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Débora Pupo encerra a Super Semana da Catequese

28/08/2020

Notícias

A coordenadora Regional da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional Sul 2 da CNBB, Débora Pupo, encerrou nesta sexta-feira, 28 de agosto, a Super Semana de Catequese, que começou na segunda-feira, dia 24. Um time de especialistas no assunto – Moisés Sbardelotto, Francine Porfírio, Bruno Tamancoldi, Pe. Thiago Faccini Paro e Débora Pupo – foi convocado pela Editora Vozes e o Blog da Catequese para presentear especialmente o catequista, que será homenageado por seu dia neste domingo, com muita formação e informação. O evento também comemorou os 10 anos de criação do Blog da Catequese.

Durante cinco dias, por meio de lives gratuitas, sempre às 18 horas, um público de Norte a Sul do Brasil pôde participar deste evento no canal do YouTube da Vozes. A mediadora do evento, todos os dias, foi Natália França.

O jornalista Moisés Sbardelotto abriu a semana destacando que, mesmo vivendo em meio a tanta tristeza e sofrimento com esta pandemia, há luzes e coisas boas. “Uma delas é essa questão do digital. A gente vê como a vida teve que ser reiventada, digamos assim, a partir dessa obrigatoriedade de ter que manter um certo distanciamento, ter que se isolar, digamos assim, em casa. Então, isso acabou nos levando a aprender e a focar grandes partes de nossas ações no ambiente digital. As escolas fecharam, muita gente fazendo uso do ‘home office’, as relações entre as famílias também tiveram que ser repensadas. Então, trazendo isso para o âmbito da catequese, muita coisa ela precisou aprender nesse período, muito pela dificuldade de manter os encontros presenciais na paróquia, na comunidade, mas também pela potencialidade que o digital nos traz”, explicou, acrescentando três pontos que este período leva a repensar, assim como o que o digital oferece de melhor.

O primeiro ponto, segundo o autor, é a facilidade de conexão. “Quer dizer, você está em Petrópolis e eu estou aqui, no interior do Rio Grande do Sul. A gente está conseguindo dialogar e ao mesmo tempo interagir com pessoas de todo o país. Então, essa conectividade que ultrapassa fronteiras, barreiras, é um primeiro aspecto para pensar também no âmbito da catequese. A facilidade que se tem de contato, a possibilidade de alcançar pessoas que não chegariam nas nossas comunidades pelas mais diversas razões e, ao mesmo tempo, essa facilidade de participação e colaboração. A gente já está recebendo perguntas, comentários. Isso a gente costuma falar de interatividade. O compartilhamento de ideias. Quer dizer, tudo está dentro desse bojo da ideia de conectividade. Estamos conectados, somos pessoas humanas que pensam, que sentem, e ao mesmo tempo a gente consegue colocar isso entre nós, compartilhar tudo isso”, ressaltou.

O segundo ponto, segundo o jornalista, está ligado com esse. É a ideia de ubiquidade. Aquilo que está presente em todo lugar e ao mesmo tempo. E isso estamos vivendo nesse período de pandemia com o digital. A gente está trabalhando, mas não estamos lá na nossa empresa, no nosso local de trabalho. A gente está estudando, mas não estamos na escola, na universidade, porque as informações e nós mesmos circulamos por essa rede. Então, acho que esse é o elemento fundamental para repensar o próprio processo catequético. Por que não? Uma catequese também que ultrapassa a sala de aula, a paróquia, que repensa seus métodos a partir dessa possibilidade de chegar longe – e chegar longe muito rapidamente. Então, isso também nos faz revisar a nossa própria linguagem na catequese, os métodos que usamos, o modo de lidar com essas novas gerações que já estão embebidas, vamos dizer assim, dessa cultura”, propôs.

O último ponto, para Moisés, é muito típico do ambiente digital: a criatividade. “A internet é um caldeirão de ideias. Seja pelo lado do humor, seja pelo lado do entretenimento, ou mesmo agora nesse período de pandemia, todo esse contexto de lives. É muito interessante a quantidade de formações, conteúdos. Grande nomes que estão aí, falando abertamente, gratuitamente. Então, é um espaço de criatividade, onde as ideias, os pensamentos, a troca de informações, fervilham. Então, para a catequese, acho que esse aspecto da criatividade é muito importante”, adiantou.

Segundo Sbardelotto, muitas informações que consumimos na rede tem a ver com nossa fé. “Às vezes são informações sobre a Igreja, sobre o Papa, sobre enfim, questões da vida, da relação em família. É muito importante que o catequista tenha essa consciência, que ele saiba quais são as fontes mais verídicas dos assuntos sobre a religião, e consiga trabalhar com seus catequizandos isso, ajudá-los nesse processo de alfabetização mediática, como muitos chamam”, orientou, indicando três filtros para trabalhar com as informações.

  1. A verdade: “Tomar consciência de que muitas das informações que a gente recebe no dia a dia são mentiras, são falsidades. Então, é preciso passar as informações por esse critério da verdade. E a verdade tem muito a ver com aquilo que produz coisas boas. Se uma informação gera rancor, gera raiva insuportável, faz com que eu agrida uma pessoa, essa informação não é uma informação verdadeira, porque está gerando ódio, gerando rancor, gerando maus frutos”, disse Moisés.
  1. A bondade: ” As informações têm que produzir coisas boas nas pessoas. Tanto é que a gente fala de Boa Nova, porque é uma mensagem que produz coisas boas, frutos bons nos outros”.
  1. A beleza. “Não só do ponto de vista estético, mas também do ponto de vista ético. A beleza é uma ação que gera harmonia, que gera comunhão. Então, nesse processo da informação tem que ter: verdade, bondade e beleza. Isso nos ajuda a fazer essa filtragem”, completou Moisés.

Mas Moisés faz uma ressalva: não dá para pensar o processo catequético como uma mera transmissão de informações. “A catequese não é uma escola no sentido tradicional. É no sentido profundo porque a gente está ali seguindo passos do Mestre, que é Jesus. Mas no dia a dia não pode ser uma mera transmissão de informações, uma passagem de conteúdo, uma avaliação. Quer dizer, esse método escolar, não é um método catequético. O método catequético é todos nós, como discípulos missionários, tentando conhecer mais a pessoa de Jesus. É importante o catequista colocar-se nessa dinâmica. Favorecer o encontro dos catequizandos com a pessoa de Jesus. O que mais importa na catequese é uma experiência de fé, uma experiência religiosa, muito mais do que saber as doutrinas, saber as respostas do catecismo”, destacou o jornalista.

Segundo ele, esse aprendizado pode ser feito mais adiante. “O fundamental da catequese é que eles conheçam o amor de Deus, esse Deus que é Pai, conheçam a pessoa de Jesus, o que ele viveu, como ele viveu, o que ele nos convida a viver. Então, para além das informações, o que mais vai importar é como o catequista está presente na vida desses catequizandos. Que tipo de testemunho esse catequista está conseguindo passar e também por meio das redes. Tudo aquilo que a gente faz nas redes, de algum modo é evangelização. A gente está falando de moda, de política, de gastronomia, também é uma forma de evangelização. As pessoas vão olhar para a gente e vão falar: ‘Olha essa pessoa não tem bons valores; olha só o gesto que ela fez, olha só a posição dela, olha a foto que postou, olha o modo que escreve nos comentários, como é delicado, respeitoso’. Então, as redes são um ambiente mais difícil para a catequese porque a gente está ali com nossa vida exposta. Avaliar nossa própria presença na rede é fundamental. Acho que hoje a sociedade não aceita mais vidas duplas, pessoas que na frente das telas falam uma coisa, mas por trás vivem outra. Para o catequista vale isso. A coerência de vida. Nas redes, a gente tem de deixar transparecer o amor de Deus, a mensagem do Evangelho, mesmo quando a gente não está falando dele. Isso é fundamental”, ensinou o palestrante.


DIFERENÇAS ENTRE AS GERAÇÕES

“Um dos principais desafios que todo catequista acaba encontrando são as diferenças entre as gerações. Reconhecer que as experiências do catequista estão bem distantes, às vezes, dos catequizandos, exige muita sensibilidade”, acredita a pesquisadora e consultora em Pastoral Escolar e Ensino Religioso, Francine Porfírio, que falou na terça-feira (25/8) sobre “Desafios e relacionamentos na catequese”

Segundo ela, a superação nesse conflito de gerações é algo que só se supera com uma catequese dialógica, uma catequese que busca se aproximar da realidade do catequizando, que busca entender quais são os contextos de origem desses catequizandos, para tentar corresponder melhor, trazendo inclusive uma linguagem mais acessível e de fácil interpretação para esses catequizandos. “Então, quando nós falamos de desafios e dificuldades de relacionamentos na catequese, uma das coisas mais essenciais é se descentralizar de si para dar esse passo em direção ao outro”, disse Francine.

Segundo ela, ouvir e falar segundo a realidade dos catequizandos. “É algo que nós precisamos exercitar constantemente enquanto catequistas. Entender também que a linguagem para a criança, para o adolescente, e a linguagem até para os adultos na catequese de adultos, exige diferenças e exige também que você busque contextualizar os conteúdos da catequese dentro das dificuldades que essas pessoas enfrentam”, orientou.

Para Francine, esse é o principal desafio. “Promover uma catequese dialógica implica principalmente para o catequista estar aberto a ouvir seus catequizandos, sem se manter apenas limitado na preocupação em transmitir os conteúdos da fé. Então, antes ou até ao mesmo junto com os conteúdos da fé, é importante que você tenha essa preocupação de tornar a catequese um espaço de experiência comunitária, um espaço dialógico, onde esses catequizandos possam também se sentir acolhidos e expressar suas emoções, expressar suas opiniões num ambiente em que isso vai possa ser lido sob uma perspectiva cristã”, emendou.

E como reduzir esse conflito de gerações com os catequizandos, tendo em vista que muitos deles estão passando por transformações naturais da infância, da adolescência, e que trazem ainda mais desafios para esse dia a dia na catequese?

“Eles próprio conseguem nos trazer pistas. O modo como uma criança se coloca, o modo como o adolescente se coloca já nos dá algumas pistas de como adaptar a nossa linguagem à realidade deles. Outros cuidados importantes estão principalmente no interesse do catequista de buscar informações, pesquisar e ler sobre a fase de desenvolvimento dos seus catequizandos. Entender a fase evolutiva, cognitiva, social, emocional e espiritual nas etapas da fé. Faz com que o catequista se sinta mais seguro em se aproximar do seu catequizando. Vou dar um exemplo: muitos adolescentes são mal interpretados quando eles questionam uma autoridade, quando eles argumentam, quando eles tentam desconstruir a autoridade do catequista, inclusive. Isso é visto como um confronto, uma afronta à pessoa do catequista. Quando você consegue compreender, por exemplo, o desenvolvimento moral como um desenvolvimento a longo prazo, você percebe que o catequizando está fazendo é tirar a referência do que é certo e errado das autoridades e atribuir a si mesmo. Se autorreferenciar. Isso é natural e importante. Em termos de desenvolvimento moral, por exemplo, nós temos uma grande diferença entre a fase da harmonia moral, que é a primeira fase de desenvolvimento”.

“A gente quer cristãos conscientes do seu compromisso, conscientes do seu papel cidadão, conscientes de que os valores e as virtudes cristãs dependem do nosso compromisso e da nossa postura diante de todos os contextos com os quais nós convivemos. Então, eu diria que é importante entender o desenvolvimento para que a gente não seja um fator limitador, para que a catequese seja um espaço em que todas essas evoluções cognitivas tenham condições de acontecer de uma forma saudável”, indicou Francine.


A FORMAÇÃO CONTINUADA

“Uma coisa que você lê hoje talvez tenha outro sabor amanhã. Por isso, que a formação continuada é importante”, lembrou o professor Bruno Tamancoldi, ao abordar o tema “Nos caminhos da Igreja – Formação permanente da fé”, na quarta-feira (26/8). Segundo ele, a formação deve fazer parte de toda a vida. “Uma vez, um grande mestre da URFJ quis minha opinião sobre uma aula que ele estava preparando. Depois de falar algumas palavras, eu perguntei: ‘Mas você está pedindo a opinião para mim? Você é um grande mestre, quem é o Bruno Tamancodi? Ele falou: ‘Jamais diga isso; todos nós estamos nos formando a cada dia’. Isso foi uma grande lição para mim. Nós vamos mudando ao longo do caminho, e o processo formativo acontece ao longo do caminho”, ensinou.

Para o professor, para alguns a formação permanente é algo penoso, doloroso. “Às vezes se usa uma palavra que eu não gosto muito: ‘Ah, eu preciso fazer um curso de reciclagem’. Se recicla lixo. Formar-se permanentemente é olhar com um novo olhar, uma nova visão nos olhos de Nosso Senhor Jesus Cristo continuamente”, enfatizou.

Nessa formação, Bruno lembrou que a teoria e técnica caminham juntas para gerar a práxis: “É uma prática reflexiva, onde a gente começa a entender tudo”.

“A prática e a teoria não são inimigas. Quando você não tem a teoria, você não pratica. Você imita alguém. Claro que no início da vida você imita. É normal. Quantas coisas na minha vida eu continuo imitando, porque eu não quero entrar para a teoria. Porque simplesmente é algo que não interessa ou não tem aplicação para minha vida”, explicou.

Mas, segundo o professor, nas coisas de Deus é preciso entrar verdadeiramente; penetrar verdadeiramente. Por quê? “Porque vamos colocar que você fica só no campo da imitação. Então, alguém falou pra você, você escutou e você vai transmitir aquilo. Nós lidamos com pessoas diferentes. Às vezes o que você ouviu, escutou, não vai convencer outra pessoa. E aí, você faz o quê?”

Para Tamancoldi, conhecer a teoria, conhecer a formação densa, é tornar a prática algo reflexivo. Mas ele ressalva que estudar não é algo gostoso. “Às vezes, você pega um livro e precisa ler várias vezes. O processo paulatino”, enfatiza.

Quem consegue vencer essa etapa desafiadora, o “resultado é sensacional. Não tem algo mais prazeroso do que conhecer aquilo que você ama”.

O professor lembrou que uma grande inspiração de sua vida veio das Irmãs Canossianas e da fundadora Santa Madalena de Canossa. “Nosso Senhor Jesus Cristo não é amado por que não é conhecido. Então, se você ama Jesus, tudo flui naturalmente na Igreja. Muitas vezes a doutrina é pesada porque não se fez uma experiência de amor. Jesus é um encontro. Quando a pessoa encontra Jesus, olha nos olhos de Jesus, é impossível o catequista largar o arado. Por isso que é imperativo que façamos esse encontro com Jesus”, ensinou.

Segundo ele, a Editora Vozes olha com muito carinho para catequese. “A catequese na Vozes não é um produto, mas uma vocação”, completou.


INICIAÇÃO CRISTÃ

O Ritual de Iniciação Cristã de Adultos (RICA) é um importante instrumento a ser utilizado no processo de iniciação cristã. É um dos principais meios de unir catequese e liturgia no decorrer do itinerário catecumenal, segundo o Pe. Thiago Faccini Paro, que falou sobre “As celebrações do RICA” nesta quinta-feira (27/8).

“Ele é importante para a catequese porque ele vai mostrar quais são os objetivos, a intenção de cada tema. E as suas celebrações vão ajudar a pensar um itinerário com os temas catequéticos. O RICA é a primeira referência que temos para estudar o que é a iniciação à vida cristã”, explicou o sacerdote, autor do livro “As celebrações do RICA, conhecer para celebrar bem” e também dos manuais de catequese “O Caminho”.

Ao folhear o Rica, o leitor encontrará passos a serem executados (itinerários). Essas etapas visam o conhecimento e a adesão da pessoa à fé cristã. O Documento é organizado em: “tempo de conversão” (kerigma, pré-catecumenato); “tempo da preparação” (catequese, eleição) e “tempo da recepção dos Sacramentos (purificação/iluminação/mistagogia). Na primeira etapa – a da conversão – é possível ter contato com os primeiros encontros. É neste momento que acontece a celebração de acolhida e apresentação dos candidatos à comunidade.

“No livro ‘As celebrações do RICA’, eu vou destrinchar cada celebração, porque nós não tivemos uma boa catequese e uma boa iniciação. E uma das dimensões da iniciação é dar as chaves, os códigos, para que a gente possa compreender a liturgia”, observou.

“A liturgia é constituída por ritos e símbolos, que eu vejo, mas eles me remetem para uma realidade que não vejo, que é o transcendente. Aquilo que eu vejo me comunica aquilo que não está acessível aos nossos sentidos.

Para celebrar bem, é importante entender o significado”, destacou.

Segundo o padre, muitas celebrações eram feitas sem o entender o sentido. “Faziam o rito pelo rito”, disse. “Não é tão fácil, não só as crianças ficaram privadas desse entendimento como nós”, acrescentou.


COORDENAÇÃO NA CATEQUESE

O último dia das lives sobre catequese trouxe reflexões sobre o perfil e missão da coordenação. Coube a Débora Pupo, coordenadora Regional da Dimensão Bíblico-Catequética do Regional Sul 2 da CNBB, falar sobre o tema “Coordenação de catequese… Sobre o que estamos falando?”, título do seu livro publicado pela Editora Vozes.

A missão organizativa da catequese, segundo a autora, envolve pessoas, homens e mulheres, que são indicados e que têm a reponsabilidade de pensar a ação catequética como um todo. “Eu considero como uma das dimensões mais importantes da ação catequética”.

Neste livro, Débora usa a analogia da castanheira. “Essa árvore me acompanha há muito tempo. Quem me conhece sabe da importância da castanheira e de sua inspiração.  Para dizer o quê? A raiz de tudo é o batismo. O sentido da nossa missão, do nosso serviço, do nosso trabalho na comunidade eclesial surge do batismo. Todo batizado é chamado e enviado em missão”, explicou.

“Quando olhamos uma árvore, vemos primeiro os galhos e as folhas. Muito difícil ver as raízes. E árvore toda depende da raiz. As suas diversas partes estão conectadas. Aí uma pessoa pode perguntar assim: e as folhas que caem? Também as folhas que caem nos ensinam a necessidade de mudança, a necessidade de renovação”, disse.

“Essa árvore como um todo é a Igreja e todo batizado faz parte dela. Se você corta um galho, virão outros mas vai demorar tempo para isso. É essa a compreensão da comunidade como um todo. Onde cada parte tem o seu significado. Todas as partes se conectam pela raiz”, disse.

Débora contou que a castanheira foi plantada por sua mãe, há mais de 40 anos, no quintal de sua casa, onde hoje reside sua irmã Célia. Essa árvore cresceu muito e já causava medo por causa dos tamanhos de seus galhos que avançavam pela vizinhança. Então, decidiram cortá-la. A pessoa, contudo, que foi encarregada de cortá-la perguntou à sua irmã por que ela estava cortando a árvore. Ela explicou que tinha medo de que caísse e causasse estragos. A pessoa disse que um vento, para arrancar a castanheira, levaria a casa junto e era capaz de a castanheira ficar em pé. A preocupação tinha que ser a raiz. Se ela estivesse saudável, a castanheira se manteria firme.

“Eu trouxe essa imagem para a catequese, tendo esta compreensão de que a base deve estar firme. “Na coordenação, essa analogia serve para mostrar justamente o que eu dizia antes. A convicção de que a raiz deve estar forte. Ainda que os ventos a balancem, ela permanece segura”, explicou.

Segundo Débora, na nossa realidade é muito comum ter uma pessoa apenas como coordenador ou coordenadora. “É aquela que vai ter de administrador tudo que diz respeito à catequese. Mas os documentos já orientam para a necessidade de ter uma equipe. Coordenar requer toda uma estrutura de serviço”, adiantou.

A primeira necessidade do coordenador pode parecer apenas de ordem organizativa; ou seja, inscrições, divisão de grupos, estabelecer horários, elaborar calendários. No entanto, a visão de quem coordena deve ir mais longe: a pessoa, ou equipe responsável pelo serviço de coordenação, tem a missão de favorecer o processo orgânico e sistemático da catequese por meio de uma organização que envolva reunir a representação de catequistas, famílias e comunidade.


Moacir Beggo