Vida Cristã - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

25 de maio: Dia da África

24/05/2018

artigo_240518G

                                                                                          Imagem: Missão de Angola (Acervo Província)

Frei Luiz Iakovacz

A Folhinha do Sagrado Coração, em suas efemérides, registra que dia 25 de maio é o Dia da África. Fiquei curioso e fui buscar informações. Consegui reunir algumas delas que, certamente, são incompletas e falhas.

A África é um continente milenar, constituído por inúmeras etnias. Ocupa determinados espaços geográficos, tendo cultura e costumes próprios, inclusive, na vivência religiosa.

Atualmente, é formado por 54 países, dos quais, 6 são insulares. Desde 1460, quando os portugueses aportaram em Cabo Verde, os europeus foram adentrando, paulatinamente, em todas “as vastas e ricas terras africanas”.

França, Inglaterra, Alemanha e Portugal eram as que mais tinham “colônias”. A divisão e consolidação definitivas foram estabelecidas na Conferência de Berlim, num percurso de dois anos, 1884/1885. Nela se estabeleceu que os europeus têm “direito às riquezas humanas e naturais do continente”.

A Independência só aconteceu nas últimas décadas. Dois motivos foram cruciais. De um lado, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa, como um todo, estava destruída e o declínio econômico era visível. Urgia a própria reconstrução. Isto enfraqueceu seu controle sobre os territórios africanos.

Por sua vez, a África, também como um todo, ansiava pela libertação. Se, em 1914, apenas, Etiópia e Libéria eram independentes – já em 1963, são 35. Neste mesmo ano, em 25 de maio, a Organização de Unidade Africana (OUA) instituiu o “Dia da África”, na cidade de Addis Abela (Etiópia). Assinaram a Declaração 30 líderes dos 35 países independentes. Seu objetivo é “defender e emancipar o continente africano, libertando-o do colonialismo e apartheid”.

Em 2002, a sigla OUA mudou para UA (União Africana), mantendo, porém, a data e seus objetivos.

O grande e maior desafio consistia em “resolver os constantes conflitos dentro do próprio continente” porque a diversidade de tribos e culturas – às vezes, dentro do próprio país – geravam “guerras civis e golpes de estado”. Ainda hoje, esta situação persiste em vários países.

Será que este continente tem alguma relação com o Povo de Israel e, por extensão, com o cristianismo?!

A Bíblia nos diz que o Patriarca Abraão veio morar no Egito (cf. Gn 12,10-20), bem como seu neto Jacó com os 12 filhos (cf. Gn 46,1-34). O motivo foi a fome (Gn 12,10; 42,1-2). Esta última estadia, incluindo a escravidão, foi de 430 anos (Ex 12,40).

No Século II antes de Cristo, a tradução da Bíblia Hebraica para o grego (Septuaginta), aconteceu em Alexandria (Egito). Neste mesmo país, Maria e José refugiaram-se com Jesus e, para protegê-lo da morte, planejada por Herodes (Mt 2,13-15).

O diácono Filipe evangelizou e batizou um eunuco etíope, alto funcionário da rainha Candace (At 8,26-40). A Tradição Católica relata que o evangelista Marcos teria evangelizado Alexandria, onde sofreu o martírio. O grande Santo Agostinho (354-430), bispo e doutor da Igreja, é um africano de Tagaste (Argélia).

Por sua vez, a Igreja, não deixou de evangelizá-la. No Período Colonial (séculos XV a XX), junto com os exploradores, vinham missionários e missionárias que, dentro do sistema do Padroado – bem ou mal – também evangelizavam.

Congregações, tanto masculinas como femininas, marcaram presença na África. Os Padres Brancos, por exemplo, realizaram profícuo trabalho em Uganda onde aconteceu o martírio de 22 jovens leigos, entre os anos 1885/1887. Sua canonização deu-se em 1964, por Paulo VI, durante o Concílio Vaticano II (1962-1965). Esses mártires são os padroeiros da Paróquia da Katepa, onde atuam os frades. Não podemos esquecer o simultâneo martírio de 14 membros da Igreja Anglicana que conviviam, harmoniosamente, com os católicos, num profético testemunho ecumênico.

Nos últimos anos, a Igreja realizou dois Sínodos dos Bispos Africanos. Um, em 1994, por João Paulo II e o outro em 2005, por Bento XVI. Esse mesmo Papa afirmou que a “África é a esperança da Igreja”.

Essa esperança tem sua razão de ser porque há um crescente e contínuo número de batizados e de vocações, inclusive, com missionários além-fronteiras; há criação de novas Dioceses e reestruturação de outras; a vitalidade das liturgias é palpável; a Igreja atua nas áreas sociais, o que lhe dá credibilidade junto ao povo.

Por causa disso, o tema do segundo Sínodo “A Igreja em África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz” insiste que ela continue evangelizando no campo social.

O “instrumentum laboris” tem frases incisivas, como: “Há guerras fraticidas, alimentadas por um tráfico de armas sem escrúpulos, provocando um espetáculo vergonhoso de refugiados”; “é escandaloso ver a quantidade de riquezas acumuladas nas mãos de uns privilegiados”; “a África encontra-se dependente de países ricos que procuram dar uma mão e levar o dobro com a outra”; “a maioria da população africana vive num estado de carência de bens e serviços de primeira necessidade”; “a mortalidade infantil não para de crescer”; “a taxa de alfabetização mantém-se entre as mais baixas do mundo”… e assim por diante.

Esta “leitura da realidade” é feita em todos os países. É aqui que a Igreja – com posturas explícitas – também, precisa atuar. Para isso, é importante o apelo que o anjo faz a Elias. Acorda-o (= vê a realidade) e diz: “Levanta-te e come porque tens um longo caminho a percorrer” (1Rs 19,7).

Premium WordPress Themes Download
Download Best WordPress Themes Free Download
Download WordPress Themes Free
Download Premium WordPress Themes Free
free download udemy course
download xiomi firmware
Download Nulled WordPress Themes
lynda course free download

Conteúdo Relacionado