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Papa Francisco, Sudão do Sul: “Nunca percam a esperança, vocês estão no meu coração”

05/02/2023

Papa Francisco

                                                                                                                        Imagem: Vatican Media

Na conclusão da Santa Missa no Mausoléu de “John Garang na manhã deste domingo (05/02), o Papa Francisco fez a sua última saudação aos fiéis que chegaram, não sem esforço, de todo o país para participara da celebração e ouvir suas palavras. O Santo Padre afirmou mais uma vez: “no Sudão do Sul há uma Igreja corajosa”. A peregrinação de Francisco pela paz chegou ao fim e o Papa, aproveita o momento para agradecer à acolhida recebida, pelo trabalho de tantos, pela fé e pelo afeto demonstrado por todos. Em suas palavras há um reconhecimento especial pela contribuição dada à Igreja e à sociedade pelas mulheres.

Retomando o que o arcebispo de Juba, dom Stephen Ameyu Martin Mulla, havia dito pouco antes, Francisco afirmou que “nossa Igreja produziu dois santos: São Daniel Comboni e Santa Josefina Bakhita”. Sobre Bakkhita disse que ela era “uma grande mulher, que com a graça de Deus transformou em esperança o sofrimento que padeceu”, uma esperança que ela foi capaz de transmitir aos outros. E o Papa continua:

“Esperança é a palavra que eu gostaria de deixar para cada um de vocês, como um presente a ser compartilhado, como uma semente que dá frutos. Como nos recorda a figura de Santa Josefina, a esperança, especialmente aqui, está no signo da mulher e eu gostaria de agradecer e abençoar de maneira especial a todas as mulheres do país”.

E há outra palavra que Francisco quer deixar para o Sudão do Sul: a palavra é paz, que marcou estes dias e que “desejo com todas as minhas forças” também para os dias que virão e aos quais não lhe faltará o seu apoio junto com o dos líderes religiosos – o arcebispo anglicano Welby e o pastor Iain – que o acompanharam nesta viagem.

“Com meus irmãos Justin e Iain, a quem agradeço de coração, viemos aqui e continuaremos a acompanhar seus passos, fazendo tudo o que pudermos para torná-los passos de paz, passos em direção à paz. Gostaria de confiar o caminho da reconciliação e da paz a outra mulher, a maior e ao mesmo tempo a menor, a mais alta e ao mesmo tempo a mais próxima de nós, a cada uma de nós. Ela é nossa terna Mãe Maria, a Rainha da Paz”.

Maria, a “Nossa Senhora da África está sempre conosco”, diz o Papa Francisco, e a ela confia a grande causa da paz em todo o mundo.

“A ela confiamos a causa da paz no Sudão do Sul e em todo o continente africano, onde tantos de nossos irmãos e irmãs na fé sofrem perseguição e perigo, onde tantas pessoas sofrem por causa de conflitos, exploração e pobreza. A Nossa Senhora também confiamos a paz no mundo, especialmente nos muitos países que estão em guerra, como a martirizada Ucrânia”.

As palavras finais de Francisco ainda são de afeto ao povo do Sudão do Sul, “vocês estão no meu coração, vocês estão nos nossos corações, vocês estão no coração dos cristãos do mundo inteiro”, assegura. E repete: “Nunca percam a esperança”. E não se perca a oportunidade de construir a paz”.

Papa Francisco se despede do Sudão do Sul
Depois de percorrer cerca de 4.945 Km em pouco mais de 6h45 de voo, o Papa Francisco chegará a Roma na conclusão da sua 40ª Viagem Apostólica Internacional que o levou à República Democrática do Congo e ao Sudão do Sul.


DESPEDIDA

No aeroporto Internacional de Juba o Papa Francisco, junto com o arcebispo de Cantuária Justin Welby, e o moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia, Iain Greenshields, foram acolhidos pelo presidente da República Salva Kiir Mayardit. O Papa se deteve por alguns momentos com o presidente do Sudão do Sul. Após a saudação das delegações e a guarda de honra Francisco subiu a bordo do avião a ITA Airways que o traz para Roma. Justin Welby e Iain Greenshields também viajam com o Papa. Prevista, como já é habitual, a coletiva de imprensa durante o voo, desta vez com a participação de Welby e Iain.

Concluiu-se assim a intensa programação do Papa no Sudão do Sul, que teve início na última sexta-feira, em continuação à visita à República Democrática do Congo, no âmbito da 40ª Viagem Apostólica internacional que teve início no dia 31 de janeiro.

O lema da visita ao Sudão do Sul foi “Para que todos sejam um”, extraída do Evangelho de João, capítulo 17. A esperança vivida nestes dias em terras do sul-sudanesas com a presença dos três líderes religiosos era de ajudar a selar definitivamente o acordo de paz no país, nascido oficialmente em 9 de julho 2011, após a separação do Sudão.

De fato, a presença dos três líderes religiosos foi uma expressão muito significativa do ecumenismo, um ecumenismo de testemunho, afirmou antes da viagem o cardeal secretário Pietro Parolin, observando que “as Igrejas cristãs trabalham a serviço de toda a população, onde muito frequentemente o Estado e às vezes até mesmo as agências internacionais não conseguem chegar. Portanto, elas gozam de confiança e autoridade entre a população e isto lhes permitiu desempenhar um papel significativo no complexo diálogo internacional”.

O Sudão do Sul vem sendo marcado pela violência desde sua independência. Recordamos que na véspera da chegada do Papa, 27 pessoas foram mortas no Estado da Equatoria Central, no confronto entre pastores de gado e membros de uma milícia.

Nas suas palavras conclusivas na Santa Missa nesta manhã de domingo no Mausoléu Mausoléu de “John Garang o Papa disse ao povo do Sudão do Sul que palavra que ele gostaria de deixar para cada um é “esperança”, como um presente a ser compartilhado, como uma semente que dá frutos. “Como nos recorda a figura de Santa Josefina, a esperança, especialmente aqui, está no signo da mulher e eu gostaria de agradecer e abençoar de maneira especial a todas as mulheres do país”.

E há outra palavra que Francisco quis deixar para o Sudão do Sul é paz. Paz que marcou estes dias e que “desejo com todas as minhas forças” também para os dias que virão e aos quais não lhe faltará o seu apoio junto com o dos líderes religiosos – o arcebispo anglicano Welby e o pastor Iain – que o acompanharam nesta viagem.


Fonte: Vatican News (texto de Silvonei José )