Relatório: A realidade Provincial
25/11/2021
Na manhã dessa quinta-feira, o Definidor Geral e Visitador de nossa Província, Frei César Külkamp, iniciou a apresentação do Relatório ao Capítulo. Como ele desempenhara o ofício de Ministro Provincial durante o triênio antes de ser eleito Definidor Geral, tratou-se de uma apresentação da Província e um olhar mais atento à realidade de nossa Fraternidade Provincial.
Quanto às prioridades do Plano de Evangelização, destacou os desafios da Pastoral Vocacional, na situação em que estamos, de diminuição de números e escassez de frades, o que deveria nos questionar e motivar para o trabalho vocacional.
Os pedidos do Capítulo Provincial 2018 foram tratados com carinho. Foram feitas 10 entregas – 10 lugares e serviços em que deixamos de estar, com muita dor e sempre com o coração apertado. Mesmo entregando esses lugares, quando foi preciso um guardião para Rondinha, tivemos que abrir mão do secretário da Província. Portanto, há uma fragilidade quanto aos frades. Nesse sentido o processo de redimensionamento precisa ser constante e chegar ao modo de vida dos frades, com sobriedade e humildade. Por isso foi possível chegar a assumir novas missões, como o Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá. Com o redimensionamento foi possível olhar com mais atenção para os diversos aspectos de nossa vida e evangelização, seja na comunicação, educação, santuários etc. A Fraternidade Frei Leão é uma dessas alegrias, uma fraternidade voltada para o trabalho de educação na USF e com o intuito de propiciar mais espaço na Fraternidade de Bragança também, que é para o cuidado dos idosos e adoentados.
A FIMDA representa o anseio missionário da Ordem Franciscana, em uma resposta ao apelo da Ordem e à necessidade de levar o franciscanismo a outras terras. É um motivo da alegria o primeiro presidente da Fundação Mãe de Deus de Angola ser angolano, e o governo constituído de metade brasileiros, metade angolanos. Com certeza é um tempo de graça e motivo de muita esperança. O aumento das vocações, para os frades e também para a Igreja local, leva a buscar outros trabalhos, paróquias mais distantes que requerem mais investimento e atenção, e mais desafios para os frades. Com o grande número de formandos, a dificuldade de espaços e de formadores, foi decidido que os estudantes, que já vinham fazer a teologia no Brasil, viessem também fazer a filosofia no Brasil.
Como a postura é de acolher bem aqueles que conseguimos formar bem, ficamos dois anos sem acolher aspirantes, devido ao grande número de vocações. Os passos dados também foram no sentido de organização contábil, financeira e formativa de nossa presença missionária.
Quanto à economia, tivemos que fazer ajustes nesse triênio e em especial pelo impacto da pandemia, que afetou todos os âmbitos de trabalho, pastoral, missionário, e também a arrecadação, manutenção e sustento de nossas casas e projetos.
A pandemia representou um desafio muito grande e real em todos os aspectos para nossos trabalhos e modo de conviver. Possibilitou confronto com nosso próprio egoísmo e exigiu esforço e adaptação.
O movimento de redimensionamento ficou focado na Frente das Paróquias, precisa agora se estender às demais frentes e trabalhos, tanto para equalizar a presença de frades nesses trabalhos, para o que foram dados alguns passos, mas também para reavaliar e retomar com renovado vigor nosso testemunho e serviço.
Após essa apresentação de Frei César e Frei Robson (a parte do economato), os frades se reuniram em grupos para discutirem o quanto essa parte do Relatório, de “prestação de contas”, realmente contemplava a todos e a todas as realidades, e para já elencar quais as linhas gerais devem ser prioridades na Província, apresentando também propostas concretas para tal.
Na parte da tarde, um plenário com as discussões dos grupos mostrou forte ênfase na vida fraterna, na qualidade dos relacionamentos e na formação continuada e específica, valorização dos esforços de redimensionamento que devem continuar, além de várias questões de organização. Questionamentos sobre como viver melhor o nosso carisma e como nos animar cada vez mais pela nossa vocação e não por valores escusos foram surgindo e a discussão seguiu. A Pastoral Vocacional, que será tema de outro momento, foi bem presente nas discussões.
A segunda parte dessa tarde foi dedicada à continuidade da apresentação do relatório ao Capítulo. Frei César ressaltou a centralidade que a vida fraterna tem para o frade. Somos 46 fraternidades, destas, 41 no Brasil e 5 em Angola. E nessas fraternidades, de um modo geral há um espírito bom no convívio, partilha de vida e no assumir o trabalho evangelizador em comum.
Dificuldades e desafios são enfrentados com coragem, mas algumas vezes precisam de mais atenção e esforço. Isso faz parte da dinâmica de viver em comum. Há muitas coisas que podem melhorar, mas esse processo é contínuo e muito recompensador. Projeto Fraterno de Vida e Missão, Projeto Pessoal, a realização periódica de Capítulos, momentos de oração, de convívio e de descontração: são instrumentos valorosos para vivermos bem em fraternidade.
Dando seguimento, Frei Fidêncio continuou a apresentação do Relatório ao Capítulo, tratando agora sobre o tema da contemplação. Somos Fraternidade Contemplativa em Missão, nosso modo de vida pressupõe andar na companhia de Deus, reconhecê-Lo e testemunhar seu Evangelho.
Sobre a Formação, Frei João Francisco iniciou a apresentação do Secretariado para a Formação e Estudos agradecendo a todos que colaboraram nessa missão, e em seguida expôs a fundamentação da formação franciscana, os documentos que servem de base e a organização do Secretariado como um todo. Se dispôs a apresentar as “forças”, “oportunidades”, “fraquezas” e “ameaças” na caminhada do Secretariado.
Frei Fidêncio retomou a palavra para a apresentação da Formação Permanente, elencando o que foi possível realizar diante das dificuldades, e ressaltando que é sempre um desafio que precisa ser enfrentado com boa vontade e disposição.
Na parte da noite, novamente a reflexão e partilha em grupos propiciou oportunidade e espaço para aprofundar e surgirem novas questões. A dinâmica de logo após a apresentação do Relatório, que é o instrumento de trabalho do Capítulo, sempre com tempo para o debate em pequenos grupos e logo após plenário, foi a metodologia assumida para não deixar “esfriar” a discussão de assuntos importantes e evitar que questões importantes se percam pelo caminho.
Equipe de Comunicação do Capítulo: Frei Augusto Gabriel, Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Alan Leal de Mattos e Moacir Beggo.