitas, – Cristo nos convida a produzirmos frutos, enquanto peregrinamos nesta terra (cf. Jo 15,1-6), mas, sobretudo, tenhamos a certeza de que, por mais rigoroso que seja o inverno da morte, ela foi vencida pela sua Ressurreição.