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Papa Francisco inicia Viagem Apostólica mais longa do seu Pontificado

Sorridente, o Papa Francisco embarcou no voo que o levará a Jacarta, na Indonésia, primeira etapa de sua 45ª Viagem Apostólica internacional, a maior do seu Pontificado. O avião, que leva o Santo Padre ao continente asiático, decolou nesta segunda-feira, 2 de setembro, às 17h32, horário de Roma.

Antes de deixar o Vaticano, conforme informou a Sala de Imprensa da Santa Sé, “pouco depois das 16 horas locais, cerca de quinze pessoas em situação de rua, homens e mulheres, acompanhadas pelo cardeal Konrad Krajewski, Esmoleiro de Sua Santidade, visitaram o Papa Francisco na Casa Santa Marta antes de sua partida para a próxima Viagem Apostólica pela Ásia e Oceania”.

Serão 32.814 quilômetros percorridos, com quatro fusos horários diferentes, desde a partida do Aeroporto Fiumicino, às 17h55 desta segunda-feira, até seu retorno a Roma na sexta-feira, 13 de setembro, às 18h55min, horário italiano.

Entre os temas a serem abordados nos 16 discursos e homilias a serem pronunciados em italiano e espanhol, está o diálogo e a convivência harmoniosa entre as religiões, a reconciliação social, a mudança climática e seus efeitos devastadores nas terras de oceanos e vulcões, o equilíbrio entre a velocidade econômica e tecnológica, bem como o desenvolvimento humano, social e espiritual dos povos.

Os quase doze anos de pontificado de Jorge Mario Bergoglio e os temas-chave preparados para este momento parecem estar condensados e cristalizados nos doze dias da viagem.

A paz
Em um período histórico marcado por guerras, o Papa irá reiterar nos diversos encontros seu apelo em favor da paz e dos esforços em andamento para alcançá-la. Simbólicos nesse sentido são dois momentos que o Papa viverá em Jacarta, a capital da Indonésia, atingida no passado recente pelo terrorismo religioso e pela tentativa de criar um Islã transnacional no modelo do Isis, que, no entanto, foi rejeitado pela Pancasila”indonésia, com seus cinco pilares de respeito às crenças, culturas, religiões e línguas, também incluídos na Constituição.

O primeiro momento será a visita à mesquita Istiq’lal, o maior prédio de culto islâmico do Sudeste Asiático, projetado na década de 1950 por um arquiteto cristão e, a partir de 2019, conectado à Catedral da Assunção pelo chamado “túnel da fraternidade”. Um túnel, de fato, que pretende ser um sinal de incentivo à fraternidade entre as duas comunidades religiosas. O Papa – este é o segundo momento simbólico – visitará o local juntamente com o Grão-Imame, com quem também assinará uma Declaração Conjunta na esteira do Documento sobre a Fraternidade Humana de Abu Dhabi.

 

Etapas da viagem

Além da Indonésia, caracterizada pelo pluralismo, o Papa argentino também levará “uma palavra de conforto ou encorajamento” para Papua-Nova Guiné, recentemente ferida por dramáticos deslizamentos de terra e conflitos tribais igualmente dramáticos. Depois irá para  a ex-colônia portuguesa de Timor Leste, ainda marcada pela guerra pela independência da Indonésia que, em 22 anos, levou à morte cerca de um quarto da população. Por fim,  seu destino será Singapura, um emblema de opulência, comércio e desenvolvimento tecnológico, mas também de profundas desigualdades sociais e pobreza.

Medidas para a saúde

De acordo com o diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, Matteo Bruni, mesmo com o fato de ser uma longa viagem  que  envolvem mudanças de horário e picos de umidade de até 92%, não há preocupações adicionais com a saúde do Papa. “Os protocolos de saúde já em vigor em cada Viagem Apostólica são considerados suficientes”, disse . Ele explicou que haverá um médico e dois enfermeiros para cuidar da saúde do Papa Francisco, além do assistente pessoal de saúde Massimiliano Strappetti. Além das presenças habituais na comitiva, à medida que for avançando a viagem, também farão parte o cardeal Luis Antonio Tagle e os outros cardeais e arcebispos dos vários lugares que o Papa visitará.

Nas pegadas de Paulo VI e João Paulo II

A viagem à Indonésia do Papa Francisco  segue as pegadas de seus antecessores, Paulo VI e João Paulo II, que estiveram presentes nesses territórios entre o início dos anos 70 e o final dos anos 80.  Segundo o porta-voz do Vaticano, foram “viagens cheias de encontros nos quais a Igreja mudou de rosto”, lembrou Bruni, “muitos jovens, muito tempo dedicado ao clero”, em um período em que Estados e democracias estavam se desenvolvendo em meio aos escombros de guerras e invasões.


 Vatican News