Frei José e Frei Roberto agora são professos solenes
28/08/2016
Moacir Beggo
Petrópolis (RJ) – “O Senhor me deu irmãos!”, disse São Francisco de Assis no seu Testamento. Desde então, há mais de 800 anos, os irmãos não param de se juntar a ele. Neste domingo, 28 de agosto, foi a vez de Frei José Morais Cambolo e Frei Roberto Aparecido Pereira ingressarem definitivamente na Ordem dos Frades Menores e estarem mais próximos do Poverello de Assis.
Segundo o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, neste domingo a Ordem Franciscana estava em festa. “A Ordem dos Frades Menores está em festa por causa de vocês dois, Frei José e Frei Roberto. Mais de 12 mil frades estão em festa por causa de vocês dois”, frisou Frei Fidêncio, que recebeu em suas mãos os votos solenes de seus dois confrades durante Celebração Eucarística às 10 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em Petrópolis (RJ), lotada para ver os neoprofessos da Província Franciscana da Imaculada Conceição. Participaram da celebração Frei César Külkamp, Vigário Provincial; Frei James Girardi, o pároco do Sagrado; Frei Jorge Schiavini, o guardião da Fraternidade; frades que vieram de toda a Província, além de religiosos e seminaristas. O Coral dos Canarinhos garantiu a solenidade e a beleza na linda manhã petropolitana.
A família de Frei Roberto, de Lençóis Paulista (SP), esteve presente na celebração e, representando os familiares de Frei José, que residem em Angola, estavam seus confrades angolanos e brasileiros, entre eles seus primeiros formadores: Frei Samuel Ferreira de Lima, mestre no Noviciado, e Frei Alexandre Magno, que o acompanhou na formação inicial. Frei José Morais é o quarto professo solene da jovem Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola.
O rito da profissão solene começou depois da leitura do Evangelho. O mestre Frei Marcos Andrade chamou cada um dos professandos pelo nome. Em pé, diante do Ministro Provincial, eles responderam: “Aqui estou!”. O mestre, então, fez um breve resumo da vida de cada um. Depois, juntos, eles fizeram o pedido para serem admitidos definitivamente na Ordem dos Frades Menores.
Em seguida, Frei Fidêncio se aproximou deles e os agraciou com lindas mensagens sobre o significado daquele momento de entrega ao Senhor. “Hoje, a Palavra de Deus que acabamos de ouvir é significativa para esse momento, para esse gesto: a profissão solene. Deus se aproxima de vocês, Deus vem ao encontro de vocês, Deus fala a vocês professandos como fala a todos nós nesta manhã e diz: ‘Filho, filha, realiza a tua vocação com mansidão e serás amado mais que um homem generoso’. E para realizar esse trabalho, essa vocação, o Senhor, na leitura do Evangelho, nos recomenda a humildade, que tem muito a ver com a minoridade que nós queremos viver enquanto frades”, explicou Frei Fidêncio.
Frei José Morais Cambolo recita a fórmula da profissão solene diante do Ministro Provincial
Frei Roberto recita a fórmula da profissão solene diante do Ministro Provincial
“A humildade nos faz encontrar graça diante de Deus”, disse o celebrante. “Quando somos humildes, quando vivemos como menores, somos agraciados diante do Senhor, porque é para os humildes que o Senhor revela os seus mistérios. Isso é o que nós aprendemos com São Francisco. Isso é o que o Senhor nos fala constantemente no Evangelho: aos humildes Deus revela a sua misericórdia e essa humildade nós vivemos quando a fazemos transparecer no nosso ser de frades menores”, ensinou.
Como frades menores, disse Frei Fidêncio, “nós também somos convidados a participar do banquete do Reino de Deus”, como diz o Evangelho de hoje. “Mas o Senhor nos questiona: qual é o lugar que nós ocupamos no banquete? Queremos rezar no lugar de honra? Não, o lugar de honra é o lugar da formalidade. O lugar de honra, muitas vezes, é o lugar da frieza. Jesus convida a vocês, como convida e reconvida nós, frades menores, a estarmos de fato na minoridade, na humildade quando soubermos ocupar os últimos lugares. Jesus diz claramente no Evangelho que esse último lugar é o lugar dos pobres, dos menores, dos marginalizados. É ali que devemos exercer o nosso exercício do lava-pés. Porque são essas pessoas, que não tinham chance de participar do banquete do Reino e não podiam sequer entrar no templo, que Jesus diz: ‘é ali que devemos estar como irmãos e menores'”, apontou o Ministro Provincial.
“E o banquete que Jesus hoje nos apresenta é o banquete em que nós também acreditamos: o banquete da fraternidade. A vida entre irmãos para construir no mundo a grande fraternidade sonhada e querida por Deus. Uma fraternidade na lógica do Reino de Deus, na lógica do Evangelho. A nossa fraternidade deve ser expressão dos contornos do banquete do Reino de Deus que Jesus quer nos oferecer”, explicou.
Segundo o celebrante, não dá para participar do banquete dos fariseus. “O nosso banquete cristão deve oferecer a forma do Evangelho e tem os laços da fraternidade. Fraternidade que acolhe irmãos dados pelo Senhor, fraternidade que acolhe irmãos queridos e amados por Deus, fraternidade que tem de fato o sabor da irmandade, fraternidade que se expressa, sobretudo, na comunhão”, exortou, falando a Frei José e Frei Roberto: “Por isso, meus caros, professar definitivamente é exatamente despojar-nos das atitudes de superioridade, de orgulho, de ambição para revestirmo-nos definitivamente das virtudes da humildade, da simplicidade e do serviço”, completou, desejando boas vindas aos novos professos solenes na grande Fraternidade Franciscana, que é a que vai ajudá-los a viver esse Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo em obediência, em pobreza e em castidade.
O RITO DA PROFISSÃO SOLENE
Frei Fidêncio explicou que o gesto da profissão é revestido de muita simplicidade e que o professando, ao prostrar-se diante do Ministro, o faz diante do Senhor Deus. “Vão colocar a história deles, a vida entre as mãos do Ministro. É só esse o gesto. Mas é um gesto que nós só poderemos compreender e entender à luz da fé”, disse Frei Fidêncio.
Em seguida à homilia, o guardião Frei Jorge Schiavini se aproximou do Círio Pascal, acendeu as velas que foram entregues aos professandos para recordar a vocação batismal que neles está se desabrochando como vocação religiosa franciscana. Eles se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados sobre a preparação para se consagrarem a Deus segundo a forma de vida dos Frades Menores. Então, eles se prostraram ao chão num gesto de entrega e despojamento enquanto foi cantada a Ladainha de Todos os Santos.
Terminada a Ladainha de todos os Santos, os professandos se ajoelharam diante do Ministro Provincial, colocaram as suas mãos nas mãos do Ministro, num gesto de entrega, de obediência, e leram a fórmula de profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores. Agora, como neoprofessos, foram, então, abraçados pelos confrades num sinal de boas vindas à fraternidade.
A liturgia continuou solenemente até o final da comunhão. No momento de agradecimento falou Frei José Morais, que fez calorosos agradecimentos aos seus confrades, especialmente aos formadores.
Frei Fidêncio, que esteve na Assembleia Capitular da Fundação de Angola recentemente, disse que era porta-voz não só dos abraços e das orações dos confrades da Missão, mas também do povo angolano.
“Você, Frei José Morais, para nós é a expressão mais bonita, mais viva, da nossa Missão Angola. Frei Roberto, você também é expressão da nossa Província da Imaculada. A sua consagração nos alegra e gostaria de agradecer aos seus familiares pelo irmão que estão dando para nós”, encerrou. A festa franciscana deste domingo em Petrópolis terminou com um delicioso almoço fraterno.
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