Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

O convento franciscano no Rio Jordão reabre após 50 anos fechado

24/07/2018

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Terra Santa – O convento franciscano às margens do Rio Jordão havia sido fechado com toda a pressa, em 1968. Há poucos dias, no momento de desminar a área, pela primeira vez um frade franciscano da Custódia da Terra Santa pôde entrar nele, a pedido da associação Halo Trust, há tempos empenhada em remover as minas à margem ocidental do rio, onde se situa o episódio do Batismo de Jesus.

Desde 1967, por causa da guerra entre Israel e Jordânia, toda aquela área havia sido fechada aos peregrinos e turistas, porque o enorme campo de 55 hectares havia sido minado e declarado zona militar. Somente em 2000, por causa da visita do Papa João Paulo II à Terra Santa, havia sido aberto um pequeno acesso e depois, em 2011, as autoridades de Israel limparam pequena parte do terreno a fim de torná-lo acessível aos peregrinos. Desde janeiro de 2018, pouco a pouco, Halo Trust retirou as minas de todos o território pertencente às Igrejas cristãs: as de rito católico, grego-ortodoxo, armeno, copto, etíope, rumeno, sírio e russo.

No mês de julho, foi a vez do terreno dos franciscanos, representantes da Igreja de rito católico. Primeiramente retiraram as minas da estrada principal que dá acesso à igreja, depois desminaram o entorno e o interior da igreja. Não foi encontrado nenhum material suspeito dentro da igreja e do convento, mas os operários da Halo Trust pediram que fossem removidos todos os objetos.
“No dia 16 de julho , entrei no convento – conta Fr. Sergey Loktionov. Encontramos coisas que pertenciam aos frades: paramentos sacros, objetos litúrgicos, candelabros, livros, altares portáteis. Parece que os frades saíram com pressa, porque também o registro das missas dos peregrinos foi abandonado sobre a mesa do refeitório com a caneta dentro! A última missa registrada é a de 7 de janeiro de 1968, celebrada por um grupo vindo da Nigéria. Também na cozinha encontramos objetos de uso cotidiano: panelas, chaleiras, talheres, bebidas!” disse Frei Sergey. Os objetos foram levados embora, juntamente com uma série de altares móveis, usados pelos peregrinos a fim de celebrar a missa às margens do rio. O frade disse que na próxima Epifania, quando costumeiramente se vai ao rio Jordão a fim de festejar o Batismo do Senhor, as Igrejas deverão retomar a posse dos respectivos territórios.

Segundo recordações históricas, os franciscanos realizam a peregrinação anual a esse local, ao menos desde 1641. Em 1932, a Custódia da Terra Santa adquiriu o terreno no qual foi edificada a igreja, benta em 1956.

Beatrice Guarrera | Custódia da Terra Santa