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Frei Robson deixa dever de casa no encerramento do Retiro dos Benfeitores

28/05/2023

Notícias

Agudos (SP) – O Retiro dos Benfeitores do Pró-Vocações terminou com a Missa em Ação de Graças, às 10 horas, neste Domingo da Solenidade de Pentecostes, na Capela do Seminário Santo Antônio de Agudos (SP). O Definidor Provincial e coordenador do Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF), Frei Robson Luiz Scudela, presidiu a Eucaristia, que também reuniu o povo da cidade de Agudos, como é comum todos os domingos nesta Missa.

Frei Robson teve como concelebrante Frei Jeâ Paulo Andrade, animador provincial do Serviço Vocacional e do PVF. Frei Gabriel Dellandrea retornou no sábado à noite para celebrar a sua Primeira Missa no Convento São Francisco, no centro de São Paulo, onde reside atualmente.

Antes da Missa, os benfeitores tiveram o último encontro no Salão São Francisco, onde Frei Jeâ  e Frei Robson fizeram um resumo das Frentes de Evangelização da Província e complementaram com vídeos sobre esse trabalho evangelizador no Brasil e  em Angola.

Frei Jeâ falou sobre a presença da Ordem dos Frades Menores no mundo e no Brasil e Frei Robson lembrou a celebração dos Jubileus de 800 anos que a Ordem Franciscana neste ano com a aprovação da Regra de Vida da Ordem e o Natal de Greccio. “Na atualidade não existe um carisma mais forte e atual do que o carisma franciscano, porque uma intuição de Francisco é uma resposta para os maiores problemas de hoje”, disse Frei Robson, referindo-se à questão ambiental e à Laudato Si’ do Papa Francisco.

Na sua homilia, Frei Robson destacou a Solenidade deste domingo, dizendo que a memória que “fazemos hoje ultrapassa qualquer recordação histórica, qualquer tempo que possa nos distanciar entre aquele momento que o Espírito é enviado sobre os discípulos e o dia de hoje”.

Segundo ele, nos damos conta de que hoje somos testemunhas da ação do Espírito. “Não estamos falando de algo distante. É no Espírito que nos movemos, é no Espírito que existimos, é no Espírito que somos, é no Espírito que nos reconhecemos o Senhor Jesus como Senhor da nossa história e da nossa vida. Aquilo que aconteceu com os discípulos do Senhor, hoje se repete na vida de cada um de nós”, frisou.

Comentando as leituras, lembrou a diversidade de dons, a diversidade de carismas, mas “um mesmo é o Espírito”.

Segundo ele, o “Senhor nos concede o dom e nós, ao colocarmos este dom a serviço dos outros, a serviço dos demais irmãos e irmãs, nós estamos fazendo com que o próprio Espírito se manifeste em nossa própria carne. Mas nem sempre é fácil fazer isso, colocar em prática aquilo que Deus concedeu com muito amor e carinho a cada um de nós”, disse.

Para Frei Robson, muitas vezes nos encontramos na realidade que a primeira comunidade se encontrava: fechada, com medo. “Muitas vezes nós experimentamos isso, uma certa tendência de nos fecharmos em nós mesmos, de estarmos com medo de tantas coisas, mas é ali que nós precisamos recordar sempre. Recordar, fazer memória, isso é um ato de fé fazer memória. Recordar aquilo que o Senhor fez com os primeiros apóstolos”, ensinou.

Mas segundo o celebrante, o Senhor se coloca no meio deles quando enfrentam esse medo, quando se fecham em si mesmos. “O Senhor se coloca no meio e lhes dá a paz. É esta paz que nós experimentamos, é esta paz que cada um de nós consegue sentir nesta manhã ao nos reunirmos aqui. Ao ouvirmos a sua Palavra, porque cada vez que nos aproximamos do Senhor, esta é a grande experiência que realizamos: a paz. Não significa que os problemas acabaram. Não! Eles continuam, mas a paz do Senhor é a certeza de que o Senhor se faz presente em nossa vida, em nossas histórias, e também em nossos problemas. E é esta a certeza que nos leva cada vez mais a confiarmos na sua presença, a experimentarmos a sua paz”, exortou.

O aniversariante Davi Nunes da Rocha ganhou o “Parabéns”  

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E continuou: “A presença do Senhor nos dá a paz. E com esta sua presença, o Senhor enviou sobre os seus discípulos e hoje sobre cada um de nós o seu próprio Espírito e nos torna testemunhas do Senhor”.

O frade disse que a ação do Espírito permite aos discípulos do Senhor falar, inclusive, em outras línguas. “E quantas línguas cada um de nós fala pela ação do Espírito! Quantas vezes nós já conseguimos traduzir na língua que a pessoa precisava escutar, ao visitarmos um doente, ao estendermos a mão para ele, nós estamos falando na língua do Espírito. É a língua que aquela pessoa que está doente, acamada, debilitada, precisa para entender que o Senhor está próximo. Quantas vezes nós falamos na língua dos pobres que não têm pão, ao darmos a comida para ele! Quantas vezes nos falamos na língua daquele que está nu, sem roupa, e nós o vestimos! Quantas vezes falamos a língua daquele que está preso e vamos visitá-lo!. E assim, falando na língua do Espírito, deixarmos ser envolvidos por ele, nos tornamos aquilo que o Senhor nos disse: Bem-aventurados sois vós!”, explicou.

Frei Robson disse que o Espírito nos dá a língua certa como ouvimos na primeira leitura para falarmos com as pessoas: “E assim o medo é superado, assim as portas são abertas, assim a mensagem do Senhor pode sair pelas ruas, pelos caminhos e ser anunciada”.

Fei Robson falou da alegria dos frades de estarem neste Seminário e Fraternidade de Agudos. “Temos a alegria de nos encontrarmos com nossos benfeitores franciscanos, pessoas que nos ajudam a mantermos firme o nosso carisma, a nossa missão e levarmos a Palavra de Deus àqueles que precisam, mas também nos encontramos com esta linda cidade de Agudos, com as pessoas que aqui moram, a nossa OFS, que é capaz de levar o carisma franciscano dentro das famílias. E assim hoje fomos convidados pelo próprio Senhor para estarmos aqui na sua presença e celebrarmos a Solenidade de Pentecostes. Não é uma Celebração que nos recorda algo que aconteceu somente no passado, mas é a celebração que nos leva a reconhecer a ação do Espírito em nossas vidas”.

No final, deixou um recardo: “Não esqueçamos o nosso o nosso dever de casa: ouvirmos a Palavra do Senhor no início do nosso dia e invocarmos o seu Espírito. Invocar o Espírito do Senhor sobre nós, rezando: Vinde, Espírito Santo, me acompanhe neste dia! Pode ter certeza que logo, logo, você será capaz de reconhecer a força desse Espírito em sua vida! Que o Senhor nos ajude nesta caminhada. Que a sua paz permaneça conosco e que seu Espírito nos conduza!”

AGRADECIMENTOS

Frei Jeâ fez os agradecimentos aos benfeitores pela fidelidade e compromisso com este serviço em prol das vocações na Província. Depois do almoço, às 12h30, o ônibus com os benfeitores retornou a São Paulo. Alguns seguiram com suas conduções.

Diplomata aposentado, Milton Rondó Filho contou que começou a ter contato com o carisma franciscano quando morou, por 6 anos, na Itália. “E aí fui a La Verne, Greccio e várias vezes a Assis. Em Brasília, morava perto do Santuário Santo Antônio (dos frades da Província do Santíssimo Nome de Jesus). Também foi importante para continuar convivendo com os franciscanos. Em Porto Alegre, os franciscanos tinham papel importante de apoio ao Fórum Social e Mundial. Várias vezes estive lá e eles hospedavam delegações de camponeses que vinham do exterior”.

Segundo ele, conheceu o Pró-Vocações quando participou de uma Missa no Convento São Francisco, no centro de São Paulo e também viu na “Folhinha do Sagrado Coração de Jesus.

O que chamou a atenção no carisma franciscano e em São Francisco foi a humildade do Santo de Assis.”É impressionante toda a vida dele, o cuidado com a criação, que o Papa Francisco retoma com a Laudato Si’“, observou.

Milton participou pela primeira vez do Retiro. “Gostei muito do Retiro, do empenho dos frades. O local no meio do verde é muito agradável”.

Milton foi secretário socioeconômico do Instituto Ítalo-Latino Americano; vice-presidente do Comitê Consultivo do Fundo Central de Emergências da ONU e representante, alterno, do Itamaraty no extinto Consea. Ele escreve para a “Carta Capital”.

Dª Benedita Aparecida Carvalho, aos 88 anos, já perdeu a conta de quantas vezes participou do Retiro. Mas ela tem certeza que foi logo no começo (o primeiro Retiro foi realizado em 1999). Sozinha, ele pegou sua bolsa, não tão leve, saiu às 4h30 para pegar o ônibus que a levaria para o Largo São Francisco, de onde partiria o ônibus para Agudos. Perguntei se não tinha medo de sair à noite e sozinha. “Estando com Deus e Nossa Senhora, não tenho medo de nada”. Segundo ela, acordar cedo não é problema. “Durmo uma base de 3 horas por noite e fico vendo os canais de TV católicos, especialmente para rezar o Terço”, disse. Um momento significativo para ela no Retiro foi o Terço Vocacional. “Sou muito devota de Nossa Senhora. Gostei muito deste momento devocional com as velas”, disse. Ela estava feliz por participar do Retiro porque antes teve algns problemas de saúde mas agora está recuperada.

Para benfeitora Naime Adriano, o Espírito Santo esteve habitando “neste lugar de muitas bênçãos”. Segundo ela, um lugar “maravilhoso, bem cuidado. Meu Deus, dá gosto de estar aqui! Não se vê uma planta sem água e nenhum lixo. Realmente, Deus habita este lugar. Parabéns aos franciscanos! Muito obrigado pela acolhida”.


Moacir Beggo