Agudos (SP) – Os capitulares presentes em Agudos (SP) iniciaram o sétimo e penúltimo dia (29/11) do Capítulo Provincial com a Santa Missa, às 8 horas, na bela capela do no Seminário Santo Antônio. Hoje, o presidente da Celebração foi Frei Marx Rodrigues dos Reis, coordenador da Frente de Solidariedade e animador provincial do Serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), que teve como concelebrantes Frei José Francisco de Cássia dos Santos, vice-coordenador da Frente de Solidariedade; e Frei Sérgio Pagan, da Fraternidade de Niterói.

Neste dia, a Ordem Seráfica celebra todos os seus Santos no aniversário da aprovação da regra de São Francisco pelo Papa Honório III, no dia 29 de novembro de 1223. A Ordem Franciscana recolhe-se em oração festiva para contemplar a grandiosa árvore de santidade nascida do Seráfico Pai e sua vida segundo o Evangelho, como descreve na Regra de Vida.

“Ao mesmo tempo que a gente persegue a santidade, a gente persegue o desafio do Evangelho”, lembrou Frei Marx. “Ser santo aqui não é escapar daquilo que nos amedronta, mas pelo contrário é entender que a busca do Evangelho nos coloca no caminho para superar todas as nossas inseguranças que, por vezes, estão escondidas nas grandes construções que nós vamos, historicamente, montando. Esse movimento todo nos conclama a olhar à luz dos sonhos”, disse.

“Nesse Capítulo somos todos irmãos em busca de sonhos, especialmente hoje esta festa franciscana também nos desafia a olhar para todas as nossas seguranças e perceber se elas contribuem ou não para que a gente possa largar tudo o que nos aprisiona e construir o que nos serve”, observou.

Segundo ele, não é porque se vive um tempo dúbio em que as instituições estão diminuindo e nossos conventos podem ficar sem tantos frades e vocacionados, não é por isso! “Não é só pelo nosso mundo, mas para o projeto de Reino de Deus”, indicou. “Ele nos conclama a ser um pouco mais audaciosos. Ele pede de nós um tempo para construir o reino dos céus. Ouso dizer ainda como nos coloca o Eclesiástico: seremos homens de fato diante de Deus se formos capazes de construir a caridade e a solidariedade”, ressaltou.

Frei Marx contou que quando teve início a pandemia, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), abriu duas tendas para servir quentinhas à população de rua: uma no centro de São Paulo e outra no centro do Rio. “Mas tão logo nos instalamos no Largo da Carioca, outras pessoas vieram em busca de ajuda, entre elas pessoas que estavam nas ruas com seus filhos porque perderam as casas, como uma senhora, com três filhos. E a gente sabe que o Estado não permite que fiquem na ocupação. Quando soube que tinha que sair dali, pediu ajuda para levar as coisas dela para a favela que iria morar. E aí um trabalhador nosso foi lá para ajudar, mas, com o carro pequeno, viu que precisaria dar muitas viagens e disse para ela: ‘Olha, não posso fazer tantas viagens assim’. O que eu posso fazer para facilitar o processo? Ela disse: ‘Não tem problema, não! Você faz o seguinte: coloca o fogão e o botijão de gás, o restante fica para trás. O que eu não posso ver é meus filhos com fome!”

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“E aí, a gente percebe que quem busca a urgência da vida despreza até a comodidade de um colchão para salvar a vida dos filhos. Que nós tenhamos a ousadia de desprezar tudo aquilo que não nos favorece para socorrer e construir o reino de Deus. Não tenhamos medo de anunciar Deus, pois sem Ele não tem razão de existir nossa vida”, assinalou, deixando para os capitulares algumas interrogações: “Desde o início da Ordem até nossos dias, três grandes causas nos pedem ações concretas e urgentes: combate à fome, abertura à migração e o diálogo para construir uma sociedade nova à luz das questões sócio-ambientais. Que sabe a gente possa viver nossas seguranças para construir isso em nome do Evangelho!”, concluiu.

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Equipe de Comunicação do Capítulo: Frei Augusto Gabriel, Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Alan Leal de Mattos e Moacir Beggo.