Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei Clarêncio Neotti lança “Animais no Altar” no dia 12

14/10/2015

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A iconografia e simbologia dos animais presentes nas religiões são objetos de um estudo minucioso de Frei Clarêncio Neotti, que originou o livro  “Animais no Altar”, que será lançado  no dia 12 de novembro, às 19h30, no Salão do Centro de Formação, ao lado do Santuário do Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES).

Segundo Frei Clarêncio, este estudo nasceu de um interesse pessoal quando trabalhou durante nove anos na Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores, em Roma. Nesse período, de janeiro de 1995 a outubro de 2003, fundou o Departamento de Comunicação e Informação da Ordem.

livro-3“Nesse tempo tinha os sábados e domingos livres. Eram os dias em que eu visitava prolongadamente as Basílicas trabalhadas por famosos artistas e as velhas igrejas carregadas de história. Para não entrar como turista, pensei em me obrigar a um tipo de estudo que me despertasse a curiosidade”.

Entre a flora e da fauna, Frei Clarêncio tirou par ou ímpar e acabou tendo que ficar com a fauna. “Dei-me conta de que os animais simbólicos no Cristianismo eram bem mais numerosos do que pensava”, contou.

Não demorou muito, Frei Clarêncio já estava imerso num universo complexo. “Passei a procurar animais nos altares, nos ambões, nos capitéis, no texto e no chão, nos vitrais e portas. Comecei a estudar os mestres daquelas obras e com isso fui forçado a frequentar bibliotecas especializadas em simbologia e linguagem não verbal”, explicou.

Segundo o frade, que é jornalista e escritor, nenhuma religião dispensa o símbolo. “A melhor linguagem para expressar o religioso é o símbolo. As gerações que desprezaram o símbolo foram pobres em humanidade e socialmente desequilibradas, como o foram o iluminismo e o racionalismo”, observa.

Frei Clarêncio explica que limitou sua pesquisa a igrejas, mosteiros e claustros. “O simbolismo dos animais não entrou apenas nas igrejas e na literatura cristã. Entrou também na heráldica, que teve tanta importância na Idade Média, no adorno dos castelos e salas e quartos de dormir, nas armas e brasões, nas bandeiras e não em último lugar nos sobrenomes”, acrescenta o escritor, lembrando que não se ateve somente à iconografia, mas entrou nos textos dos Mestres de espiritualidade, sobretudo dos Santos Padres.

O ainda recente interesse pela Ecologia é um retorno a uma linguagem de respeito ao mundo animal, vegetal e mineral, que a sociedade perdeu à medida que dispensou os símbolos.

“Se o mundo pós-moderno acordou para a ecologia é porque estava dormindo no sono do seu egocentrismo, que ele pensou onipotente. O equilíbrio humano pressupõe o mundo animal. Não só o homem domestica e adestra o animal, mas o animal domestica e adestra o homem em sua religião, em sua vida social, em sua trajetória do seio de Deus à terra e da terra ao seio de Deus. Que o confirmem a serpente enroscada na Árvore do Bem e do Mal na primeira página do Gênesis e o cordeiro triunfante sobre o dragão acorrentado no abismo na última página do Apocalipse”.

Frei Clarêncio ingressou na Ordem Franciscana quando vestiu o hábito de São Francisco de Assis em dezembro de 1954. Ordenou-se padre em 6 de janeiro de 1961. Foi professor de Comunicação e Teologia pastoral no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis e trabalhou durante 20 anos na Editora Vozes. Atualmente reside e trabalho no Santuário do Divino Espírito Santo em Vila Velha.