Jerusalém – O Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Michael Perry, está participando do 4º Congresso Internacional dos Comissários da Terra Santa, que acontece no Convento S. Salvador, em Jerusalém, de 26 de novembro a 2 de dezembro.

Nesta quinta-feira, dia em que se celebra a memória de Todos os Santos Franciscanos e o aniversário da aprovação da Regra e Vida de São Francisco, o Ministro Geral fez a homilia na celebração do dia.

Confira um trecho:

Está escrito no livro do Eclesiástico:

Mas aqueles que vamos lembrar foram homens de bem, cujos atos de justiça não foram esquecidos.
Na sua descendência, eles têm uma rica herança, que é a sua posteridade. (44,10-11).

O que chama a atenção neste trecho do Eclesiástico é o lugar que ele concede aos seres humanos no Plano da Salvação de Deus. Deus criou os seres humanos e infundiu em cada pessoa a capacidade de entrar em relação com Deus e relacionar-se com os demais. Ao mesmo tempo, o escritor reconhece também que frequentemente nós, os seres humanos, fugimos de Deus por tantos motivos.

Quando desviamos nossos olhos de Deus, da realidade transcendente que tem o poder de abrir nossa limitada realidade histórica e a realidade do pecado, a algo muito maior, começamos então a agir como deuses, acreditando que temos o poder de decidir em todas as coisas, incluindo as decisões sobre a vida inocente, a promoção da violência, da injustiça, pensando somente em nós mesmos.

Frei Michael Perry

Isto nos leva ao centro de nossa celebração litúrgica de hoje. Somos chamados a fazer presente através de nossas orações, e ainda mais importante, através do modo como abraçamos e vivemos nossa vocação de discípulos missionários do Ressuscitado, todos os irmãos da Ordem Seráfica: Conventuais, Capuchinhos, Frades Menores, Terceira Ordem Regular, Clarissas, Concepcionistas, Congregações da Ordem Terceira, religiosos e religiosas, franciscanos seculares; todos aqueles que empenharam-se a viver a vida evangélica, que “combateram o bom combate, terminaram a sua corrida e conservaram a fé” (2 Tm 4, 7). Reconhecemos que nossos irmãos foram como nós: simples, pecadores, seres humanos limitados, chamados a colocar suas vidas nas mãos de Deus, chamados também a abrir os olhos, os corações e suas mãos para reconhecer a presença do mistério de Deus em todas as partes do mundo, respondendo e cumprindo as obras de Deus.

No fim, os que são considerados santos de Deus, membros definitivos da Ordem Seráfica, trataram de viver sua vocação evangélica com sinceridade e abertura, vivendo o duplo mandamento do amor: o amor por Deus e pelo próximo: “aqueles que vamos lembrar foram homens de bem, cujos atos de justiça não foram esquecidos.” (Eclo 44, 10)

Ao olharmos para os santos e santos da nossa Ordem Seráfica, busquemos caminhar na santidade de vida e a viver plenamente a Regra e Vida que recebemos de São Francisco, aprovadas por Honório III em 29 de novembro de 1223. Permitamos que a graça do nosso batismo produza frutos, nos conduza à abertura à vida e à presença e obra de Deus em todos os lugares (cf. Papa Francisco, Gaudete et Exsultate 15), para que Cristo realize “muito mais do que pedimos ou imaginamos; a ele seja dada a glória na Igreja e em Jesus Cristo por todas as gerações, para sempre.”

Foto: Custódia Terra Santa | Fonte: ofm.org | Tradução: franciscanos.org.br