Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba, comemora os 800 anos da Impressão das Chagas de São Francisco

19/09/2024

Notícias

Uma Santa Missa na Paróquia Santo Antônio, em Sorocaba (SP), marcou o encerramento da Festa dos 800 anos da Impressão das Chagas em São Francisco de Assis, no último dia 17 de setembro.

No início da celebração, o pároco Frei Gilberto Marcos Sessino Piscitelli inaugurou, na entrada da igreja matriz, um painel trazido diretamente do Monte Alverne, que retrata São Francisco e o Serafim, no momento em que ele recebe os estigmas.

“‘Meu Deus e meu tudo’ e ‘O amor não é amado’. Essas foram as palavras de São Francisco que demonstraram seu amor profundo por Cristo. O Santo Seráfico amou tanto Jesus, amou tanto a cruz que quis identificar-se com o próprio Cristo”, disse o frade.

Após a comunhão, foi lido o 13º capítulo da Legenda Maior, escrito por São Boaventura, no qual é abordado o momento em que São Francisco recebeu os Sagrados Estigmas. Enquanto o capítulo era lido, houve uma encenação feita pelo Grupo de Jovens Saluz.

Ao final da celebração, todos os fiéis presentes receberam a oração dos “Louvores ao Deus Altíssimo”. Essa oração foi escrita em um pergaminho por São Francisco após receber os estigmas e entregue a Frei Leão, que carregou o escrito consigo durante toda a vida, até o momento de sua morte.

Celebração do Tríduo

As celebrações na paróquia começaram no dia 14 de setembro, com o Tríduo, momentos que promoveram profundas reflexões sobre a vida do Santo Seráfico. “São Francisco nos traz não apenas a recordação de um acontecimento ocorrido há 800 anos, mas nos revela que é possível, a todo ser humano, amar profundamente o Cristo sofredor”, disse Frei Gilberto.

No primeiro dia, o grupo de jovens encenou o momento em que São Francisco, ajoelhado diante do crucifixo na capela de São Damião, ouviu a voz do Senhor, que lhe disse para reconstruir a Sua igreja, que estava em ruínas.

Durante a homilia, o pároco explicou que a conversão de São Francisco não aconteceu da noite para o dia. “Ele era um jovem que vivia sua vida com seus amigos, cantava, dançava e bebia vinhos nas cantinas da cidade. Certo dia, ele sentiu a necessidade de ter Deus em sua vida. Daquele momento em diante, passou a visitar inúmeras capelas, até que entrou na capela de São Damião. O local estava abandonado, mas foi naquele ambiente que Francisco ouviu um chamado de Deus em seu coração, que dizia para ele reconstruir a Sua igreja, que estava em ruínas”.

No domingo (15/09), os jovens encenaram mais três momentos da vida de São Francisco: ele e seus primeiros companheiros, o convívio com os frades e com os leprosos. O grupo também representou a vocação de Santa Clara.

De acordo com Frei Gilberto, no começo o jovem Francisco não conseguia suportar o cheiro dos leprosos, mas, conforme foi caminhando ao encontro de sua santidade, passou a aceitar a condição e as fragilidades daqueles filhos e filhas de Deus que eram excluídos da sociedade. “Ele descobriu no leproso o irmão em Cristo”, disse.

No terceiro e último dia do tríduo (16/09), logo após o Evangelho, a comunidade mais uma vez acompanhou a representação do diálogo do Santo Seráfico com Frei Leão, momento no qual o diálogo entre os dois deu origem a uma profunda reflexão, que resultou em um encontro especial com Deus a partir da “Perfeita Alegria”.

Em seguida, Frei Gilberto, em sua homilia, explicou o sentido da “Perfeita Alegria” a partir da ótica de São Francisco: “A história da ‘Perfeita Alegria’ de São Francisco de Assis ensina que a verdadeira felicidade não está nas coisas materiais ou nas boas circunstâncias da vida, mas na forma como enfrentamos as dificuldades com paciência e humildade”, disse.

O frade continuou contando que São Francisco explicou a Frei Leão, em uma de suas viagens, que, se eles chegassem a um mosteiro cansados, com frio e fome, e os monges não os reconhecessem, não os deixassem entrar e os maltratassem, a verdadeira alegria seria aceitar tudo isso com serenidade e sem raiva. “A ideia de São Francisco é que, mesmo diante das humilhações e sofrimentos, se conseguirmos manter a paz interior e continuar amando a Deus e as pessoas, teremos a perfeita alegria”.

Segundo ele, São Francisco não via a verdadeira alegria nos milagres ou nos momentos de reconhecimento, mas sim na capacidade de aceitar as adversidades sem perder a paciência ou o amor. “O ensinamento principal é que a felicidade vem de dentro, de como lidamos com os desafios, e não do que acontece ao nosso redor. Essa é uma lição sobre a importância da humildade e da paz interior, mesmo nos momentos mais difíceis”, concluiu.


Texto e fotos Larissa Dell’Aringa Campos

Fotos:Fernanda Fonseca e Frei Gilberto Marcos Sessino Piscitelli