Relatório do Ministro Provincial chama atenção para desafios a serem enfrentados
06/11/2012
Frei Gustavo Medella
Agudos (SP) – O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, iniciou a apresentação de seu relatório à Assembleia Capitular na tarde desta terça-feira. O documento foi composto a partir das impressões colhidas e das entrevistas realizadas durante sua visita canônica à fraternidade provincial, no decorrer deste ano. Frei Fidêncio conversou com os frades e também com bispos e leigos das comunidades e serviços onde os frades atuam. Visitou também as fraternidades da Ordem Franciscana Secular (OFS). O relatório traz ainda a apresentação do trabalho dos Secretariados (Formação e Evangelização) e também dos animadores dos serviços (SAV, Sefras, JPIC e Economato).
No primeiro ponto, Frei Fidêncio tratou sobre as principais realizações e conquistas do triênio:
• Simplificação e readequação do Plano de Evangelização para o sexênio 2009-2015.
• Encaminhamento especial às fraternidades dos documentos expedidos pela Ordem.
• Elaboração do Projeto Fraterno de Vida e Missão nas fraternidades.
• Publicação de um Boletim imediatamente após as reuniões do Definitório.
• Organização e planejamento dos retiros provinciais.
• Diminuição do número de transferências fora do Congresso Capitular.
• Melhorias e investimentos na Casa de Bragança Paulista, SP para atendimento de confrades enfermos e idosos.
• Equilíbrio na manutenção das finanças da Província.
• Redimensionamento na Sede Provincial.
• Encaminhamentos relativos às dificuldades enfrentadas nos Hospitais da Universidade São Francisco (USF) e da Venerável Ordem Terceira (VOT), no Rio de Janeiro.
Em seguida, o Ministro Provincial partilhou suas preocupações, questionamentos e perspectivas. Com relação à Missão Evangelizadora, razão de ser da Ordem Franciscana, Frei Fidêncio recordou que o encantamento evangélico precisa ser o elemento fundamental da vocação de cada frade. “Precisamos ter mais paixão, mais encantamento”, frisou. Outra chamada de atenção foi relativa ao Espírito de oração e devoção, o ministro exortou os frades a não abandonarem a vida de oração, de intimidade com Deus, com risco de caírem numa frieza espiritual, perdendo o sentido da própria vocação.
No que diz respeito à fraternidade e minoridade, destacou importantes passos dados pela Fraternidade Provincial: “Em muitas das nossas fraternidades cresceu o senso de pertença”, destacou. No entanto, Frei Fidêncio também reconheceu que ainda há muitos desafios a serem superados neste campo. O Ministro também ressaltou a importância de que os frades se familiarizem com as Constituições Gerais da Ordem e que se empenhem realmente na missão provincial.
No item relativo à penitência, à pobreza e ao espírito missionário, é importante que os frades trabalhem por uma economia mais unificada e que superem qualquer tentação ao comodismo. Sugeriu ainda a criação de uma equipe de frades que, com o auxílio de leigos, trabalhe por uma gestão econômica solidária e partilhada entre as fraternidades. A presença e partilha da vida dos pobres também foi destacada como elemento indispensável do espírito missionário.
Frei Fidêncio também abordou os objetivos gerais no Plano de Evangelização e apresentou algumas ações que levaram a Província ao crescimento da qualidade de vida evangélica, como a atenção do Governo Provincial em relação às propostas da Ordem, o empenho da Formação Permanente na preparação dos momentos da Vida Provincial (retiros, fóruns, encontros etc.), presença mais efetiva dos definidores juntos às fraternidades, entre outras. Elementos de importância central também seriam, segundo o ministro, o protagonismo do próprio frade em seu processo de formação pessoal e a centralidade do Capítulo Local na vida da Fraternidade.
A presença franciscana em lugares de ruptura social recebeu também especial atenção de Frei Fidêncio e, segundo ele, deve ser levada seriamente em conta no redimensionamento das frentes de evangelização da Província, o que seria um compromisso inadiável: “A nossa Província ainda tem condições de fazer opções, de prospectar caminhos, de sonhar futuro. Tardando mais, corremos o risco de ter que redimensionar não por opção, mas por força de realidades muito mais limitadoras e impositivas”, alertou.
Nas considerações da assembleia, Frei Fidêncio recebeu elogios por sua apresentação do relatório, principalmente no que diz respeito à objetividade e sinceridade com que se dirigiu aos confrades capitulares. A apresentação da segunda parte do relatório, com a colaboração dos secretários e coordenadores dos serviços começou na noite desta terça-feira, com o relatório do Secretário de Evangelização, Frei Antonio Michels.