Sínodo da Família: Entre discussões e festejos
19/10/2015
FREI ANTÔNIO MOSER
Na medida em que as discussões avançam, agora já sobre textos enriquecidos com muitas emendas, vão, naturalmente, emergindo as diferenças de mentalidades. Todos já sabem quais são os pontos mais sensíveis. Mas mesmo assim, não esmorece o clima de fraternidade, e vai ficando sempre mais clara uma coisa: não importa se algumas posições passam ou não, mas o texto no seu todo vai se caracterizando pelo espírito de acolhida, no sentido mais amplo e profundo da palavra.
Nem sempre se pode concordar, mas sempre se pode ouvir e tentar compreender os problemas. Durante toda a semana que vai de 19 a 25 teremos ainda muito trabalho. Mas há um fato que os mais experientes julgam inédito: tudo vai ser votado em plenário… Como já víamos e o Papa caracterizou muito bem, não estamos num parlamento, mas importa ouvir todas as vozes e tentar compreender o que estas vozes expressam.
Duas festas marcaram o final de semana: a celebração dos 50 anos da instituição do Sínodo e as canonizações entre as quais os pais de Santa Teresinha. Mas é claro que a “festa” maior são certas expressões do Papa. Onde se viu um papa proclamar que o papado necessita de uma conversão? Onde se viu insistir que as próprias conferências episcopais precisam encontrar mecanismos de maior participação? Éstes são certamente sinais dos tempos.
A mensagem final certamente terá duas características: não vai agradar a todos, mas ao mesmo tempo vai contribuir para criar um clima novo na Igreja no seu todo. Melhor dito: vai contribuir para firmar um clima novo que já parece consistente nesta altura. Imagino que o que vai ocorrer em referência àqueles pontos vai ser o que ocorreu com nossa tonsura. Como dizia Frei Constantino como Ministro Geral: “Não perguntem quando devo dizer não. Vai caminhando”.