Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

O espetáculo não pode parar

31/07/2014

Notícias

 

                                                                                                                                                                 Imagem ilustrativa (fonte: Canva)

Olha o público cansado de esperar! O espetáculo não pode parar!”

Este verso é da música Piruetas, de Chico Buarque, que foi parte da trilha sonora do filme Saltimbancos Trapalhões, de 1981. O Evangelho deste 18º Domingo do Tempo Comum traz à lembrança este verso da canção. De fato, “o espetáculo não pode parar” e nada de mais espetacular poderia acontecer na história da humanidade do que a presença de Deus encarnada em Jesus Cristo no seio da humanidade. Na itinerância de quem não tinha sequer onde recostar a cabeça, Jesus procura um lugar deserto a partida violenta injusta de João Batista, seu primo amado que fora morto brutalmente por ordem do Rei Herodes. Plenamente humano, o Mestre busca um tempo para si, para refletir e “digerir” no coração o episódio que, sem dúvida, lhe causava dor.

No entanto, seus planos são alterados pela grande multidão que vem a seu encontro em busca de uma palavra, de um gesto, de um ensinamento, de uma cura. Jesus se esquece de sua dor pessoal e se compadece daqueles que vêm a seu encontro. O coração despedaçado de quem perde um ente querido se desdobra e se renova a fim de ser fonte de vida, esperança e salvação para os necessitados que vêm a seu encontro, revelando que, de fato, nada o poderia separar do Amor de Deus que Ele veio manifestar (Cf. Rm 8,35.37-39).

Mesmo com o coração ferido, Jesus se apresenta como cura para os doentes e também, num gesto de profecia e generosidade, multiplica o pão para a multidão faminta, convocando seus discípulos a serem os distribuidores do farto alimento de graça e bondade. O mesmo que multiplica o pão para saciar a multidão com fome, através da Eucaristia continua a se oferecer como alimento vivo e salutar para todos os que nele creem.

Frei Gustavo Medella