Noviços fazem experiência de Eremitério
27/05/2013
Por Frei Ermelindo Francisco Bambi
De 27 abril a 4 de maio nós, os noviços franciscanos, fizemos a nossa primeira experiência anual de eremitério. Foi uma oportunidade de encontro com Deus e com nós mesmos. Para um melhor andamento do retiro, organizamo-nos em dois grupos de 10 noviços. Cada grupo passou uma semana no alto da montanha de Rodeio, SC.
Começávamos o dia com a Eucaristia, alimento nosso espiritual antes do café da manhã, para depois nos ocuparmos com o tema do dia. Os temas para a reflexão foram extraídos dos “Ditos do Beato Frei Egídio”, padroeiro do Eremitério: “O capítulo das virtudes e vícios, o capítulo da fé, o capítulo da santa castidade, o capítulo da santa humildade e o capítulo da boa perseverança”.
Cada noviço procurou um lugar para o seu recolhimento pessoal durante toda semana. Usamos as grutas, as árvores, as pedras e, na medida do possível, procuramos aproveitar e usufruir das belezas e riquezas que a mãe natureza nos proporciona. Foi possível perceber que Deus estava presente em todos os elementos, por isso, uma das recomendações foi de não destruir a natureza.
No fim do dia, rezávamos o Ofício vespertino e, após a janta, eram feitas as partilhas, onde cada frade noviço, livremente, expunha a experiência que havia feito durante o dia, tendo como pressuposto básico o texto do dia. Frei Samuel, o mestre e orientador do retiro, apontando muitas vezes para os desafios e ‘facilidades’ que o mundo moderno nos apresenta, dizia que a oração e a confiança em Deus são os meios que nos que tornam perseverantes e firmes na nossa vocação. Focalizou também as virtudes e a postura que um religioso deve apresentar diante das vicissitudes no dia a dia.
Para enfrentar as dificuldades é necessário um treino quotidiano e um trabalho interior. Esse foi um dos momentos mais ricos. Cada um falou de si mesmo e também ouviu dos demais coisas que, no dia a dia, dificilmente ouviriam. E terminávamos o dia com a oração do Ofício das Leituras e o Completório. Ninguém saiu do Eremitério como lá chegou. Experiência como estas nos levam, com certeza, a compreender o valor do silêncio e da fraternidade, que é o ponto central na vida franciscana.
Terminado o período previsto, o desejo foi o mesmo de Pedro: “Façamos três tendas aqui no monte”. Mas tivemos de descer e dar continuidade às nossas atividades diárias no convento e pôr em pratica tudo quanto aprendemos, refletimos e contemplamos. Queremos agradecer a Deus pelo dom da vida e da vocação e aos confrades da Fraternidade Permanente pela oportunidade e por tudo que fizeram para que não faltasse nada durante o retiro. Paz e bem!