“Vocês são mestras do amor”, diz Frei Samuel às Irmãs Catequistas na Missa dos 108 anos da Congregação
14/01/2023
“Celebrar 108 anos é celebrar a graça do grande Deus, que continuamente envolve e faz com que cada irmã seja instrumento e sinal da Boa Nova da Palavra, da Boa Nova do testemunho, da Boa Nova do ensinamento. As Irmãs são mestras do amor; as irmãs são mestras do exemplo, da simplicidade, da alegria e da acolhida”, enalteceu Frei Samuel Ferreira de Lima durante a Celebração Eucarística, neste sábado (14/1), às 10 horas, pelos 108 anos do carisma da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas e os jubileus das irmãs com 60 anos de vida consagrada: Cremilda Borghesan, Armide Tomelin e Lourdes Tereza Crestani.
Este momento de alegria e gratidão tomou conta da Casa-Mãe em Rodeio (SC), mas também aconteceu simultaneamente em todos os Estados e países onde as Irmãs estão presentes. A Ministra Provincial da Província Imaculado Coração de Maria, Ir. Ivonete Gardini, acolheu, como anfitriã, as irmãs que vieram de quase todas as seis Províncias da Congregação, especialmente a Ministra Geral, Ir. Ana Pereira de Macedo, da Província Santa Teresa do Menino Jesus, e a Comunidade do recém-criado Noviciado no Rodeio 50, com as quatro jovens noviças: Leila Freitas Aguiar, Leandra E. Oliveira de Oliveira, Jordânia de Oliveira Azevedo e Patrícia Costa Cardoso.
Além do mestre Frei Samuel, estavam presentes os seis postulantes que serão admitidos ao Noviciado da Província da Imaculada Conceição, neste domingo, às 6h30.
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No alto, as Irmãs Cremilda, Armide e Lourdes, renovam os votos diante da Ministra Geral, Ir. Ana, e da Ministra Provincial, Ir. Ivonete
Irmã Ivonete lembrou que o tema escolhido para esta data foi: “Tirem as sandálias porque o chão onde pisam é um chão sagrado”. E foi deste chão sagrado que três jovens – Amábile Avosani, Maria Avosani e Liduína Venturi – levaram para o mundo o carisma francisclariano que receberam de Deus. “Este mesmo carisma nos indica o caminho para viver na defesa e no cuidado da vida”, disse. No início da celebração, as irmãs entraram em procissão mostrando em cartazes os países onde estão presentes.
Frei Samuel fundamentou sua reflexão a partir da primeira leitura, quando Deus fala a Moisés: “Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você está pisando é um lugar sagrado”.
“As irmãs Cremilda, Armide e Lourdes, um dia ouviram esse chamado. Sentiram em seus corações um ardor pela Palavra, um desejo de tirarem as sandálias e se colocarem no caminho do Senhor como Catequistas Franciscanas, anunciando e vivenciando essa experiência do Cristo pobre, humilde, manso de coração e que tem o fardo leve. E Leve não significa não ter desafios, contratempos, dificuldades, mas leve significa se deixar conduzir pelo Espírito a realidades que, mesmo sendo duras, tornam-se transformadoras, redentoras”, indicou.
Frei Samuel recordou que, há poucos dias, celebramos o Natal. “O presépio em nosso meio fez o chão se tornar sagrado. E Deus pisou o chão que pisamos e se comprometeu estar no nosso meio para que, unidos, possamos celebrar, anunciar e vivenciar a experiência do amor desse Cristo manso e humilde de coração. Por isso, hoje é um dia de muitas graças e louvores. Louvor porque, depois de três anos de pandemia, é a primeira vez que abrem a Capela da Casa-Mãe para celebrarmos a vida, a consagração, a nossa fé. Celebrar hoje a vivência da perseverança e do testemunho dessas três irmãs”, ressaltou.
Frei Samuel destacou que o ingresso dos noviços e noviças era motivo de muita alegria, mas a maior alegria era dessas irmãs que perseveraram 60 anos, dia após dia, tirando as sandálias dos seus pés e se colocando no seguimento, no caminho do anúncio, no caminho do testemunho, no caminho de levar aos mais necessitados o amor de Deus. “No mundo de hoje, mais do que entrar é preciso perseverar”, repetiu, insistindo que a resposta ao chamado é dada todo dia ao se deixar conduzir por esse Deus que nos convida a tirai as sandálias neste chão: “E só é possível obedecer a essa voz se a gente tem um coração simples e humilde, aberto para responder ao que Deus quer de mim. Segundo Frei Samuel, essa resposta é individual, como fez Moisés, Jeremias, Rute, Samuel, Francisco e Clara, mas essa experiência repercute na comunidade”, ensinou, ilustrando: “Depois de 108 anos, o chamado se tornou comprometimento e se expandiu para outras pessoas, para outras irmãs e chegou a vários países, como sinal, como luz que ilumina e convida a seguir o Cristo, que é manso e humilde de coração”.
Frei Samuel contou que conheceu as Irmãs Catequistas desde que eu era criança. “Na Baixada Fluminense, naquelas favelas, via as irmãs, ensinando a Palavra, fazendo círculos bíblicos, e isso foi fortalecendo a minha vocação. Me tornei frade e fui para Angola. Lá encontrei as Irmãs novamente e partilhamos vivências, lutas, esperanças e o carisma foi se ampliando cada vez mais. Voltei para Rodeio e aqui, novamente, continuamos vivendo, partilhando, celebrando as alegrias, os dilemas, as dificuldades”, observou.
Frei Samuel perguntou às irmãs: Vocês são realizadas? E ouviu que sim. “A sua realização contagia, ilumina, porque não é ter, não é poder, mas traz plenitude à vida humana. É um despojar-se, é tirar as sandálias para se colocar no seguimento de Jesus Cristo. Isso plenifica a vida humana. Por isso, a vida religiosa é tão grande, tão desafiadora, tão comprometedora e, ao mesmo tempo, tão dominadora, porque ela vai nos envolvendo, nos contagiando, nos transformando. E essa transformação é que dá a perseverança no seguimento de Cristo”, ressaltou.
“As Irmãs não responderam ao chamado há 60 anos, mas o chamado é respondido hoje, a cada dia. A cada manhã Deus nos chama novamente e a gente precisa estar pronto. Nós pensamos que bastou ter respondido uma vez no passado para estarmos garantidos. Não. Nós precisamos responder todos os dias. Nós precisamos responder a cada dia: ‘Senhor, aqui estou!'”, ensinou.
“Celebrar 108 anos é celebrar a graça do grande Deus, que continuamente envolve e faz com que cada irmã seja instrumento e sinal da Boa Nova da Palavra, da Boa Nova do testemunho, da Boa Nova do ensinamento. As Irmãs são mestras do amor; as irmãs são mestras do exemplo, da simplicidade, da alegria e da acolhida. Que vocês continuem fazendo esse itinerário, todos os dias, de tirar as sandálias e se colocarem no caminho do seguimento de Cristo para, cada vez mais, serem esse sinal visível e concreto do amor de Deus”, completou.
Terminada a Celebração Eucarística, as Irmãs Catequistas continuaram festejando num delicioso almoço.
Comunicação da Província da Imaculada Conceição