Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

D.Negri: ‘Vocês são chamados a serem pedras vivas’

19/05/2014

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Moacir Beggo

 Blumenau (SC)  – O bispo da Diocese de Blumenau, Dom José Negri, PIME, deixou os exemplos de Santo Estêvão e São Francisco como modelos para os novos diáconos da Igreja: Frei Paulijacson Pessoa de Moura e Alexsandro Valdir Borges. Eles foram ordenados para o ministério do diaconato na celebração eucarística na majestosa Catedral de São Paulo Apóstolo de Blumenau, às 15 horas, neste 5º domingo da Páscoa, 18 de maio. Frei Paulijacson é frade da Província da Imaculada Conceição e Alexsandro é seminarista da Diocese de Blumenau.

Fotos Moacir BeggoDiante de frades, noviços e seminaristas de toda a Província, sacerdotes, diáconos e seminaristas da Diocese, Dom José enfatizou que a ordenação desses dois jovens era uma grande alegria. “E todos nós, como Diocese e Ordem Franciscana, devemos vibrar de alegria porque ainda temos jovens que sabem fazer esta escolha, dedicando a vida inteira pela causa do Reino e do Evangelho”, vibrou o bispo.

Esta alegria o bispo também manifestou durante a homilia ao abordar as exigências para se assumir o ministério diaconal. “Eles devem ser homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria. Devem ser pessoas dedicadas ao serviço, como servir às mesas das viúvas. Então, a missão do diácono não é tanto litúrgica, mas caritativa. É a caridade, é o amor, a missão do diácono. O diácono está a serviço dos mais fragilizados das pessoas mais necessitadas. Os apóstolos tiveram de ceder esse trabalho social porque eles não davam conta. Portanto, os diáconos ajudam os sacerdotes, trabalham com os sacerdotes, mas no serviço da caridade e do amor”, explicou.

Estêvão é o modelo de diácono que mostra os Atos dos Apóstolos. “Ele foi o primeiro mártir. Vejam que interessante! O primeiro mártir não foi um apóstolo, mas um diácono, porque o diácono tem essa grande missão de se colocar a serviço a ponto de dar a própria vida, o próprio sangue. Esta foi a expressão mais bonita de um diácono no serviço. O que impressiona na vida de Estêvão é o amor, é a caridade”, ressaltou o bispo diocesano, lembrando que Estêvão morreu pedindo perdão para os seus apedrejadores.

Fotos Moacir Beggo

Frei Paulijacson (à esq.) e Alexsandro

 

São Francisco e as pedras vivas

Ao refletir sobre a segunda leitura, o bispo frisou que São Pedro nos convida a sermos pedras vivas na construção do templo espiritual. “Interessante esta ligação de pedras. As pedras que fala Pedro são pedras boas, pedras que constroem”, disse, lembrando do franciscano Frei Brás Reuter, que construiu a Igreja de São Paulo Apóstolo e que foi consagrada no dia 25 de janeiro de 1958 e hoje é a Catedral da Diocese.

“Interessante ver como na Igreja de Cristo existem muitas pedras. Tem pedras que constroem, tem pedras que destroem; tem pedras vivas, tem pedras mortas; tem pedras que são úteis, e tem pedras que são inúteis. Como não lembrar de um homem, de um grande santo, o fundador da Ordem de nosso Frei Paulijacson. Francisco de Assis foi convidado por Deus a reconstruir a sua Igreja, que estava enfraquecida pelo poder, pelo dinheiro, pelo carreirismo. Francisco foi chamado por Deus para reconstruir uma Igreja que estava ainda em ruínas. Tem pedras que matam, que servem para destruir e tem pedras que servem para construir. Francisco conseguiu reconstruir a Igreja. Mas foi com pedras vivas. E a grande Ordem que ele fundou se espalhou pelo mundo inteiro e continua construindo nossa Igreja”, enfatizou.

Ao comentar o Evangelho, disse que há pedras de tropeço e pedras de escândalo, mas também pedras que edificam. “Meus queridos, sejam estas pedras na nossa Igreja. Não precisamos muito de pedras brilhosas, de pedras que gostam de se enaltecerem. A nossa Igreja precisa de pedras com uma beleza interior, que dão testemunho. Vocês são chamados a serem essas pedras vivas, humildes, que se contentam em ser o apoio de outras pedras maiores, mas o mais importante, pedras na construção da Igreja, dando testemunho da caridade, do amor, a exemplo de Estêvão e de Francisco”.

Foto Moacir Beggo

Frei Paulijacson, a mãe Elisabeth  e o irmão Francisco Alexo

Em seguida à homilia, os candidatos confirmaram o propósito de serem ordenados diáconos diante de Dom José e da comunidade e se prostraram no presbitério em sinal de humildade e pequenez, enquanto se rezou a Ladainha de Todos os Santos. Pela imposição das mãos de Dom José, Frei Paulijacson e Alex foram ordenados diáconos e revestidos com a estola diaconal e a dalmática. O Pe. José Fontanela ajudou na vestição o neo-diácono Alexsandro e o Definidor Frei Germano Guesser, que representou o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, vestiu Frei Paulijacson com a sua mãe Elisabeth.

Significando a missão de anunciar o viver o Evangelho de Jesus Cristo, os neo-diáconos receberam do bispo o livro dos Evangelhos, o qual os exortou a serem fiéis no anúncio e na prática dos ensinamentos evangélicos. Em seguida, os neo-diáconos prepararam a Mesa da Eucaristia para a continuação da celebração.

Frei Paulijacson fez os agradecimentos no final: “Temos consciência que a ordenação diaconal não é só um ponto de chegada mas é sobretudo um ponto de partida para nos prepararmos ainda mais para  a ordenação sacerdotal, para melhor servirmos ao povo de Deus. A nossa vocação não é um favor que fazemos a Deus mas é a resposta ao imenso favor que Deus nos fez chamando-nos para o seu serviço”, enfatizou.

Novamente diante do bispo, os neo-diáconos receberam a bênção final. A festa terminou no Salão Paroquial da Catedral numa grande confraternização.