Bispos falam aos parlamentares católicos o que a Igreja espera deles
18/09/2021
A parte central do segundo dia do 1º Encontro de Parlamentares Católicos a Serviço do Povo Brasileiro, na sexta-feira, 17 de setembro, foi dedicada ao painel “Testemunhos em Diálogo”, no qual, de forma intercalada, nove políticos previamente escolhidos apresentaram o que o parlamentares católicos esperam da Igreja no exercício de sua missão e nove bispos e arcebispos responderam à pergunta: “O que a Igreja espera dos parlamentares católicos no exercício de sua missão?”.
Neste momento coordenado pelo moderador do dia, o bispo de Roraima (RR) e segundo-vice presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Mário Antônio da Silva, cada um teve um tempo de cinco minutos de fala. Com os mais de 80 parlamentares brasileiros, de diferentes partidos políticos e níveis de atuação (municipal, estadual e federal), o encontro está sendo realizado pela Assessoria Política da CNBB desde a quinta-feira, 16 de setembro. Para efeitos didáticos, as respostas foram organizadas a partir da pergunta considerando a ordem de fala dos prelados. Abaixo agrupamos as falas de nove bispos e arcebispos que responderam à pergunta: “O que a Igreja espera dos parlamentares católicos no exercício de sua missão?”.
O que a Igreja espera dos parlamentares católicos no exercício de sua missão?
O arcebispo de São Paulo e primeiro vice-presidente do Conselho Episcopal Latinoamericano (Celam), cardeal Odilo Cherer, primeiro a falar, deu ênfase a aspectos ligados à moralidade de pessoas que atuam na esfera pública cuja missão deve ser atuar em favor do bem comum. “Que sejam bons políticos no sentido de buscar ser coerentes nas opções pautadas pela honestidade e pela ética nas ações”, afirmou.
O bispo de Rio Grande (RS) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, ressaltou que na Sagrada Escritura, no magistério da Igreja e do Papa Francisco não faltam orientações e valores que devem pautar a atuação dos parlamentares católicos. O bispo disse que os parlamentares também devem buscar pautar sua atuação na promoção, defesa e cuidado com a vida da concepção à morte natural e das famílias com a proposição de políticas públicas que vão neste sentido.
O bispo de Lages (SC) e presidente do Grupo de Trabalho Pacto pela Vida e Pelo Brasil da CNBB, dom Guilherme Werlang disse que é urgente, neste momento de crise pelo qual o Brasil atravessa, que as lideranças católicas sejam bússolas éticas para superar os desafios. “Os parlamentares católicos devem pautar sua atuação na defesa da democracia, no diálogo, na defesa de nossos ecossistemas e biomas. Devemos buscar construir um Pacto pela Vida e pelo Brasil com políticas públicas para mitigar o sofrimento do povo brasileiro”, disse. Aos parlamentares católicos, dom Guilherme, em referência ao Papa Francisco, disse que a vida precisa estar acima da economia.
O arcebispo do Rio do Janeiro (RJ), cardeal Orani Tempesta destacou elementos do modelo de Igreja que o Papa Francisco tem buscado: “uma Igreja em saída e que busca construir pontes”. Ele disse ser necessário os parlamentares estarem atentos para proporem projetos que terão continuidade. Os projetos, segundo o cardeal, precisam ter em vista a promoção da dignidade das pessoas como trabalho, saúde, entre outras políticas.
O bispo de Cametá (PA), dom José Altevir da Silva (PA) fez um clamor aos parlamentares. De acordo com ele, o povo, sobretudo o povo da região Norte, as comunidades tradicionais e povos indígenas, encontram-se ainda excluídos da possibilidade de uma vida digna. O bispo apontou que o bioma Amazônico está sendo destruído pelos grandes projetos e empreendimentos econômicos. “Aqui nesta região existe um povo com uma história, com valores e uma cultura. O Brasil assinou tratados internacionais e este povo não está sendo ouvido e nem consultado sobre estes projetos”, disse.
O arcebispo de Manaus (AM), dom Leonardo Steiner enalteceu a atuação de parlamentares a partir os valores do Evangelho. Os políticos católicos, destacou o arcebispo, devem ser os primeiros a ser os frequentadores da Palavra de Deus, do magistério da Igreja e sua Doutrina Social, do magistério dos Papas e dos vários documentos da CNBB. Estas referências, para dom Leonardo, oferecem valores para o modo de ser e atuar dos parlamentares católicos na esfera política. O arcebispo disse ainda ser necessário que os parlamentares busquem aprovar políticas públicas que atendam aos interesses dos empobrecidos, a partir da escuta dos clamores das comunidades e minorias além de pautar sua atuação pela ética, defesa da democracia e busca do bem comum.
O arcebispo de São Salvador (BA), cardeal Sergio da Rocha destacou três pontos em sua fala: a) Os parlamentares devem buscar ser testemunhas cristãs no mundo da política, sendo, a partir dos ensinamentos de Jesus, sal da terra e luz do mundo; b) buscar ser coerentes com a fé professada (celebrada e vivida junto às comunidades), sobretudo orientando-se pela ética na política; e c) serem testemunhos de comunhão com a Igreja, sua Doutrina Social, o magistério do Papa Francisco, as orientações da CNBB e das Igrejas locais.
O arcebispo de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Rezende ressaltou que os parlamentares católicos devem considerar a política como um serviço aos mais pobres e apostar mais na busca por um projeto de Nação e não de governos. Ele lembrou da lei da Ficha Limpa, conquistada a partir a mobilização da Igreja Católica no Brasil reforçando que os parlamentares devem estar atentos ao combate à corrupção e à busca do bom uso dos recursos públicos.
O bispo de Tocantinópolis (TO) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato da CNBB, dom Giovani Pereira apontou aos parlamentares o desafio de resgatar a dignidade da política. Falou do esforço que a CNBB, por meio das Pastorais Sociais, da Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP) e do Centro Nacional de Fé e Política Dom Helder Camara (Cefep), tem feito para oferecer uma formação aos leigos e leigas com vista a atuação na esfera política e pública. Disse que, inspirados pelo Papa Francisco, os parlamentares católicos devem primar sua conduta pela busca do diálogo e pela cultura do encontro. Falou também da importância de considerarem as demandas locais e de promoverem a participação social.
O que os parlamentares esperam da Igreja no exercício de sua missão?
Primeiro a falar, o deputado federal Patrus Ananais (PT/MG) apresentou às lideranças uma questão a partir das preocupações sociais expressadas pelo Papa Francisco na Encíclica Fratelli Tutti: como enfrentar o poder do dinheiro e do capital e a deificação do mercado? Sabemos que a miséria não é vontade de Deus e, por isto, esperamos o enfrentamento deste poder com ações concretas.
A deputada federal Carmem Zanotto (Cidadania/SC) disse esperar da Igreja um diálogo mais próximo dos parlamentares no exercício de sua missão, mesmo em torno de pautas não convergentes. Ela ressentiu-se do distanciamento mesmo entre os parlamentares católicos e disse sentir falta das missas no Congresso Nacional, espaço no qual as homilias tinham um papel central de orientar a atuação parlamentar. Disse ser importante continuar realizando encontros como este para refletir como os parlamentares podem estar mais próximos em torno da atuação a partir dos temas e projetos que unem os católicos.
O vereador Chico Alencar (Psol-RJ) lembrou que em 1970, à época membro da Juventude Estudantil Católica (JEC), participou de uma assembleia da CNBB na qual conheceu dom Helder Câmara, dom Paulo Evaristo Arns e dom Pedro Casaldáliga. Ele disse que espera que a Igreja seja Igreja e busque, com os parlamentares, a partilha, a troca e viver em comunidade. Também disse que a missa da CNBB no Congresso era um espaço no qual alimentava a sua espiritualidade para atuar no Congresso. Ele disse ser insuficiente ser católico apenas do “senso demográfico” ou apenas de ir às missas ao domingo. “Não dá para aceitar o aumento de 23% de compras de arma no Brasil. “É impossível um cristão defender isto que vai na contramão do princípio de buscar a justiça como caminho para a paz”, disse.
O deputado federal Francisco Júnior (PSD-GO) partilhou suas dores e expectativas como parlamentar. Segundo ele, antes de entrar na política era visto como “bom moço” mas hoje é como se tivesse um carimbo de “suspeito” na testa. Ele disse entender a política como missão e vocação e espera que a Igreja seja como uma mãe e pastora capaz de apontar os caminhos e referências para a sua atuação baseadas na Doutrina Social mas também de acompanhar os mandatos e chamar a atenção quando está errado mas também incentivar quando há acertos. Ele disse ser importante que a Igreja não fique refém de pessoas e ideologias mas seja um espaço aberto a acolher a todos. “Que o exercício da política seja como um ministério a serviço da vida, da família e dos empobrecidos”, disse.
A vereadora de Itacoatiara (AM), Maria Francelizia da Silva, Itacoatiara (PT), disse compreender que o mandato é uma extensão da atuação pastoral do cristão no espaço político. Contudo, ela apontou que sente falta de formação mais efetiva, por meio de escolas de formação política, dos parlamentares e também para despertar nos leigos o desejo de atuação no espaço político. Também cobrou mais acompanhamento da atuação parlamentar.
O senador Flávio Arns (Podemos-PR) disse ser necessário continuar a promoção de encontros entre a Igreja e os parlamentares para aproximação recíproca. “A gente sempre espera que a Igreja esteja atenta aos fatos pelos quais o Brasil está passando como a necessidade de mais diálogo, a superação das polarizações e também traduzir isto para a vida do povo”, disse. Segundo ele, a Igreja precisa acompanhar mais de perto os mandatos parlamentares para que possa ampliar as vozes das bases a partir dos desafios de cada região. Ele disse ser necessário também a Igreja Católica dar mais visibilidade às várias iniciativas que faz no Brasil a serviço do povo brasileiro (saúde, educação, assistência, entre outros). Defendeu também ser necessário que a Igreja aproxime-se de outros políticos que atuam a partir de princípios humanísticos mas não necessariamente comungam da mesma fé.
A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) disse que a conjuntura pede mais ações de promoção e defesa da fé. Em sua avaliação, a Igreja precisa subsidiar os parlamentares com mais conhecimento. Uma papel que a Igreja pode fazer, em sua avaliação, uma vez que atua com uma grande capilaridade, é ajudar as pessoas a ter uma visão mais crítica da realidade e a compreender que a pobreza não é algo que Deus quer mas é fruto da ação humana e de decisões políticas e governamentais.
O vereador de Fortaleza (CE) Jorge Pinheiro (PSDB) pediu, como filho, que a Igreja seja uma mãe educadora que esteja mais presente incentivando e acolhendo mas também puxando a orelha quando notar que a atuação parlamentar não esteja coerente com os princípios e orientações católicas.
A deputada estadual pelo PT de Minas Gerais, Marilene Alves de Souza (Leninha) disse perceber a existência de muitos pontos convergentes a partir dos quais a Igreja pode trabalhar para iluminar o caminho e a atuação dos parlamentares no exercício de seus mandatos. Ela disse acreditar que a política é a forma mais perfeita de exercício da caridade. “A caridade é o caminho mais nobre para transformar as estruturas rumo à política do bem comum e do bem viver para todos, especialmente para os mais empobrecidos”, afirmou.
ABERTURA DO EVENTO
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou, na manhã desta quinta-feira, 16 de setembro, o I Encontro de Parlamentares Católicos a serviço do Povo Brasileiro. Na abertura do evento, foi destacada a busca pelo diálogo e pela “política melhor” apontada pelo Papa Francisco na carta encíclica Fratelli Tutti. Em sua fala, o o arcebispo de Belo Horizonte (MG) e presidente da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo, destacou que a Igreja apoia e investe em tudo o que pode promover e garantir a ‘política melhor’, como acentuou o Papa no capítulo V do documento sobre a Fraternidade humana e a amizade social.
O encontro teve inicio nesta quinta e segue até amanhã com a participação de cerca de 80 parlamentares, entre vereadores, deputados estaduais e federas e senadores. Na abertura, discursaram o presidente da CNBB; o núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; e o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco.
Aposta no diálogo
Para dom Walmor Oliveira de Azevedo, o I Encontro de Parlamentares Católicos a serviço do Povo Brasileiro “é uma aposta na eficácia do diálogo como instrumento de construção de entendimentos e respostas novas na reconstrução da sociedade brasileira nos trilhos da justiça e da paz à luz dos valores e princípios do Evangelho de Jesus Cristo”.
O arcebispo falou do empenho e do investimento da Igreja Católica no Brasil em promover o diálogo e a tarefa de “fecundar e iluminar a tarefa política com os valores do Evangelho”.
O ápice do encontro é a promoção do diálogo, segundo dom Walmor, para que parlamentares digam o que esperam da Igreja e “se deixem interpelar ao ouvir o que a Igreja também deles espera”. Esse diálogo permanente, continua, “permite o aperfeiçoamento do serviço na política e nutre a esperança de um novo tempo, ao se tocar mentalidades, na medida de redimensionamento de critérios pelos confrontos a partir de valores e princípios”.
Em vista do bem comum
A articulação de parlamentares católicos, no entanto, mesmo com sua importância, não deve ser compreendida, segundo dom Walmor, “como entrincheiramento em defesa de interesses cartoriais e grupais”. Valerá nessa relação “sempre a primazia do bem comum, o sentido inegociável da solidariedade e da igualdade, a defesa da promoção dos princípios democráticos”.
“A fé cristã tem uma grandeza que emoldura e inspira a qualidade do desempenho político na sua essencialidade para a vida na nação. Isso fica entendido como serviço sério e sincero prestado a um povo em vista do seu bem, por meio de legislações que garantam o direito e a justiça na verdade e na paz. A Igreja, por isso, incentiva homens e mulheres à participação e representação políticas no horizonte rico e inspirador de sua Doutrina Social”, destacou o presidente da CNBB.
No atual contexto, com “a complexidade e o desafio de se configurar um novo tecido social e político brasileiro”, dom Walmor destacou elementos que “apelam especial cuidado com exercício da política”. São eles “os desdobramentos históricos da política brasileira, os agravamentos dos problemas com o advento da pandemia da Covid-19 em curso e a precipitação perigosa da cidadania nas alas das polarizações e extremismos”.
Fraternidade Universal
A atuação do parlamentar católico, segundo dom Walmor, tem uma responsabilidade “de ser desempenhada nos trilhos de valores e princípios que impulsionem o novo, gestem respostas novas e alimentem o horizonte cidadão com as convicções da fraternidade universal”.
O núncio apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro, também destacou a fraternidade como virtude a ser aprimorada no Brasil. Após transmitir a saudação cordial e a bênção do Papa Francisco, recordou a riqueza da variedade étnica, espiritual e cultural única do país: “Essa variedade admirável corrobora para o seu compromisso com a paz e a superação dos conflitos”, sublinhou.
Dom Giambattista ressaltou que “precisamos cada vez mais de fraternidade e amor para promover a integração entre os homens, fato este perseguido no momento crítico que vivemos”.
“Num mundo em que todos estamos interligados , a mera ordem e o mero progresso econômico não são suficientes enquanto é urgente que a sociedade civil reafirme a sua mensagem de fraternidade, de integração e de paz. O Brasil se destaca pela sua solidariedade que ultrapassa as suas fronteiras e por sua história marcada indelevelmente pela fé. Oxalá esta ajude a alimentar de modo tão natural propósitos e sentimentos de amor, de ordem e de progresso”, desejou.
O núncio apostólico no Brasil também espera que a vocação à fraternidade e a “cordialidade identitária” do povo brasileiro “nunca desapareçam dos vossos corações, mas acompanhe sempre, esculpindo a autenticidade que vos caracteriza”.
Ele ainda pediu que os parlamentares cultivem a “beleza do conjunto”, o que requer paciência, fadiga, coragem e partilha, zelo e criatividade. “É obra humana que Deus abençoa”.
Reconhecimento
Em seu discurso, o presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco, iniciou agradecendo o convite e manifestando seu reconhecimento e admiração “pelo papel essencial e pelo trabalho incansável e produtivo que a CNBB vem desenvolvendo há quase sete décadas, na edificação de uma sociedade mais justa, mais fraterna, mais solidária, sempre presente e atuante nos momentos decisivos da conturbada trajetória de consolidação e de desenvolvimento da jovem democracia brasileira”.
Para o parlamentar, com a realização do encontro, “a CNBB irmana-se com os que veem na democracia a única saída viável para a crise brasileira, bem como reafirma seu compromisso com a defesa intransigente dos mais pobres, dos que mais precisam de uma nova política, dos que mais carecem de uma política melhor”.
Superações
O presidente do Congresso Nacional comentou sobre o fato de a porcentagem de católicos na população brasileira não se traduzir em “índices similares de representatividade e atuação política”. A maioria cristã em números também não está refletida quando se considera “as convicções éticas e religiosas cristãs que nos norteiam”. Esse destaque de Pacheco deve-se à realidade do país, transparecida no “contraste ofensivo entre, de um lado, o maior número de brasileiros miseráveis desde 2010 e, de outro lado, o número recorde de novos bilionários brasileiros neste ano de 2021”.
“A reversão dessas tendências, nada alvissareiras, têm como requisito inicial a superação definitiva de impasses institucionais que tanto prejudicam e paralisam o país. Pacificar e tornar plenamente produtiva a interação harmônica entre os poderes é, no entanto, não mais do que uma etapa inicial dentro de uma tarefa maior, que é colocar o Brasil de volta ao caminho do desenvolvimento, de volta ao caminho da erradicação da fome, da geração de emprego e de trabalho, do controle eficaz do poder aquisitivo da moeda e, sobretudo, da redução das desigualdades sociais muito acentuadas inclusive na pandemia do coronavírus”, disse Pacheco.
O parlamentar destaca que atingir esses objetivos “demandará uma nova política, uma política melhor, nos termos da encíclica Fratelli Tutti”.
“Urge, em primeiro lugar, recolocar a política a serviço do bem comum. Isso implica não apenas atender as ora ainda negligenciadas necessidades básicas dos vulneráveis e desfavorecidos, mas também submeter de forma irrestrita o pensar e o agir político nos valores da fraternidade, da solidariedade e da justiça social”.
Para Rodrigo Pacheco, é imprescindível qualificar e valorizar a discussão política “buscando o diálogo paciente e persistente, em oposição às interações superficiais, improdutivas, raivosas e intolerantes, tão características de boa parte das redes sociais”.
Vislumbrando o processo eleitoral do próximo como oportunidade para a “necessária depuração política na substância e na forma” que o Papa descreve, Pacheco espera “o reencontro do Brasil com alguma normalidade política”. Até que esse momento chegue, o que pode demorar um pouco mais a ideia, segundo o senador, é “manter, nas palavras do Sumo Pontífice, a confiança nas reservas do bem, sem perder a esperança”.
“Às vésperas dos 200 anos da independência nacional, é fundamental que todos nós democratas, que almejamos um Brasil mais justo, fraterno e solidário, não possamos esmorecer. Com calma e serenidade, e o Brasil há de superar a crise multifacetada que ora enfrentamos”, animou Pacheco, que ainda apontou para a retomada do desenvolvimento a necessidade de união nacional, respeito, responsabilidade e otimismo.
Fonte: CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil