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Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso recebe Exposição Dom Paulo Arns no dia 3

28/02/2020

Notícias

Cardeal da liberdade e guardião dos direitos humanos, Dom Paulo Evaristo Arns foi figura central no processo de redemocratização do país. Sua trajetória foi constantemente marcada pela justiça social, defesa dos excluídos e dos trabalhadores. Tudo isso o credencia para a alcunha pela qual escolheu ser lembrado, segundo suas próprias palavras, como “Cardeal do Povo”. Tamanha personalidade recebe agora uma homenagem à altura. Trata-se da Exposição Dom Paulo Evaristo Arns, que acontece no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, o CCJ, na Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo, entre os dias 3 de março e 26 de abril, com entrada franca. A exposição é uma realização da Mirar Lejos em parceria com a Cáritas Brasileira Regional São Paulo, com curadoria e coordenação-geral das jornalistas e biógrafas de Dom Paulo, Evanize Sydow e Marilda Ferri.

A exposição foi toda concebida pensando no público jovem e estudantes, incluindo um núcleo educativo para receber as escolas. Conta com elementos interativos, lúdicos, multimídia e tecnologia sensorial dispostos em vários ambientes do CCJ, somando cerca de 1.200 metros de espaço expositivo. A mostra propõe um passeio pela trajetória do cardeal por meio de seis eixos temáticos, destacando assuntos como Democracia, Política, Sociedade, Legado Intelectual, Igreja e Comunicação. Por esses eixos serão enfocados temas como Dom Paulo e o povo da rua; a contribuição para a justiça social e os direitos humanos; sua importância para os perseguidos políticos brasileiros e do Cone Sul; Dom Paulo e os operários; o papel da mulher na Igreja e na sociedade; seu legado para os movimentos sociais, entre outros.

É destaque na exposição a imersão e interatividade com o universo de Dom Paulo e a propagação de suas ideias. Logo na entrada, um painel de LED interativo de 9 metros de comprimento por 2,50 metros de altura, com a possibilidade do visitante explorar, interagir e manusear os assuntos ali dispostos. Num outro ambiente, dois totens gigantes convidam o público a responder perguntas e questões sobre a Democracia e os Direitos Humanos por meio de um divertido Quizz. Também os Direitos Humanos, tema central na trajetória de Dom Paulo, será lembrado num grande jogo de amarelinha, onde o visitante percorre os destaques desse assunto se divertindo. Na reprodução de um mini campo do Corinthians os visitantes são convidados a formar dois times para responder a um número especifico de perguntas e disputarem entre si, para ver quem acerta mais pontos. Nessa instalação, a relevância da trajetória de dom Paulo e a “Democracia Corintiana”.

Ainda na proposta de interatividade, numa grande área expositiva do térreo, será retratado o período do regime militar e a atuação de dom Paulo contra os desmandos ocorridos. Numa reprodução do Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo), um dos centros de tortura na capital paulista, o público será convidado a participar da peça interativa “Memórias e Resistência”, com texto de Tin Urbinatti e Izaías Almada, que também dirige a peça. Tendo no elenco Ana Clara Fisher, Cléo Moraes, Gerson Almoster e Tin Urbinatti, o público será convidado a voltar aos anos 1960/70, sendo conduzido de cela em cela, como presos políticos da época. As apresentações serão de quarta a sábado, às 14h30 e 16h30. No mesmo espaço haverá ainda uma versão gigante do livro “Brasil: Nunca Mais”, além de um grande vale remontando à vala clandestina do cemitério de Perus, onde foram encontradas mais de mil ossadas humanas, muitas delas de presos políticos desaparecidos, que serão lembrados com um memorial.

A interatividade também estará presente numa linha do tempo com temas como os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em vídeo, os 30 artigos da Declaração são lidos por 30 pessoas de origens diferentes, entre elas refugiados, moradores de rua e artistas, como Criolo, Martinho da Vila e Paulinho da Viola. Outros pontos relevantes da trajetória de Dom Paulo, como as redes de solidariedade no Cone Sul que ele ajudou a criar; a origem de alguns partidos políticos no Brasil pós 1980; a figura de São Francisco de Assis e a influência franciscana na vida simples que levava; o protagonismo que deu aos leigos; a divisão da Arquidiocese no final dos anos 1980; a venda do palácio episcopal para comprar mais de mil terrenos na periferia e distribuir para as comunidades se organizarem, entre outros, estarão retratados na exposição.

A curadoria e coordenação-geral da exposição são de Evanize Sydow e Marilda Ferri, que são também biógrafas do Arcebispo com o livro “Dom Paulo Evaristo Arns – um homem amado e perseguido”. O evento conta com o apoio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo e da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.


Serviço

Exposição Dom Paulo Evaristo Arns
Evento de Abertura: dia 3 de março, às 11h
Visitação: de 3 de março a 26 de abril de 2020, de terça a domingo, das 10h às 22h
Local: Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso – CCJ
Av. Dep. Emílio Carlos, 3641, Vila Nova Cachoeirinha, São Paulo/SP – Tel. (11) 3343-8999
Entrada franca