Frei Luiz Iakovacz
Ao que tudo indica, o Dia dos Pais tem origem semelhante ao das Mães, isto é, o de fortalecer os laços familiares. Segundo dados da internet, muitos anos antes do nascimento de Jesus, um jovem babilônico, chamado Elmesu, teria moldado, em argila, o primeiro cartão, enviando-o ao seu pai com votos de sorte, saúde e longa vida. Escreveu ainda: “Pai, seu exemplo moldou minha personalidade e me transformou no homem que, hoje, sou”.
Mas, o Dia dos Pais, assim como o temos hoje, é atribuído à americana Sonora Smart. Ainda, segundo a interenet, ao ouvir “um sermão dedicado às mães”, quis homenagear seu pai John Bruce, veterano soldado da Guerra Civil (1861 – 1865). Ao nascer o sexto filho, sua esposa faleceu. Criou o recém-nascido e os outros cinco filhos, sozinho. Adulta e orgulhosa do próprio pai, Sonora enviou mensagens a conhecidos e pediu às diversas associações existentes que divulgassem a criação do Dia dos Pais. Ela mesma o celebrou, no aniversário do próprio pai, 19 de julho. O símbolo que utilizou foi a rosa: vermelha para os vivos, e branca para os falecidos.
Sua oficialização aconteceu em 1966, no governo de Lyndon Johnson, mas há quem atribua a Richard Nixon, em 1972.
Esta data é celebrada em dias e meses diferentes, pelo mundo afora. Muitos países a festejam no terceiro domingo de junho (data próxima ao aniversário do pai de Sonora). Outros, de tradição católica, a celebram em 19 de março, festa de São José, esposo de Maria, a mãe de Jesus (Portugal, Espanha, Itália).
No Brasil é o segundo domingo de agosto, estrategicamente escolhido por ser um mês sem nenhuma outra data comemorativa, fato que influenciaria, inclusive, o comércio. Fala-se que o seu mentor teria sido Roberto Marinho, dono do Jornal O Globo e da TV do mesmo nome.
Nós, cristãos, temos o mandamento: “Honra teu pai e tua mãe; desse modo prolongarás tua vida na terra que Javé, teu Deus, te concederá” (Ex 20,12). O nosso Mestre Jesus Cristo, pouco antes de ser preso, pressentindo o sofrimento pelo qual passaria, começou a “suar sangue” (Lc 22,44). Mesmo assim, rezava: “Abbá, meu querido paizinho! Tudo é possível a Ti. Afasta de mim este cálice. Contudo, não seja feito o que eu quero, mas o que Tu queres” (Mc 14,36). O Pai, não lhe tirou a cruz, mas deu-lhe força para carregá-la até o fim e ressuscitar.
Este é o maior milagre que o Pai realizou em Cristo e que continua em nós: transformar a aparente morte de cruz em sementes de resistências contra tudo o que nos oprime. “Sabeis que os reis das nações dominam sobre elas e as tiranizam. Entre vós, porém, não deve ser assim. Quem quiser ser o maior, seja o menor e o servidor de todos” (Mt 20,25).
Esta é a pedagogia com a qual Deus-Pai educa seus filhos para vencer o grande e poderoso poder do mal. Somemo-nos ao Cristo!