Papa: As crianças levam o Espírito Santo dentro de si
12/01/2020
Cidade do Vaticano – Batizar um filho é um ato de justiça, para ele. E por qual motivo? Porque nós, no Batismo, lhe damos um tesouro; nós, no Batismo, lhe damos um penhor: o Espírito Santo. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa na manhã deste domingo (12/01), festa do Batismo do Senhor, celebrada na moldura esplêndida da Capela Sistina, com o rito do Batismo das crianças.
De fato, como se dá habitualmente todos os anos nesta festa litúrgica que encerra o período do Natal, este ano o Santo Padre batizou 32 crianças: 15 meninas e 17 meninos. Como Jesus foi batizar-se, assim também vocês trouxeram seus filhos para o Batismo, disse o Papa dirigindo-se aos pais.
Já no início da celebração, o diálogo de Francisco com os pais, padrinhos e madrinhas, com as perguntas próprias do rito do Batismo, e antes do sacramento, a renovação dos compromissos batismais.
Crescer com a luz do Espírito Santo
A criança sai do Batismo com a força do Espírito Santo dentro de si: “O Espírito que a defenderá, a ajudará durante toda a vida. Por isso é tão importante batizá-las desde crianças, para que cresçam com a força do Espírito Santo”, disse o Pontífice na homilia da celebração.
Está é a mensagem que eu gostaria de dar hoje a vocês, frisou Francisco. Vocês trazem seus filhos hoje, a fim de que tenham dentro o Espírito Santo. E cuidem para que “cresçam com a luz, com a força do Espírito Santo, através da catequese, da ajuda, do ensinamento, dos exemplos que vocês darão em casa. Esta é a mensagem”, acrescentou.
O choro de uma criança na igreja: uma bela oração
O Pontífice lembrou ainda que as crianças não estavam habituadas a vir à capela Sistina, num ambiente fechado um pouco quente, com tantas roupas para uma festa tão bonita. A qualquer momento poderão se sentir incomodadas e começarão a chorar. Não se assustem, deixem-nas chorar e gritar, se estiver com fome, podem amamentá-las, sempre em paz, disse ainda.
“É uma coisa bonita quando uma criança chora na igreja, é uma bela oração. Façam de modo que se sintam bem e sigamos adiante”. Não se esqueçam: as crianças levam o Espírito Santo dentro de si, disse por fim.
ANGELUS
“Maria Santíssima nos ajude a compreender sempre mais o dom do Batismo e a vivê-lo com coerência nas situações de todos os dias”: foi o pedido do Papa à Virgem Santa, na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, ao meio-dia deste domingo (12/01), com milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
“Mais uma vez tive a alegria de batizar algumas crianças, na festa de hoje do Batismo do Senhor. Rezemos por elas e por suas famílias”, disse Francisco. Efetivamente, pouco antes, o Santo Padre tinha acabado de presidir à santa missa na Festa do Batismo do Senhor, celebrada na Capela Sistina, com o rito do Batismo das crianças: ao todo, foram 32 crianças batizadas, 15 meninas e 17 meninos.
Deus é Santo, seus caminhos não são os nossos
O Pontífice ressaltou que a liturgia deste ano nos propõe o evento do batismo de Jesus narrado pelo Evangelho segundo São Mateus (3,13-17). O evangelista descreve o diálogo entre Jesus, que pede o batismo, e João Batista, que quer negar-se a fazê-lo e observa: “Eu é que tenho necessidade de ser batizado por ti e tu vens a mim?”
O Santo Padre observou que esta decisão de Jesus surpreende o Batista: “de fato, o Messias não precisa ser purificado; é Ele, ao invés, que purifica. Mas Deus é o Santo, seus caminhos não são os nossos, e Jesus é o Caminho de Deus, um caminho imprevisível”, ressaltou.
Jesus veio superar a distância entre o homem e Deus
João havia declarado que entre ele e Jesus existia uma distância abissal, insuperável. “Eu não sou digno nem ao menos de tirar-lhe as sandálias” (Mt 3,11), dissera. “Mas o Filho de Deus – continuou o Papa – veio justamente para superar a distância entre o homem e Deus. Se Jesus é totalmente da parte de Deus, é também totalmente da parte do homem, e reúne aquilo que estava dividido”.
Por isso, explicou Francisco, Jesus replica a João: “Deixa estar por enquanto, pois assim nos convém cumprir toda a justiça”.
Solidariedade com o homem frágil e pecador
“O Messias pede para ser batizado, a fim de que se cumpra toda justiça, isto é, se realize o desígnio do Pai que passa pelo caminho da obediência filial e da solidariedade com o homem frágil e pecador. É o caminho da humildade e da plena proximidade de Deus a seus filhos.”
O Pontífice observou que também o profeta Isaías anuncia a justiça do Servo de Deus, que realiza a sua missão no mundo com um estilo contrário ao espírito mundano: “Ele não clamará, não levantará a voz, não fará ouvir a sua voz nas ruas, não quebrará a cana rachada, não apagará a mecha bruxuleante” (42,2-3). Em seguida, o Pontífice acrescentou:
“É a atitude da mansidão, da simplicidade, do respeito, da moderação e do não fazer alarde, que se requer também hoje aos discípulos do Senhor. Na ação missionária a comunidade cristã é chamada a ir ao encontro dos outros sempre propondo e não impondo, dando testemunho, partilhando a vida concreta das pessoas.”
Testemunhar e anunciar o amor sem limites de Deus
Assim que Jesus foi batizado no rio Jordão, os céus se abriram e desceu sobre Ele o Espírito Santo como uma pomba, enquanto do alto ressoou uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem coloquei a minha complacência”, frisou o Papa citando a passagem de Mt 3,17.
“Na festa do Batismo de Jesus redescobrimos o nosso Batismo. Como Jesus é o Filho amado do Pai, também nós renascido da água e do Espírito Santo sabemos ser filhos amados, objeto da complacência de Deus, irmãos de tantos outros irmãos, investidos de uma grande missão para testemunhar e anunciar a todos os homens o amor sem limites do Pai.”
Na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Pontífice saudou, entre outros, os jovens do Movimento dos Focolarinos provenientes do Brasil, Colômbia, Paraguai e Coreia, vindos a Roma para um curso de formação há cem anos do nascimento da Serva de Deus Chiara Lubich.
Fonte: Vatican News