Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Irmãos Leigos concluem encontro em Vila Velha

12/09/2016

Notícias

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Acolhida

Contando seja com a “estreia” de confrades estudantes de Rondinha, dois T(h)iagos, seja com a experiência de vida de Frei Pedro Engel, um grupo de irmãos leigos da Província reuniu-se de 9 a 11 de setembro, na Ponta da Fruta, em Vila Velha. Na tarde do dia 9, aos poucos, a casa dos confrades do Santuário do Divino Espírito Santo foi se avolumando com a chegada dos participantes, muito bem acolhidos pela fraternidade local. Às 17h00, partimos, de ônibus, para a casa de encontros Santa Clara. Lá nos esperava simpático e acolhedor grupo de cozinheiras. Na noite do dia 9, sentamos para aprovar a programação.  O texto para a reflexão, trazido pela comissão organizadora, era um resumo do primeiro capítulo do documento emitido pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, com o título “Identidade e missão do religioso irmão na Igreja”, de 4 de outubro de 2015. Cada participante recebeu o texto na íntegra, publicado em português pelas Paulinas.

Partilha e reflexão

O dia 10 foi dedicado, primeiramente, a partilha em que cada um pôde falar sobre sua própria experiência vocacional, fraterna e de serviço na atual fraternidade a que pertence. Depois, em grupo, foi discutido o texto proposto pela equipe que organizou o encontro, que contava com Frei James Ferreira Gomes Neto, Frei Elias Dalla Rosa e Frei Alex Ferreira da Silva.

Tanto na partilha como depois no plenário ouviam-se expressões do seguinte teor: “temos um ritmo próprio de vida, sem perder o espírito de fraternidade”, “no Ano Missionário, nos dispomos a aprender e conviver com o diferente”, “realizo-me com os trabalhos de evangelização, nas celebrações que animo nas comunidades”, “estamos procurando dinamizar uma casa grande, com grande estrutura a ser reanimada”, “na Formação, e entre os próprios formandos, é preciso haver maior abertura à opção laical”, “além da vida do dia a dia do seminário, estamos desenvolvendo trabalho social junto aos haitianos, com muitas demandas e desafios”, “nos trabalhos pastorais, como frades estudantes, procuramos ser presença, conversar, ouvir”, “fui atraído para a vida franciscana pela identificação do carisma mesmo, e não por um chamado sacerdotal”; “os serviços em Guaratinguetá são bem diversificados: acolhimento aos romeiros, formação, trabalhos caseiros e de manutenção, exéquias, visita aos hospitais, equipes de Nossa Senhora”; “o trabalho no Sefras é muito desafiador, com muitas demandas, como o desenvolvido no presídio feminino em São Paulo, com histórias de vida desconcertantes”; “é hora de superar o clericalismo que influencia tanto os irmãos sacerdotes como os irmãos leigos, com posturas ligadas ao poder e status, e não atentas ao apelo do Papa Francisco de uma Igreja em saída; “deveria ser mais claro na Formação inicial: ‘você vem para ser frade menor. Não é garantido, que se tornará padre’”; “é importante evidenciar e discutir na Formação as Frentes de Evangelização da Província”.

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Encaminhamentos

Os irmãos pedem ao Secretariado da Formação e dos Estudos e ao Definitório Provincial que considerem e avaliem as seguintes questões:

1. Pós-noviciado. Os documentos da Ordem, referentes à Formação, e a maioria das Entidades usam o termo “pós-noviciado” para o período de profissão temporária dos confrades. A casa de Rondinha – sabe-se -, tem e deve ter como missão principal oferecer aos professos temporários a continuidade da Formação Franciscana para ser frade menor, iniciada no noviciado. Nesse sentido, os irmãos reunidos em Vila Velha pedem que a Fraternidade de Rondinha seja considerada sempre mais como “casa de pós-noviciado”, inclusive na nomenclatura usada nos livros e documentos da Província: Ratio Formationis, Estatutos Particulares, Irmãos e Fraternidades, etc. É muito comum ainda usarmos as expressões: “casa da Filosofia”, “tempo da Filosofia”, “terminei o noviciado e vou para a Filosofia”. Tais falas não nos ajudam na superação da visão clerical que muitos frades da Província ainda conservam e que se instala na formação do período pós-noviciado até a profissão solene. Período este que, necessariamente, não precisa supor os estudos de Filosofia.

Partindo disso, os irmãos leigos perguntam se não seria possível que os confrades com opção laical pudessem, além da imprescindível formação franciscana, ter a possibilidade de cursar – na Fae ou em outra instituição -, outros cursos que os qualificassem e lhes abrissem possibilidades de profissionalização. Inclusive, um curso de Teologia (completo ou parte dele), poderia ser feito em Curitiba mesmo.

Constata-se que cresce o número de candidatos que nos chegam com cursos universitários já concluídos. Então, no caso dos irmãos leigos, o tempo do pós-noviciado, salvaguardada a formação franciscana, não se prestaria para uma tipo de estudo que não seja propriamente o da Filosofia, requerido este, por força, somente aos que almejam o sacerdócio?

2. Sugere-se que os irmãos leigos, e outros que o quiserem, estudem o livro de Frei Fabiano Satler “Todos vós sois irmãos – Jesus, nosso irmão e os Religiosos Irmãos na Vida Religiosa Consagrada”, publicado pela Paulus, em 2015. Ele faz um resgate bíblico e histórico do tema, além de uma abordagem a partir do Vaticano II, e dos atuais desafios e oportunidades.

3. Os irmãos leigos pedem ainda que no Serviço de Animação Vocacional da Província, em certos momentos, os irmãos possam estar presentes e ajudar. É lógico que, para isso, Frei Diego Melo e Frei Edvaldo Soares precisam contar com irmãos que se mostrem disponíveis.

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Encerramento e agradecimento

No dia 12, após o almoço, os irmãos se dirigiram ao Convento da Penha, onde participaram da Celebração Eucarística, junto com o povo, às 16h00. Como costuma acontecer, os que não conheciam ainda o convento, mostravam-se encantados com o local, com a visão panorâmica, e com a afluência dos devotos. Antes e depois da missa, a fraternidade local, fraterna e calorosamente, ofereceu delicioso lanche, com salgados e bebidas. Registramos aqui, na pessoa dos dois guardiães de Vila Velha, Frei Djalmo e Frei Paulo Pereira, nossos agradecimentos aos confrades todos pelo interesse, ajuda e amabilidade. Do Convento da Penha, a maioria dos confrades partiu de volta para as fraternidades.

Próximo encontro

Deste encontro participaram: Frei Thiago da Silva, Frei Tiago Gomes Elias e Frei Leandro Ferreira Silva (frades estudantes de Rondinha), Frei Róger Brunório e Frei José Luiz Alves (Rio de Janeiro), Frei Alex Ferreira da Silva, Frei Walter de Carvalho Júnior e Frei Roger Strapazzon (São Paulo), Frei Elias Dalla Rosa (Ituporanga), Frei Leonir Ansolin e Frei Airton da Rosa Oliveira (Guaratinguetá), Frei João Antunes Filho, Frei Osmar Dalazen e Frei James Ferreira Gomes Neto (Agudos), Frei Pedro Engel e Frei Nazareno Lüdtke (Vila Velha) e Frei Edrian Pasini (Petrópolis).

O próximo encontro será de 7 a 9 de setembro de 2018, em Rondinha, e será organizado por Frei Róger Brunorio, Frei Roger Strapazzon e Frei Thiago da Silva Soares.

Já o Encontro Nacional de Irmãos Leigos Franciscanos será em Vila Velha, nos dias 7 a 10 de setembro de 2017.

Frei Walter de Carvalho Júnior