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Frei César celebra primeira Missa como Ministro Provincial

18/11/2018

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Agudos (SP) – Os 133 frades que estão no Seminário de Agudos (SP) em Capítulo Provincial pararam suas atividades próprias para uma assembleia capitular e, no Dia Mundial dos Pobres, atenderam ao pedido do Santo Padre de não deixar “cair no vazio esta oportunidade de graça”. Antes, porém, os capitulares se encontraram com o povo de Agudos na Celebração Eucarística, às 9 horas, que lotou a bela capela do Seminário, marcando o início do ministério de Frei César Külkamp como Ministro Provincial. Ele teve como concelebrantes Frei Fidêncio Vanboemmel, que deixa este serviço depois de nove anos, e o diácono Frei Leandro Costa.

A Missa de Ação de Graças pela eleição do novo Ministro Provincial teve a participação especial dos Meninos Cantores Canarinhos de Petrópolis, que deram o tom solene a este momento litúrgico especial no Capítulo da Província da Imaculada Conceição.

Frei César saudou a todos os confrades, especialmente Frei Fidêncio, que deixa de conduzir a Província, e ao presidente do Capítulo, Frei Miguel Kleinhans, e aos fiéis de Agudos e Bauru, assim como a OFS, religiosos e religiosas da região. “Como é bom ver essa igreja assim cheia, de pessoas tão queridas, tão próximas, nessa cidade de Agudos e região, onde o carisma franciscano entrou forte nesses quase 70 anos de presença dos frades. Mas esse carisma hoje é muito maior do que a nossa presença, maior do que a própria Fraternidade; ele está no coração de cada irmão, de cada irmã”, saudou o novo Ministro Provincial.

Frei César explicou que, neste dia, os frades estariam saindo em missões nas duas cidades de Agudos e Bauru, onde há quatro paróquias franciscanas atendidas pelos frades da Província. “E por isso, nós, frades, que estamos em Capítulo Provincial, procuramos nesse dia não estar fechados somente em nós, nas nossas questões, nas nossas discussões, mas também ir em busca desse Cristo encarnado. Vamos às nossas comunidades, a diferentes instituições, mas queremos ser enviados e hoje fazer essa experiência de ser próximo, de sair e ir ao encontro de irmãos e irmãs”, disse.

O Ministro Provincial fez um histórico rápido da criação desta data pelo Papa Francisco e lembrou que este segundo Dia Mundial dos Pobres tem como tema a inspiração bíblica do Salmo 34: «Este pobre clama e o Senhor o escuta». “O Papa nos recorda que pobre é também a criação e é o ser humano. Esse ser humano que vive doente, contaminado de diferentes formas, independente até da sua condição social, é também esse pobre que não participa dos interesses desse esquema econômico impiedoso, que se vê destruído e vive sem dignidade nenhuma. E esta falta de dignidade traz muitos elementos que nos afastam desse pobre. Ele não cheira bem, ele não tem bom comportamento, pode até ser violento e tantas outras coisas que nos fazem levantar muros e cercas, porque precisamos nos proteger, precisamos proteger nossa família, nossas condições de dignidade humana”, situou.

Segundo Frei César, há uma tendência em criar distância entre nós e eles, e não nos damos conta que, deste modo, nos tornamos distantes do Senhor Jesus que não os rejeita, mas os chama a Si e os consola. “A fé nos convida a um pouco mais. Esse pobre está clamando, com suas atitudes, com sua condição humana, como também as condições do nosso planeta. E aí muitos se perguntam, como já ouvimos muitos comentários: ‘Mas a Igreja, como instituição, já faz muito pelos pobres. Será que precisa fazer mais ainda?’ Nenhuma outra instituição no mundo trabalha tanto pelos pobres, pelos doentes, pelos idosos, pelos esquecidos do que a Igreja, nos mais diferentes países do mundo inteiro. E o Santo Padre diz que é um mérito muito grande que nós realmente precisamos fazer. Faz parte de nossa missão tornar essa Casa Comum mais habitável”, ressaltou

Frei César falou do perigo da indiferença. “Nos vemos, de repente, no meio de tantas tragédias quando a gente liga a TV. Só se vê desgraças, desastres, mortes de pessoas por atentados, em guerras sangrentas ou em outras situações, assim como aquela massa humana caminhando em direção aos Estados Unidos, que nossos ouvidos já ficam indiferentes. Nosso olhar fica indiferente. Ficamos impassíveis, não nos importamos mais. É muita desgraça. E a gente desliga o aparelho e procura esquecer. O Papa fala que esta não é uma atitude cristã. Nosso primeiro problema é que nós podemos ficar, sim, indiferentes. E se pobre clama, grita, ele precisa ser ouvido. Mas o Santo Padre diz que o Senhor Deus quer escutar esse clamor pelos nossos ouvidos. Pelos ouvidos de cada um de nós”, observou.

“Ele também diz que existe outro perigo quando nós fazemos coisas boas, ações de caridade. Podemos muitas vezes só fazer isso por causa de nós mesmos, para satisfazer os nossos interesses, para limpar a nossa consciência: ‘Ah, já fiz a minha parte! Já dei uma cesta básica’. Ótimo, dê a cesta básica, mas você não é o protagonista, você não faz isso por você mesmo, como nos lembra o Santo Padre, porque nesta situação quem está em questão não é a minha pessoa. ‘Os verdadeiros protagonistas são o Senhor e os pobres’, recorda-nos o Santo Padre. Não eu. Ele nos diz que na perspectiva do Senhor não podemos ficar indiferentes. Devemos nos colocarmos nas mãos de Deus de forma operante, de forma amorosa, solidária, através dos nossos braços: ‘Quem se coloca ao serviço é instrumento nas mãos de Deus para fazer reconhecer a sua presença e a sua salvação'”, citou.

E outra perspectiva é quando ele diz: é neles que temos uma oportunidade riquíssima de conversão, de santificação. “É neles que vamos encontrar o próprio Deus.

E por isso, vamos nos acercar, vamos abrir as portas das nossas casas, da nossa vida, ao menos uma vez na vida. Como é que podemos dar um passo nessa direção?”, perguntou. Segundo Frei César, ao dar esse passo vamos descobrir que nós também somos pobres, necessitados da graça de Deus, da presença do nosso irmão, da nossa irmã. “Quanta indiferença existe dentro de nossas famílias? Quanto esquecimento das pessoas idosas nas nossas famílias, dos nossos pais, dos nossos doentes? Aí nós percebemos que precisamos crescer, evoluir. Esse Dia dos Pobres pode ser uma gota de d’água jogada no deserto da pobreza e da miséria. Mas se eu juntar a minha gota, com outras gotas, e assim por diante, talvez a gente possa fazer uma chuva e levar um pouquinho de vida e dignidade a todos os lugares”, completou.

No final da Celebração Eucarística, os Canarinhos de Petrópolis desceram do coro da capela até o presbitério para cantarem mais duas músicas, deixando os fiéis encantados.


Equipe de Comunicação do Capítulo: Frei Augusto Gabriel, Frei Clauzemir Makximovitz, Frei Gabriel Dellandrea e Moacir Beggo


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