Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Maria do Carmo, cuidando da comunhão

13/04/2023

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Em todas as Festas da Penha, nos últimos 20 anos, lá estava Maria do Carmo Dazzi Delapati no serviço de organizar as equipes de ministros da Comunhão em todas as festividades em honra a Nossa Senhora da Penha. Para se ter uma ideia, nas Missas do Campinho são necessários 50 ministros por celebração e nas grandes celebrações da Prainha são necessários 300.

Tudo seria mais fácil se fossem as mesmas equipes. Na Festa da Penha, contudo, as equipes litúrgicas, com seus ministros, vêm prontas das respectivas Áreas Pastorais que ficam responsáveis por um dia durante o Oitavário. Por exemplo, no dia desta entrevista, Maria do Carmo acolheu e orientou os ministros da Comunhão que vieram da Área de Benevente (formada pelas cidades Anchieta, Alfredo Chaves, Perocão, Meaipe, Praia do Morro, Muquiçaba e Guarapari). No espaço que fica abaixo do altar no Campinho, antes de começar a Missa, Maria do Carmo reúne todos para explicar detalhadamente como os ministros (as) deverão fazer até levar a Hóstia sagrada no meio da multidão. Normalmente, na hora do ofertório ela forma uma fila para todos lavarem as mãos. Junto com os ministros, acompanham as pessoas com bandeirinhas brancas para indicar que ali tem um ministro da Comunhão.

Os Ministros da Comunhão veem a Santa Missa pelo telão antes de começarem a se preparar para a Comunhão.

Nesses 20 anos, Maria do Carmo conta que não imaginava passar por essa pandemia de Covid-19. “Eu cheguei a montar toda a escala em casa, tanto do primeiro ano como do segundo, porque no primeiro ano entramos na pandemia faltando uma semana para começar a Festa da Penha. Quando chegou na terça-feira, uma vez que sempre nos reuníamos nesse dia para rezar pela Festa quando o Frei Paulo Pereira, então guardião (hoje Ministro Provincial dos Franciscanos) avisou que não haveria mais as celebrações por obediência às normas sanitárias então decretadas. Você imagina que estávamos com uma grande festa montada para festejar os 450 anos. Ia até sair trem daqui com a imagem para Minas. Aí no segundo ano, nós teríamos uma festa com 30% presencial. Faltando alguns dias, tudo foi fechado novamente. Foi uma situação muito triste e eu cheguei a ficar doente. Já tinha feito as escalas e aí foi aquele corre-corre para avisar todo mundo. Nos dois anos a gente ficou assim”, recordou.

A volta à vida normal no ano passado veio com surpresas. “Depois desse tempo todo parado, achei que teria pouca gente. Mas foi uma surpresa, graças a Deus, pois o número de pessoas triplicou, principalmente aqui no Campinho, que nunca havia tido essa quantidade de pessoas. No ano passado, cada missa tinha 3 mil pessoas. Eu acho que isso vai se repetir neste ano e já podemos ver isso nesses primeiros dias. Por isso, já escalei os ministros e pedi 20 a mais para não passar o aperto do ano passado”, acredita.

Devota de Nossa Senhora da Penha, de quem conseguiu muitas graças, Maria do Carmo vinha todos os dias ao Convento da Penha antes da pandemia. “Com chuva ou sol eu não deixava de vir aqui, e não tenho condução própria. Agora venho três vezes ou no máximo quatro porque eu cuido da minha netinha. Com exceção da Festa, quando venho todos os dias”, explicou. Maria do Carmo é viúva e perdeu o marido num acidente de trabalho. Tem uma filha. “Estou com 67 anos e, enquanto tiver forças, não vou parar”, adianta.

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Para ela, o guardião Frei Djalmo Fuck deixa “a gente muito à vontade” para trabalhar. “Gosto desse trabalho, que é feito espontaneamente. Nunca fiz nada sob pressão. É um compromisso meu”, reforça. Segundo ela, sempre participou da Igreja e, numa época, a igreja veio para dentro de sua casa. Isso porque quando houve a reforma da igreja do lado de sua casa, o bispo autorizou que as celebrações ficassem na casa nos fundos de sua propriedade. Durante anos fiquei perto do Santíssimo. Eu sempre estive envolvida com a comunidade, a serviço da Igreja, mas fiquei Ministra da Comunhão aqui no Convento”, conta.

Para ela, nessa vivência cotidiana na comunidade, ela viu que não precisa muito para acontecer a comunhão na Igreja: “Basta oração, acolhida e seguir o Catecismo Católico. Infelizmente, as pessoas nem sabem que no Catecismo está um guia pra nossa vida”, acredita.

A vida de Maria do Carmo é comunhão na família, é comunhão na Casa da Mãe das Alegrias e, principalmente na Festa da Penha, para que a Comunhão aconteça em honra a Maria e ao seu Filho Jesus, o único Alimento que sacia a alma, como disse o Papa Francisco.


Moacir Beggo