Frei Luiz Iakovacz, missionário em Angola
O costume de rezar pelas missões e ajudá-las é antigo. O apóstolo Paulo elogia as Igrejas da Macedônia que, “em sua pobreza”, superaram as expectativas “deram-se a si mesmos, primeiro ao Senhor e depois a nós” (cf. 2 Cor 8,1-6).
No transcorrer da história, Congregações e Institutos Religiosos sempre mantinham Missões fora de seus países, anunciando o Evangelho, atendendo obras sociais (escolas, hospitais, asilos) e, acima de tudo, pelo testemunho pessoal de cada missionário.
Porém, sentia-se a necessidade de um Órgão que assumisse a coordenação deste trabalho, uma vez que, cada qual trabalhava independentemente.
De 1922 – 1939, a Igreja Católica foi pastoreada por um Papa missionário, Pio XI. No mesmo ano em que assumiu a Cátedra de Pedro, criou as Pontifícias Obras Missionárias com esta função específica.
No mesmo ano, ao presidir a Missa de Pentecostes, “num gesto surpreendente e profético, interrompeu a homilia e, em meio a impressionante silêncio, tomou seu solidéu, fazendo-o passar entre os bispos, presbíteros e fiéis, pedindo ajuda às missões”.
Desenvolveu, igualmente, outras ações. No Ano Jubilar de 1925, organizou uma exposição missionária mundial. Ordenou os primeiros bispos indianos (1923) e chineses (1926); nomeou o primeiro bispo indígena, Dom Poche, incentivando, assim, o clero nativo.
Em 14 de abril de 1926, oficializou o penúltimo domingo de outubro como Dia Mundial das Missões no qual as paróquias do mundo inteiro fazem orações e coletas para as missões além-fronteiras. Tudo é enviado ao Vaticano e uma comissão das Pontifícias Obras Missionarias distribui os recursos para atender os muitos projetos, vindos de todo o mundo, especialmente, da África e Ásia. (A prestação de contas está no seu site).
A cada ano, o Papa publica uma mensagem. No Brasil, as Pontifícias Obras Missionárias elaboram subsídios para o mês de outubro, sintonizados com o tema da Campanha da Fraternidade.
Todo cristão é e deve ser missionário pela oração, sacrifícios, testemunho de vida e contribuição financeira. Este apelo é dirigido, também, às lideranças religiosas, inclusive, a coleta, pois Pio XI a fez, primeiramente, entre o clero e, depois, com o povo.
“Missões se fazem com pés dos que vão, com os joelhos dos que ficam e com as mãos dos que contribuem” (Anônimo).
Uma curiosidade: um estudo realizado, em 2010, pelo Centro Mundial do Cristianismo, nos Estados Unidos, diz que o Brasil é o segundo país com mais missionários no mundo, aproximadamente, 34 mil, superado, apenas, pelos Estados Unidos com 127 mil. Segundo as Pontifícias Obras Missionárias do Brasil/2015, há 2.029 missionários no exterior, sendo 491 homens e 1.538 mulheres.