Frades do tempo da Teologia fazem retiro anual em Petrópolis
04/12/2019
Frei Augusto Luiz Gabriel
Petrópolis (RJ) – Desde o dia 1º de dezembro, os frades do tempo da Teologia, que residem e estudam em Petrópolis (RJ), estiveram reunidos para a realização do retiro anual. O pregador, Frei João Carlos Karling, atualmente secretário da Província São Francisco de Assis, do Rio Grande do Sul (RS), conduziu com leveza este tempo de recolhimento, aprendizado, oração e ação de graças pelo término de mais um ano formativo e letivo. Esse encontro terminou hoje, 4 de dezembro, às 18 horas com a Santa Missa que abriu também as Celebrações dos Jubileus da Província.
A dinâmica utilizada pelo frade, que também acumula as funções de moderador da Formação Permanente e vice-Comissário da Terra Santa em sua instituição, foi feita através de dois encontros diários, com explanações a partir de textos previamente preparados por ele, e também de momentos de oração, confraternização e convivência. Logo no primeiro dia, Frei João deu a tônica dos encontros, afirmando que retiro nada mais é do que um momento forte de conversão, de discernimento, de retomada do ritmo de oração pessoal e encontro com Jesus Cristo e a própria vida.
Segundo ele, retiro também é um tempo de silêncio e “uma exercitação” para a vida. “Um tempo, não de iluminar a inteligência com pesquisas, estudos, mas um tempo de iluminar o coração. Um tempo de percepção mais profunda dos apelos de Deus no momento histórico: aqui e agora”, partilhou. Segundo ele, é preciso reconhecer que quem realiza é o Senhor.
A partir destas interpelações, o pregador utilizou uma metodologia a partir de seis passos. Todos em torno da temática da semente. Sendo assim, no 1º passo, os frades estudantes refletiram sobre a semente no campo; No 2º, sobre a semente no caminho; No 3º, a semente e na vida; No 4º, a semente feita oferta; No 5º, a semente restituída e, no 6º passo, a semente sempre concebida. Ao final de cada reflexão, Frei João apresentou textos do Sumo Pontífice, lançando sempre a pergunta: “E nós, com o Papa Francisco?”. Questionamento que fez referência ao compromisso e desafio de estar em todo tempo em comunhão com a Igreja, Ordem Franciscana e Província.
Desta forma, cada encontro contou com a concretização de um passo. Por várias vezes, Frei João incentivou que, nos momentos intensos de oração, os frades partilhassem a quem gostariam de rezar, fazendo referência à importância de sair de uma consciência isolada. Para ele, é necessário aceitar perder tempo com o Senhor e ser campo de experiência do Espírito Santo.
“A Palavra de Deus está no centro de nosso retiro, como protagonista do mesmo. Não somos nós os protagonistas, com os nossos esforços e as nossas boas ou medíocres disposições, mas sim ‘o Espírito do Senhor e a sua santa operação’ (RB V). A nós, cabe tornar-nos abertos e dóceis à sua ação. O retiro é sempre um evento do Espírito”, ensinou o pregador.
CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA MARCA ABERTURA DOS JUBILEUS E TÉRMINO DO RETIRO
O retiro terminou com a Celebração Eucarística, às 18 horas, presidida pelo Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, na Paróquia do Sagrado. A Celebração marcou o início do encontro dos frades jubilandos da Província da Imaculada, que no dia 6 de dezembro, às 10 horas, irão renovar suas promessas como religiosos e sacerdotes. No mesmo dia, os frades de Profissão Temporária renovarão seus votos diante do Ministro Provincial, Frei César Külkamp.
CONHEÇA OS FRADES JUBILANDOS
Na Celebração de hoje, Frei Gustavo teve como concelebrantes Frei César Külkamp, Frei Almir Ribeiro Guimarães, Frei José Ariovaldo da Silva, Frei João Carlos Karling, Frei Ary Estevam Pintarelli, Frei Marcos Hollmann, Frei Geraldo Hagedorn e Frei Luiz Iakovacz. Os frades estudantes animaram a liturgia.
Em sua homilia, Frei Gustavo falou sobre a esperança. “Neste tempo do Advento, a Igreja apresenta trechos da Sagrada Escritura que têm a capacidade de nos reabastecer na esperança. Esperança, chamados por muitos como teimosa. Esperança que, para o poeta Mário Quintana, é uma louca que mora no 12º andar do ano e quando escuta os fogos e as buzinas de lá se atira e, caindo no chão, quase que por milagre não morrendo, transforma-se em menina dos olhos verdes, chamada esperança”.
Segundo o frade, a esperança tem sentido quando nós sabemos a direção para a qual caminhamos e com quem caminhamos. “Por isso, com toda razão e justiça, nós podemos, devemos e queremos manter firmes a nossa esperança em Cristo. Caminhando como Ele e para a construção do seu Reino. Tendo esse sentido na base para a nossa vida”, ensinou.
Frei Gustavo ressaltou que é com esperança que se deve animar mutuamente. “Na esperança da semente lançada com este retiro anual. Esperança que brota e que nasce nas palavras sinceras do coração de nossos frades jubilandos, quando partilham as alegrias e as dores de todo seu tempo de vida religiosa e sacerdotal. Esperança que tem a força de curar e renovar, de conferir a cada dia um novo sentido, enquanto caminhamos na direção Daquele que multiplica o pão e multiplica-se em pão e alimento para todos nós”, disse.
“Renovemos a nossa esperança neste tempo do Advento. Que o Senhor nos ajude e nos conduza e permaneça caminhando conosco”, conclui o frade.
No final da Celebração, Frei Alan Leal de Mattos, em nome de todos os frades estudantes, agradeceu o pregador do retiro, Frei João, e em sinal de gratidão o entregou uma gruta, esculpida na vela com o presépio de Nosso Senhor Jesus Cristo.
IMAGENS DA MISSA QUE ENCERROU O RETIRO E ABRIU O ENCONTRO DOS JUBILEUS DA PROVÍNCIA