Tema da vocação ocupa os participantes da UCLAF
08/08/2012
Na manhã de hoje, após a Celebração Eucarística, a cada dia presidida pelos frades de uma das quatro Conferências – e sempre organizada e animada por Frei Alberto Eckel e Frei Florival Toledo -, Frei Beto Breis, também assessor para a Assembleia, expôs o tema da vocação na perspectiva do tema: Viver o Evangelho como Menores na América Latina e no Caribe.
Frei Beto ressaltou a importância do cultivo vocacional permanente como parte do próprio processo de formação, sempre também permanente, pois são âmbitos em que nunca um frade ou formando está pronto, mas sempre por recomeçar. Frei Beto enfatizou que a perseverança não se confunde com a simples permanência na instituição, mas comporta, antes de tudo, a fidelidade ao carisma professado e vivido como forma de vida.
O ministério do acompanhamento nas etapas da Formação
Na tarde de ontem, a reflexão da Assembleia da UCLAF continuou sendo em torno do cultivo vocacional, porém, mais especificamente, sobre o ministério do acompanhamento nas diversas etapas de formação. Frei Armando Montoya, da Colômbia, partindo de sua longa experiência como formador, fez uma bela exposição sobre o tema. E ao falar da proposta que fazemos aos jovens candidatos e da nossa identidade franciscana, fez algumas perguntas e considerações: “Que proposta temos para nossos jovens de hoje? Que lhes oferecemos? A resposta parece simples: nosso ser franciscanos. Porém, é precisamente ali que reside nossa debilidade… Perdemos os contornos de nossa identidade. Uma das razões que aparecem como causas de desistência é a falta de identidade própria. Começando pelo muito que temos falado sobre o tipo de Ordem que somos. Ordem clerical? Ordem laical? Ordem mista? É necessário chegar a definir, partindo disso, nossa identidade, por diversos motivos. Somos IRMÃOS MENORES, não somos um grupo de religiosos simplesmente, nem somos Jesuítas, Dominicanos ou Beneditinos, muito menos uma comunidade de sacerdotes; e esta identidade de Irmãos e Menores deve atravessar palpavelmente todas as etapas da formação. Podemos recuperar nossa identidade de Irmãos Menores, de pertença à Religião iniciada por São Francisco, através de uma formação permanente e inicial (ordem das palavras não é por engano), fundamentada nos princípios teológicos e nos eixos de nossa espiritualidade e na inserção permanente no mundo pobre”.
PROJETO AMAZÔNIA
No segundo dia de trabalho dos Ministros Provinciais da América Latina e do Caribe, reunidos em Vila Velha desde segunda-feira, o Projeto Amazônia foi tratado em diversas falas. Primeiro, Frei João Inácio Müller, presidente da UCLAF, em seu relatório, reservou bom espaço de tempo para mostrar o histórico e como se constituiu a Fraternidade de Requena, no Peru, que concretiza o projeto da Ordem de aumentar a presença franciscana na Amazônia, tendo em vista a força humanizadora do Evangelho, a salvaguarda e a integridade da criação, e a defesa e a promoção das culturas autóctones.
Também Frei Nestor Schwertz, definidor geral para a América Latina, relembrou os passos dados em vários congressos e reuniões até que fosse constituída a Fraternidade de Requena. Afirmou que desde o século XVI sempre houve a presença franciscana na região amazônica, porém em experiências frágeis e desarticuladas.
Já Frei Eugênio Ortiz, membro da Fraternidade constituída no início deste ano, além de apresentar um folder sobre o Projeto Amazônia, informou sobre como os missionários têm se dedicado, num primeiro momento, à formação e ao discernimento sobre o próprio projeto, para somente depois assumir trabalhos em sintonia com o que se espera de uma fraternidade missionária e evangelizadora no contexto da Amazônia. Citando o mandato 24 do último Capítulo Geral, Frei Eugênio explicou que, na sua realização, o projeto tem três compromissos concretos: 1) Apoiar e reforçar as presenças já existentes desde o século XVI (Vicariatos e Custódias); 2) Criar novas fraternidades interprovinciais; 3) Criar uma rede de solidariedade em nível de toda a Ordem, da Família Franciscana e outros grupos.
No final da manhã, Frei Sandro Roberto da Costa, fez uma exposição sobre o curso Master em Evangelização, que teve início em 2009 e, neste ano, por falta de inscrições, não se realizou. Frei Sandro fez alusão às boas avaliações feitas pelos que participaram do curso, e também às dificuldades encontradas. Até o final da Assembleia, os Ministros da UCLAF deverão posicionar-se sobre a questão.
No período da tarde, as Conferências apresentaram estatísticas referentes aos que ingressam na Ordem, aos que a deixam, os motivos pelos quais fazem isso, e as iniciativas que as entidades estão tomando na tentativa de diminuir o número de egressos.
Impactos da Pós-modernidade na Vida Religiosa
Frei Volney Berkenbrock é um dos assessores convidados para a Assembleia e falou aos participantes sobre quais mudanças culturais estão ocorrendo em nossos dias e como elas interferem na Vida Religiosa. Trata-se, em outras palavras, da incidência da Pós-modernidade em nosso modo de viver e em nossa sociedade. Sua apresentação suscitou da Assembleia contribuições e perguntas para esclarecimento.
Por Frei Walter de Carvalho Júnior