Frades angolanos fazem retiro para renovação de votos
07/12/2015
Tendo como base a pergunta que Francisco de Assis fez ao Crucifixo de São Damião – “Que queres que eu faça?” -, os frades professos temporários da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola se reuniram em retiro, de 4 a 6 de dezembro, em preparação para Renovação dos Votos Religiosos.
Frei Alberto André, Frei Ananias Muhongo, Frei Alfredo Prego, Frei Canga Mazoa, Frei Crisóstomo Ñgala, Frei Cristiano Aparecido, Frei Gabriel Chico, Frei Honorato Gabriel, Frei João Muhala, Frei Mário Pelu, Frei Mateus Lwamba, Frei Paulino Sopindi, Frei Santana Kanfunda e Frei Sirineu Lwamba se reuniram na Vila de Viana, na casa das Irmãs Mercedárias (casa de retiro que partilhamos com os seminaristas Mercedários e uma religiosa do Espírito Santo), durante três dias, onde também foram provocados a olhar “como estávamos nos “reapropriando dos votos e da sua força libertadora”. Pois, como dizia nosso pregador, Frei Marcos Antonio dos Santos, para não perdermos de vista aquilo que é próprio nosso, a essência do nosso carisma, precisamos nos libertar da idolatria do ter e do poder que de certa forma dá prazer.
Por isso, já no primeiro dia do retiro foi lançada a proposta de cada um recolher-se até onde pudesse e recitasse como mantra o “Senhor, que queres que eu faça”, a fim de que perdêssemos tempo conosco mesmo e percebêssemos o amor de Deus na sutileza das coisas e sentíssemos o seu toque. E em preparação à dinâmica do dia seguinte vimos o filme “Homens e deuses”.
Por meio de partilhas em grupos, no segundo dia do retiro, fizemos uma revisão de vida, nos debruçamos sobre os três votos evangélicos (obediência, castidade e pobreza) para que tivéssemos a consciência de que Deus não nos chama para olharmos os nossos pecados, mas para estarmos nus diante d’Ele, olharmos para a nossa condição humana e sentirmos a sua graça. Até porque, como lembrava o pregador, enquanto juniores há uma tendência muito grande de criarmos ilusões e ideologias em torno de algo que já é real e natural: o amor de Deus que se mostra em pleno Sol. Por isso apelou no sentido de que o nosso entusiasmo jovial não nos levasse à comodidade, à fraqueza, à falácia, mas a um constante processo de amadurecimento e de uma viagem interior e à fraternidade. E de forma alegórica comparou a fraternidade a uma coluna de um edifício cujo fundamento é Deus.
Ainda nesse dia rezamos a Via-sacra de uma maneira muito bonita, cada um teve a responsabilidade de anunciar uma estação e enunciar algumas palavras em torno de cada momento que Cristo passou.
No ultimo dia do retiro, Frei Marcos alertou que nem sempre temos forças para entrar cem por cento naquilo que é próprio nosso. O certo é não perdermos de vista o Espírito de Deus em cada acontecimento. Finalmente encorajou-nos a não termos medo, despediu-se de nós porque não participaria da cerimônia de Renovação porque tinha viagem marcada. Mas não partiu sem antes dizer que a renovação é uma escolha feita com liberdade.
Frei Crisóstomo Ñgala