Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

E São Francisco de Assis deixou sua mensagem…

05/10/2014

Notícias

São Paulo (SP) – As celebrações e bênçãos durante todo dia de São Francisco nas igrejas franciscanas de São Paulo, deixaram ainda mais viva a mensagem de São Francisco de Assis. Seus devotos aproveitaram o sábado, neste 4 de outubro, para homenagear o santo das criaturas, do amor ao Crucificado, do amor aos pobres, do amor ao Menino Deus, do amor às pessoas nas periferias. Foi assim durante todo o dia deste Santo tão querido pelo povo. Tanto na Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, como no Convento do Centro de São Paulo, onde São Francisco é Padroeiro, o dia foi intenso.

No largo São Francisco, a Missa das 15 horas estava repleta de fiéis, e foi transmitida ao vivo pela rede de TV Canção Nova. A Missa foi presidida pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e concelebrada pelo pároco Frei Luiz Henrique de Aquino, pelos vigários paroquiais, Frei Gustavo Medella, Frei Alvaci Mendes da Luz e Frei Diego Melo. A celebração teve ainda a presença de Frei David Raimundo, Frei Anselmo München, Frei Virgílio e Frei Elias, além da participação de religiosos e religiosas.

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O Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel

Em sua homilia, Frei Fidêncio contou aos devotos um pouco da vida de São Francisco. “Todos nós conhecemos a vida de São Francisco, quando ele, um dia, na procura da vontade de Deus, entra na igrejinha de São Damião e se coloca diante do Cristo crucificado. E Francisco estava numa inquietação muito profunda, se perguntando, ‘Senhor, que queres que eu faça?’ E naquele dia, ele ouviu uma voz que dizia: ‘Francisco vai, restaura a minha igreja’!”, contou o frade.

O Ministro Provincial falou a respeito desta restauração, que não era apenas física, como Francisco concluiu num primeiro momento, mas uma restauração profunda, nas estruturas da Igreja mesmo: “Deus queria dele algo muito maior do que meramente restaurar três igrejas”, acrescentou.

Frei Fidêncio falou ainda sobre o Papa Francisco e vários episódios de seu Pontificado, como a visita do Santo Padre a Assis, no ano passado e a Lampedusa. Nestas visitas, o Papa Francisco esteve com crianças deficientes, com refugiados, e com outros necessitados. O frade ressaltou que estes gestos do Papa Francisco foram um modo de resgatar a imagem de São Francisco, restaurador da casa de Deus, da vida e do coração humano. “Nós hoje, cristãos, precisamos ter esta sensibilidade, em primeiro lugar, com o nosso próximo, com os nossos leprosos, com a lepra da modernidade”, afirmou o frade.

O Ministro Provincial falou também a respeito dos desafios que os cristãos devem enfrentar hoje. “Mais do que nunca, nós, cristãos, precisamos ser profetas e profetizas da paz e da esperança no nosso mundo de hoje. Quantos conflitos no Oriente Médio? Mas ao sairmos na porta da nossa igreja, aqui no centro histórico de São Paulo, quanta dor, quanta violência, quanta indiferença. Quanta necessidade de paz, quanta insegurança, nós temos também nas nossas vidas, nas nossas famílias”, disse Frei Fidêncio.

Ele lembrou ainda do pedido do Papa Francisco aos cristãos que estejam nas periferias. Mas recordou que não são apenas os espaços geográficos, mas também as periferias existenciais. “Estas periferias existem em toda parte. Até nos apartamentos mais chiques, lá também existem pessoas que vivem a periferia do isolamento, da solidão”, concluiu o frade

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Frei Alvaci interpretou a linguagem dos surdos

No momento do ofertório, Frei Alvaci apresentou as crianças que entraram, representando as fases da conversão e da vida do santo de Assis. A vida como jovem rico, a conversão, o encontro com Santa Clara, a ligação com a natureza e as criaturas e, por fim, as chagas em seu corpo.

Ao final da missa, Frei Alvaci fez os agradecimentos aos presentes, e a todos que ajudaram na organização e execução da Festa de São Francisco de Assis.

Presença dos surdos na festa

A tarde dedicada a São Francisco de Assis teve continuidade no Largo São Francisco. A missa das 16h30 foi presidida por Frei Diego Melo, coordenador do SAV – Serviço de Animação Vocacional. A missa contou ainda com a presença de Frei Alvaci Mendes da Luz, que ajudou na tradução da celebração em libras, a linguagem de sinais usada pelos surdos, que participaram da celebração e a tornaram ainda mais especial.

Em sua homilia, Frei Diego destacou a figura de São Francisco de Assis, e sua importância não somente para os católicos, mas para toda a humanidade, por sua bondade, radicalidade e sua relação com o meio ambiente. “A decisão de São Francisco, e a alegria, tão radical, de deixar tudo, de ter descoberto na Palavra do Senhor a resposta para sua vida, a maneira como ele não só ouviu, mas encarnou e viveu esta Palavra, de fato nos interroga e nos faz perguntar se nós já descobrimos a verdadeira palavra, capaz de causar uma revolução dentro de cada um de nós. Faz-nos perguntar a nós mesmos, qual é o verdadeiro amor de nossas vidas”, disse o frade.

Frei Diego questionou ainda aos presentes: “Qual é a medida da nossa alegria e do nosso entusiasmo ao abraçarmos a nossa vocação, seja ela qual for, religiosa, matrimonial, laical. Qual é a medida da minha adesão a este chamado que o Senhor nos faz?”

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Frei Diego celebrou no final do dia de São Francisco

O frade falou ainda a respeito da realidade em que vivemos, num mundo individualizado, onde as pessoas não se conhecem mais, não têm o desejo de começar novas relações, e o desafio de ser seguidor de São Francisco neste contexto. “Diante deste mundo, que, cada vez, mais está fechando-se, enclausurando-se, tornando-se egoísta, São Francisco hoje vem nos apresentar o grande dom e a alegria da fraternidade. De olhar para as pessoas e não enxergar nelas concorrentes, pessoas que podem ameaçar a minha liberdade, mas olhar para as pessoas e enxergar o reflexo e a bondade de Deus que está ali no irmão, na irmã, seja ele conhecido ou não”, concluiu.

No momento do Pai Nosso, o celebrante pediu que os surdos ficassem no presbitério, e falou a respeito do gesto na oração do Pai Nosso, onde eles encostam os pés uns nos outros, como modo de união. E eles rezaram o Pai Nosso em libras, junto com a comunidade.

No final da celebração, Frei Diego convidou aqueles que estavam com seus animais, para receberem a bênção de São Francisco.