Frei Luiz Iakovacz
No dia 15 de novembro comemoramos o 125º ano da República Brasileira. Esta palavra tem sua origem no latim (res publica = coisa pública). No transcorrer da história, recebeu vários enfoques, mas sua essência sempre permaneceu a mesma: “Administração de um bem público”.
Hoje, República consiste num “sistema de governo no qual o chefe de Estado é eleito pelo povo em voto secreto e livre, e o mandato dura determinado espaço de tempo” (Enciclopédia Wikipédia).
Os ideais republicanos já estavam presentes nos movimentos da Inconfidência Mineira e Tiradentes (1788-1789) e da Revolução Farroupilha (1835-1845). Entre tantos motivos que provocaram a mudança do regime político, um dos principais foi a Guerra do Paraguai (1864-1870). Ela endividou o país, juntamente com uma inflação alta.
Nesta guerra, os militares robusteceram os ideais republicanos e defendiam o fim da escravidão; não aceitavam que os escravos, depois de lutarem na guerra, continuassem na mesma situação. Quando foi assinada a Lei Áurea, os fazendeiros, também, se revoltaram porque perderam a mão-de-obra. Mas, o pior de tudo, era que o exército não tinha autonomia e dependia, sempre, do Imperador. Este mandava e desmandava, até dentro da Igreja, e prendeu os Bispos de Olinda e de Belém (1872) porque seguiam as orientações do Vaticano e não as do Império.
Tudo isso, somado a outros motivos, fez com que o Marechal Deodoro da Fonseca coordenasse um “levante político militar”, no dia 15 de novembro de 1889, instaurando a República e extinguindo a Monarquia que vinha governando o Brasil desde 1822.
Jesus era judeu, e morou em seu país, Israel. Desde seu nascimento até a morte, sua vida esteve envolvida em ações políticas. Deveria ter nascido em Nazaré, mas, por causa do recenseamento do imperador romano César Augusto, os pais precisaram ir a Belém onde se completaram os dias do parto (Lc 2,1-7). Ainda criança, foi ameaçado de morte por Herodes e fugiu para o Egito (Mt 2,13-18). Ao voltar, foi morar longe da Judéia porque este Estado estava sendo governado por Arquelau, filho de Herodes (Mt 3,19-23). Quando adulto, novamente, foi ameaçado de morte por outro Herodes, o Antipas. Jesus não se intimidou; chamou-o de “raposa” e deixou este recado: aconteça o que acontecer, não iria mudar seu jeito de trabalhar e pregar (Lc 13,31-35). Foi preso no Monte das Oliveiras, por soldados romanos (Jo 18,1-14). Foi julgado e condenado à morte por dois tribunais: um religioso, Sinédrio (Mt 26,57-68) e o civil, Pôncio Pilatos (Mt 27, 11-26). Foi sepultado, mas Deus O ressuscitou. O apóstolo Pedro, ao ser preso, falou, de maneira contundente, às autoridades religiosas: “… vocês mataram o Príncipe da Paz, mas Deus O ressuscitou e disso nós somos testemunhas” (At 3, 15).
Se, realmente, testemunharmos Jesus Cristo – seremos a esperança de que um “outro mundo é possível”.