São Paulo (SP) – Os esforços da comunidade internacional para que o primeiro aniversário da Encíclica Laudato Si’ desencadeasse ações nas paróquias e comunidades, chegaram neste domingo (20), a Juventude Franciscana de São Paulo. O encontro é o segundo fruto de uma parceria entre a Jufra e o Serviço Franciscano de Solidariedade – que ganhou forças após o 1º Seminário Nacional em DHJUPIC e AE da Jufra do Brasil, realizado em setembro do ano passado em Petrópolis/RJ – e foi desenvolvido a partir das provocações do Movimento Global pelo Clima.

O momento não poderia ser melhor, pois, nesta semana o Sefras passou a acolher durante a noite, moradores de rua nas dependências do Chá do Padre, salão anexo ao Convento São Francisco de Assis. A mística da conversão de São Francisco, no século 13, e as perspectivas que o papa de mesmo nome e de intuição parecida propõe na Encíclica, deram o tom a uma manhã e tarde de bate papo sobre a nossa missão de cuidadores (e reconstrutores) da nossa casa comum.

São Francisco de Assis e a ‘descoberta do outro’

As reuniões desta fraternidade da Juventude Franciscana, sempre começam após a celebração eucarística das 9 horas, que neste domingo teve como presidente, Frei Gustavo Medella, assistente espiritual da OFS das Chagas e como concelebrante, Frei Diego Atalino de Melo, que é animador provincial do SAV que realizava um encontro vocacional no Convento São Francisco, além da presença de outros frades e dos vocacionados à vida religiosa franciscana.

O café da manhã com a Ordem Franciscana Secular foi festivo, devido à comemoração dos aniversariantes do mês de junho que representavam grande número. O encontro propriamente dito iniciou-se por volta das 11 horas com uma dinâmica de apresentação. Cada integrante foi apresentado por outro integrante, respectivamente.

Após a brincadeira, o secretário fraterno, explicou o sentido da atividade associando a um episódio bem conhecido da conversão de São Francisco: o encontro com o leproso e a Cruz de São Damião, de onde escutou do Senhor: “Francisco, vai e reconstrói a minha igreja”. O chamado de Deus aos jovens que se colocam no mesmo caminho de Francisco é de “reconstrutores da Casa Comum”, como nos adverte o Papa Francisco na Encíclica Laudato Si’ – sobre o cuidado da casa comum.

O curioso “boneco” da fraternidade universal

No almoço, uma oportunidade de convivência com os irmãos da OFS, que possui um grande número de idosos. Ao retornar, os jovens assistiram a versão dublada do vídeo “A história das coisas” e puderam refletir sobre o modo que temos tratado a criação.

Em seguida, Frei Josemberg Cardoso Aranha, do setor de formação do Sefras, propôs uma interessante dinâmica: cada integrante teria que criar uma parte do corpo e refletir sobre a jeito que temos olhado a questão ecológica. Cabeça, mãos, braços, troncos e pés que se colocam a serviço do ambiente. O resultado foi um desengonçado boneco, prova de que não podemos pensar a questão ecológica como isolada: é missão de todos, a partir de todos.

Para a jufrista e secretária local de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação (DHJUPIC), Palloma Suellem Santos, o encontro foi uma oportunidade de vivenciar a proposta franciscana do cuidado através de ações práticas. “Pensando de forma integral, isto é, de que o cuidar da casa comum também é cuidar do nosso irmão, principalmente daqueles que passam por situações adversas, tivemos a oportunidade de visitar o espaço “Chá do Padre”, onde o Sefras já desenvolvia um trabalho com os irmãos em situação de rua”, destacou. O encontro encerrou-se às 15 horas com um momento orante pela casa comum e uma visita ao Serviço Franciscano à População de Rua, o Chá do Padre.

Por Vinícius Fabreau, secretário fraterno da Jufra das Chagas.