Ex-provincial Frei Antônio Nader será sepultado hoje
13/07/2017
Nosso confrade Frei Antônio Alexandre Nader faleceu na manhã de hoje (13/07), às 8h10, na Hospital São Francisco na Providência de Deus, antigo Hospital da VOT, no Rio de Janeiro.
Há poucos dias havíamos comunicado seu estado de saúde. Ele tinha uma doença pulmonar grave que se complicou com uma pneumonia e evoluiu para insuficiência respiratória, cardíaca e infecção generalizada, e, por fim, falência múltipla de órgãos. O corpo de Frei Antônio será velado na igreja do Convento Santo Antônio, onde, às 10 horas de amanhã (14/07), será celebrada a Missa de Exéquias, depois da qual seu corpo será sepultado no mausoléu do próprio convento.
O Frade menor
“Ser radical na entrega ao Senhor e tentar imitar São Francisco em tudo: na doação, na alegria, na esperança, na caridade, ser bom e humano, delicado e generoso até o esgotamento. Tentar sempre ser um homem de Deus e uma presença viva do mundo invisível que anunciamos. Em resumo, praticar em todos os momentos a oração de São Francisco: “Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz…”. Foi com esse pensamento que o jovem capixaba Antônio Nader iniciava a formação para ingressar na vida religiosa franciscana aos 24 anos. Nascido numa família muito religiosa, aos 16 anos Antônio já era congregado mariano, frequentando a Congregação Mariana da Catedral de Vitória. Foi eleito presidente desta entidade e, aos 22 anos, presidente da Federação Mariana do Estado do Espírito Santo. Promoveu vários encontros estaduais com a orientação do Diretor Geral da entidade. Participava de todos os retiros mensais e anuais promovidos pela Congregação Mariana.
Dados pessoais, formação e atividades– Nascimento: 17.11.1928 (88 anos de idade) . |
Foi exatamente em um desses retiros, quando tinha 18 anos, que sentiu o convite do Senhor: “Vem e segue-me”. “Fui animado por quatro sacerdotes com os quais conversava longamente e pedia orientação. Senti o chamado porque amava muito a Cristo e as almas e via a falta de pastores dedicados, e tantas almas abandonadas, sobretudo as crianças e os jovens. Senti-me chamado e obedeci à voz do Senhor”, revelou Frei Nader. Essa vocação também, para ele, nasceu no seio de sua família, que é muita religiosa. “Vivi numa família unida, equilibrada, onde havia muito amor, ternura, carinho. Tudo era comum: refeições, orações, lazer, trabalho, pois tínhamos uma casa comercial que eu dirigia como titular”, contou Frei Nader, que era o quinto filho deAlexandre José Nader e Brigida Abdala Nader. Tinha três irmãs e quatro irmãos (o pai e três irmãos nasceram no Líbano).
Com o Ensino Médio completo, Frei Antônio foi encaminhado ao Seminário de Agudos em 1953, e vestiu o hábito franciscano em 1954. “Ingressei na vida religiosa para ser um frade menor, simples, pobre, desprendido de tudo e de todos e estar a serviço dos irmãos. Ser alegria e esperança para todos”, revelou.
Prático, Frei Antônio dizia que tinha limitações intelectuais e que gostava de trabalhos administrativos. Assim ele se autodefinia: “É difícil falar de mim mesmo, mas julgo ser tranquilo, equilibrado. Controlo bem minhas emoções. Tento ser coerente e reto em minha vida, mas tenho minhas fraquezas. Tento ser organizado e disciplinado. Sou de caráter forte e exigente comigo mesmo e com os outros. Gosto de causar alegria aos irmãos e dificilmente ofendo uma pessoa conscientemente”.
Desde a sua ordenação sacerdotal, teve uma vida intensa nas Paróquias e na área educacional, sendo diretor do Colégio Diocesano de Lages (SC) por 12 anos.
Quando foi eleito Provincial, em 1973, procurou observar quatro pontos essenciais: vida fraterna, vida apostólica, vida de oração e promoção social em toda a Província. Até 1979 exerceu seu mandato e depois, entre tantos trabalhos, dedicou-se à Editora Vozes e ao Hospital da Venerável Ordem Terceira no Rio de Janeiro. “Julgo que o principal é fazer tudo bem onde fomos colocados, onde a obediência nos mandou. Pregar sempre como Francisco, com entusiasmo, com alegria e esperança, mostrando como Cristo é bom. Nunca esmorecer no trabalho apostólico e sempre renovar nossa ação”. Assim Frei Antônio pautou sua vida.
R.I.P.