Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Teologias da libertação para os nossos dias

07/01/2020

Notícias

Este livro de Marcelo Barros revela a maneira nova de se fazer Teologia da Libertação nos dias de hoje, assumindo determinadamente as transformações ocorridas nos vários tipos de opressão que não eram ainda presentes nos inícios dessa teologia nos anos de 1970.

Praticamente nenhum tema ficou de fora, desde o desafio das redes sociais, da radicalização do neoliberalismo, da ascensão da direita em nível mundial e nacional, das várias formas de convivência para além da matrimonial e das contribuições do Oriente, até do significado espiritual do Tantra.

Sempre as considerações são judiciosas e feitas à luz da mensagem de Jesus, que veio não para nos entregar doutrinas, mas esteve entre nós para nos ensinar a viver os valores do Reino: o amor incondicional, a compaixão, a solidariedade e a ternura.

Marcelo Barros é monge beneditino, teólogo das bases e biblista. Assessor das Comunidades Eclesiais de Base, de pastorais sociais e do Movimento de Trabalhadores sem Terra (MST). É autor de 57 livros publicados no Brasil e alguns em outros países. Um dos mais recentes é Diálogos com o Amor (Ed. Kelps).
PREÇO: R$ 55,00

 

Um bispo contra todas as cercas

A vida e as causas de Pedro Casaldáliga

Ana Helena Tavares, corajosamente teimosa, como Pedro, decidiu enfrentar o risco de escrever a biografia deste homem extraordinário e conseguiu brilhantemente apresentar os muitos “Pedros” que há no Pedro: poeta, profeta, místico, revolucionário, definitivamente humano. Para isso, fez algo fundamental: ouviu muito e ouviu as testemunhas que viveram ou vivem com Pedro. São depoimentos e narrativas reais que dão autenticidade e leveza ao texto.

O encontro pessoal com Pedro mudou e muda a vida de muitas pessoas. Movido pela fé, como Dom Quixote, Pedro “lutou contra três ‘grandes gigantes’: a injustiça, a ignorância e o medo”. Homem livre: “Pedro liberdade” se definiu. “Bispo contra todas as cercas”, definiu bem Ana Helena. Livre porque foi e é radicalmente pobre numa coerência absoluta.

Resgatar a memória de Pedro, neste tempo adverso, é uma graça divina que fortalece e reacende a esperança. Esse trabalho atualiza o sonho, a utopia e as grandes causas que deram e dão sentido à vida de Pedro e de tantas pessoas que, como ele, sonham “um outro mundo possível”.

Ana Helena Tavares é carioca, nascida em 1984, ano das “Diretas Já!” Estudou no Colégio Pedro II e a isso deve parte de sua formação humanística. Paralelamente ao Ensino Médio, passou dois anos e meio no Núcleo de Filosofia da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) pesquisando o conceito de verdade. É jornalista, formada pela Facha, conselheira da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e criadora do site de jornalismo político “Quem tem medo da democracia?” Passou cinco anos entrevistando pessoas que resistiram à ditadura. Seus relatos estão publicados no livro O problema é ter medo do medo – O que o medo da ditadura tem a dizer à democracia (Revan, 2016). É também autora do livro Bandeira de luta, biografia do sindicalista e ex-deputado Fernando Bandeira (Revan, 2017).  PREÇO: R$ 49,00


A lógica da escrita e a organização da sociedade

Este livro de Jack Goody tenta precisar algumas das diferenças gerais de organização social entre sociedades sem e com escrita e os processos de transição de uma para a outra. O autor confina sua atenção, sobretudo no antigo Oriente Médio, onde surgiu a escrita, e na África Ocidental contemporânea, onde o uso da escrita proliferou nas últimas décadas. Diferentes sistemas de escrita têm, naturalmente, diferentes implicações em sociedades diferentes e em momentos diversos. Mas há também importantes aspectos em comum entre certos contextos específicos, e foi para esses que o autor quis chamar a atenção.

Ele começa tratando da influência da escrita sobre a religião, porque isso levanta muitas das principais questões em jogo. Primeiro examina até que ponto a presença da escrita afetou a noção e o estudo dos fenômenos religiosos. Aqui, leva-nos a diferentes ideias do que é a religião, ideias que também se relacionam a matérias substanciais de forma e conteúdo. De forma, pelo estabelecimento de uma fronteira para a “crença” e para a prática, o que levanta questões que têm a ver com a natureza da crença, da verdade e da conversão. De conteúdo, pela tendência da escrita a supergeneralizar as normas. De ambas as maneiras a religião adquire uma autonomia crescente em relação a outros aspectos do sistema social. Mas a emergência da religião como uma das “grandes organizações” (não apenas como um aspecto diferenciado, digamos, da interação intrafamiliar) implica autonomia em outro nível: a autonomia da Igreja como organização. É a autonomia parcial dessas organizações que exige qualificar a tentativa de Durkheim, em Formas elementares da vida religiosa, de usar o termo “igreja” de uma maneira totalmente englobante (como outros antropólogos fizeram com o direito ou a lei), assim como de modificar as teorias sociais de muitas e diferentes inspirações que supõem que a religião, mesmo em sua forma eclesiástica, reflete os temas dominantes do resto do sistema sociocultural de uma forma estrutural ou funcional rígida. As “grandes organizações” com sua tradição escrita adquirem certa independência própria, promovida por sua custódia dos livros, assim como por seu interesse na continuidade terrena e na salvação além-túmulo.


Jack Goody foi professor emérito de Antropologia Social na Universidade de Cambridge e membro do St. John’s College. Armado cavaleiro por Sua Majestade a Rainha da Inglaterra por serviços prestados à Antropologia, o Professor Goody realizou pesquisas e lecionou em várias partes do mundo. Membro da Academia Britânica, em 1980 foi nomeado Membro Honorário Estrangeiro da Academia Americana de Artes e Ciências. Em 2004, foi eleito para a Academia Nacional de Ciências, e, em 2006, Commandeur dês Arts et Lettres. PREÇO: R$ 55,00


O imaginário Psicologia fenomenológica da imaginação

Jean-Paul  Sartre era um jovem professor no Liceu de Le Havre quando se dispôs a escrever uma obra sobre a imaginação, em 1934. Então preparava seus alunos para o baccalauréat. Na época, e por muito tempo ainda, os alunos de liceu na França eram introduzidos aos quatro campos clássicos da filosofia: Psicologia geral (mais tarde denominada “teórica”), Metafísica, Moral e Lógica. A imaginação fazia parte dos temas de psicologia que Sartre expunha aos alunos, assim como a percepção, a memória, a associação de ideias, a atenção, as emoções etc. A Psicologia era definida como “ciência positiva dos fatos psíquicos e de suas leis” e descartava expressamente “todo ponto de vista imediatamente prático ou estético, toda preocupação lógica ou normativa”. L’imagination [A imaginação], pequena obra publicada em 1936, e L’imaginaire [O imaginário], escrita a seguir mas publicada quatro anos depois e que poderia ter sido a tese de doutorado do autor, não se afastam dos objetivos da psicologia assim definida – pelo menos formalmente –, a não ser nas conclusões deste último escrito.

Mas o leitor logo perceberá que os fatos, tais como Sartre os entende aqui, e por conseguinte as leis, não terão o mesmo sentido que para o manual oficial da psicologia. O imaginário tenta o que Sartre chama de uma “fenomenologia” da imagem, ou seja, ele faz o inventário e a conceitualização de tudo o que uma reflexão direta, até mesmo subjetiva, pode aprender de certo sobre a consciência imaginante.

Já no início de O imaginário, Sartre manifesta a decisão de voltar as costas para as teorias que lhe foram ensinadas e que, por sua vez, ele precisa inculcar nos alunos; teorias cujos argumentos baseados em certos fatos ele sabe de cor, assim como as objeções a esses argumentos com ajuda de outros fatos, mais ou menos recusados por outras teorias: o sensualismo de Condillac, para quem todas as faculdades do ser humano podem ser deduzidas do conjunto de sensações elementares, as teorias associacionistas, desde Hume, Stuart Mill, Taine etc., e todos os matizes que as separam quanto à maneira de conceber a relação entre impressões sensoriais e “estados de consciência”, assim como as leis queos governam, as teorias racionalistas que recusam o associacionismo mas, segundo Sartre, mantêm seu espírito… E bem se vê, de fato, percorrendo o grande manual dos estudantes da época ou mesmo tratados de psicologia mais detalhados, como o de Georges Dumas, então incontestável, que seus redatores, em parte aceitando as teorias do associacionismo sem questionar a natureza das associações, têm dificuldade em refutar de modo eficazo automatismo dos fatos psíquicos conjugados a essa teoria, mesmo pretendendo mostrar a atividade sintética da consciência.
PREÇO: R$ 65,00


Que é a literatura?

Publicado pela primeira vez em “Tempos Modernos”, em várias edições da revista, o presente ensaio de Jean-Paul Sartre , com algumas modificações e o importante acréscimo de notas, voltou a ser publicado em 1948. “Que é a literatura?” pretendeu ser uma resposta às críticas suscitadas pelo princípio do engajamento, proposto na “Apresentação de Tempos Modernos”, emitidas por escritores que Sartre, por outro lado, até podia estimar. Uma reflexão aprofundada sobre a condição do escritor se impunha, assim como um reexame do que o diretor da revista entendia por “engajamento literário” e a reafirmação de sua urgência.


Jean-Paul Sartre nasceu no dia 21 de junho de 1905 em Paris. Desde muito jovem criticou os valores e as tradições de sua classe social, a burguesia. Lecionou durante algum tempo no Liceu de Havre, seguindo depois sua formação filosófica no Institut Français de Berlim. Desde seus primeiros textos filosóficos aparece a originalidade de um pensamento existencialista. Sartre sempre foi muito preocupado em abordar os problemas de sua época, e manteve até o fim de sua vida uma intensa atividade política. Ele morreu em Paris no dia 15 de abril de 1980. PREÇO: R$ 34,90