Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Susin se despede com palavras de esperança: “Somos convidados a permanecer firmes”

24/11/2021

Notícias

Agudos (SP) – O segundo dia do Capítulo Provincial, nesta quarta-feira, 24 de novembro, começou com a Celebração Eucarística, presidida pelo frade capuchinho Frei Luiz Carlos Susin, encerrando a sua pregação que começou ontem durante o retiro dos frades capitulares no Seminário Santo Antônio de Agudos (SP). Na sua homilia, Frei Luiz deixou aos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição uma mensagem de conforto e esperança: “O seguimento de Jesus autêntico nunca foi fácil, nunca foi um chamado para a mediocridade, mas também não somos heróis por nós mesmos. Seria uma temeridade a gente achar que pode ser herói com suas próprias forças e por isso que nós somos convidados, em última análise, a permanecer firmes na nossa fé, firmes na centralidade da nossa opção, para que assim também se salvaguarde firme a vida pela qual abraçamos nesta forma de vida”.

O Capítulo Provincial, com a presença de 112 frades capitulares, teve início ontem, com um dia formativo e reflexivo e que contou com os ensinamentos do frade capuchinho (veja aqui um pouco de sua pregação).

Frei Susin disse que a Palavra de Deus tem muito a ver com os dias que estamos vivendo no final do Ano Litúrgico, não para dar um fim à história da salvação, mas “para que tenhamos a certeza da fé em que a história tem um futuro, de que a nossa fé cristã tem um futuro”.

A partir da citação do evangelho de Lucas –  “É permanecendo firmes que ireis ganhar a vida!” -, Frei Susin disse que “permanecendo firmes, significa um convite àquilo que outra passagem de Lucas também diz: ‘Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima’. Então não é um anúncio apocalíptico no sentido popular da palavra, no sentido do cinema normalmente, mas é um anúncio que abre para a esperança”, explicou o frade.

Segundo ele, se não fosse assim, não haveria razão de fazer um capítulo, já que o capítulo tem muito do discernimento dos passos futuros. “Nós estamos aqui, vocês estão aqui, porque creem que há futuro no caminho de Jesus, que a última palavra não é da maldade, não é da perversão, mas a última palavra é da retidão, porque a maldade não tem futuro, ela não é eterna. A justiça, diz o livro da Sabedoria, é eterna. O bem é eterno. Mesmo quando a gente quer se desfazer dele, a gente não consegue. Aquilo que é bondade é para sempre. A maldade dá para desconstruir, dá para eliminar e dá para substituir com o tempo”, refletiu.

Frei Susin chamou a atenção para uma certa ironia do Livro de Daniel (primeira leitura) quando olha para a história, porque os vasos do templo, que deveriam ser de ouro e prata na liturgia para louvar o Deus vivo, o Deus verdadeiro, são utilizados pelo Rei Baltasar para louvar deuses de ouro e prata. “Portanto, a gente vê aqui uma inversão, que Lucas também usa e abusa, sempre mostrando que, em última análise, nós precisamos discernir na história entre aquilo que parece vitorioso e aquilo que parece fracassado”, observou.

“Um escritor inglês, não me ocorre o nome agora, dizia que aquele que é cristão e segue um crucificado se não é morto também vai ter que encontrar uma boa desculpa para isso. Nós sabemos que os biógrafos de Francisco também tinham que encontrar uma boa desculpa: como é que Francisco não acabou sendo um mártir? E aí descreve Francisco como mártir dos próprios franciscanos, do seu próprio grupo. Sofrendo por eles até o fim. Ou seja, nós temos os nossos inimigos domésticos”, disse, acrescentando que uma passagem diz que o amor ao próximo é o outro lado inimigo, porque em última análise é o inimigo doméstico aquele que mais nos persegue. “Os leitores de Lucas também já conheciam o sofrimento por seguirem Jesus, por estarem sendo objetos de um mal-entendido, de uma perseguição. Então, o seguimento de Jesus autêntico nunca foi fácil, nunca foi um chamado para a mediocridade”, completou.

Frei Luiz Carlos agradeceu pela acolhida e desejou um bom Capítulo aos frades da Província da Imaculada: “Existe futuro!”, disse. Segundo ele, da parte de Deus está garantido, mas também depende das decisões dos frades.

Hoje, o trabalho na Sala Capitular começou com o entendimento da dinâmica do Capítulo, com a aprovação do Regimento, do cronograma, da eleição dos escrutinadores e dos moderadores e a escolha de um cronometrista. Às 11 horas teve início a formação com o teólogo Névio Fiorin.


Equipe de Comunicação do Capítulo: Frei Augusto Gabriel, Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Gabriel Dellandrea, Frei Alan Leal de Mattos e Moacir Beggo.