Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Pe. Hadeleon: “Maria sabe a dor que está no nosso coração”

06/04/2021

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                                                                                Imagens: captura de tela das transmissões do Convento da Penha

Vila Velha (ES) – “Será que você é alguém que tem deixado o Ressuscitado transformar o seu modo de olhar? Será que o seu olhar é um olhar compassivo?”. Esses questionamentos fizeram parte da reflexão da Santa Missa no terceiro dia do Oitavário da Festa da Penha, às 16 horas, que teve como tema o “Olhar Compassivo” da Mãe de Deus e Virgem da Penha. Pe. Ronaldo Rosa de Oliveira presidiu a Celebração Eucarística e Pe. Hadeleon Santana foi o pregador e concelebrante, junto com a Fraternidade do Convento da Penha.

Pe. Hadeleon dirigiu-se ao povo pelas mídias sociais lembrando que a casa de cada um, nesta Eucaristia, é um pedacinho deste Santuário, deste lugar abençoado, a Casa da Nossa Mãe, a Senhora da Penha. “Sim, porque quando nós celebramos a Eucaristia, a graça de Deus nos reúne e dá pelo seu espírito a comunhão. Sinta-se agraciado nesta hora porque você também está aqui conosco, não fisicamente mas espiritualmente. Comungamos do mesmo amor, comungamos da mesma fé e, junto de Nossa Senhora, Nossa Mãe Querida, sob o seu olhar, nós queremos nesta tarde ganharmos de Jesus a graça que ele nos traz por meio da Eucaristia, por meio deste sacrifício que agora estamos celebrando”, animou.

Referindo-se ao tema do dia, disse: “Certamente, é de Maria que Jesus aprendeu como homem a ganhar esse olhar compassivo”, observou. O pregador falou da força do olhar compassivo, lembrando que a transformação na vida de Maria Madalena começou com esse olhar. “Lembra quem era Maria Madalena? Uma mulher que aos olhos dos homens de sua época já deveria estar morta. Mas não. Quem é Maria Madalena agora? Maria Madalena agora ela é apóstola. Ela é mensageira. Ela anuncia a boa notícia. E o que aconteceu? Tudo começou com um olhar. Os homens olhavam para condená-la. O olhar de Jesus era cheio de compaixão”, recordou.

Pe. Hadeleon Santana foi o pregador do terceiro dia da Festa da Penha

Segundo o pregador, quando este olhar vem sobre nós, a nossa vida é transformada. “Nós não mudamos de vida por força da lei, não mudamos de vida por força de ideias. Nós só conseguimos mudar de vida quando sabemos que tem alguém por nós. Agora, sabe a boa notícia desta tarde? Nós temos alguém por nós. Por isso estamos aqui junto de Nossa Senhora. Ela nos assegura o olhar dela sobre nós. Dá para nós essa certeza: Você não está sozinho”, disse.

A exemplo de Maria Madalena, que é vista ali no túmulo vazio, chorando a morte do seu Senhor, Pe. Hadeleon trouxe a reflexão para os nossos dias. “Talvez essa seja seja a experiência do seu coração. Talvez no seu coração, a sua alma está em lágrimas, em prantos por causa da morte, porque tiraram da sua casa, tiraram do seu convívio alguém que é importante para você. Mas atenção: O amor de Deus não nos deixa entregues às lágrimas”, confortou.

E Nossa Senhora também tem um olhar compassivo para todos: não julga, não condena, ela é Mãe, ela sabe o que acontece com cada um. “Ela sabe o que cada um de nós estamos enfrentando, mesmo diante da insensibilidade de tantas pessoas, às vezes até daqueles que comungam conosco, que estão do nosso lado, dizendo: ‘É besteira, não precisa de nada disso”. Nossa Senhora não nos condena. Ela sabe a dor que está no nosso coração”, ensinou.

Para o sacerdote, quando Nossa Senhora derrama sobre nós o seu olhar compassivo, ela nos leva imediatamente a Jesus. “E é Dele que temos necessidade. Talvez na história da humanidade nunca se fez tão necessário o olhar de Deus sobre nós, como nesse tempo da história, onde tudo está tão inseguro, onde tudo está tão incerto”, constatou.

“Mas atenção: nem está tudo perdido. Deus conhece você, ele sabe o seu nome, sabe a sua história, sabe o que está passando e, ao pronunciar o seu nome, ele está te chamando para vida. Quando Maria Madalena ouve o seu nome, ela reconhece que não está mais sozinha, que o amor está ali. Esta é a certeza do amor: quem ama ainda que veja a morte, o vazio, não está sozinho. Porque o amor não decepciona”, enfatizou.

Para o pregador, nesse tempo de pandemia, a face das pessoas está escondida por máscaras e só o olhar fica à mostra. “Eu pergunto a você, meu irmão e minha irmã: como tem sido o seu olhar? Será que o seu olhar é um olhar compassivo? Será que você é alguém que tem deixado o Ressuscitado transformar o seu modo de olhar? Não é porque somos de Deus que somos poupados das doenças, da morte, do sofrimento. Maria Madalena não está isenta disso. Ela viu o túmulo, ela viu a cruz, mas ela perseverou ali. O amor faz perseverar. Não desiste, não se desespera. E na perseverança do olhar, agora ela diz: ‘Eu vi o Senhor!’ Só depende da abertura do nosso coração”, explicou.

“O Senhor hoje, através dessa Mãe querida, quer também transformar o nosso modo de olhar. E nesse tempo da pandemia, onde estamos impedidos de tocar, de abraçar, não estamos impedidos de olhar. Que o nosso olhar seja como o olhar de Nossa Senhora, como o olhar de Jesus, um olhar compassivo”, pediu. Segundo ele, só o olhar compassivo pode nos imunizar do indiferentismo que deixa o outro para escanteio. “Peçamos esse milagre a Nossa Senhora: Mãe, sob o seu olhar compassivo, ajudai-me também a olhar para os meus irmãos. Sê este olhar compassivo para os meus irmãos!”.

Frei Pedro Oliveira lembrou que o quarto dia do Oitavário da Festa da Penha, neste 7 de abril, começa com a Bênção do dia pela TV Gazeta. Ao meio-dia, o público será convidado a uma grande corrente de oração através do Terço Franciscano, que será transmitido ao vivo nas redes do Convento da Penha. A primeira Missa do Oitavário, às 16 horas, será presidida por Pe. Hermindo e Pe. Pierre, da área pastoral Benevente. Às 18 horas, o Programa “Salve Mãe das Alegrias” terá a participação do cantor Diego Lyra, terminando o dia com a segunda Missa do Oitavário, às 20 horas, presidida por Dom Décio Sossai Zandonade, bispo emérito da diocese de Colatina.


Moacir Beggo