Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“Benditas sejam as perdas da vida” entre os lançamentos da Editora Vozes

06/07/2023

Notícias

BENDITAS SEJAM AS PERDAS DA VIDA

As perdas são constantes. Não é possível viver por um longo tempo neste mundo sem experimentar perdas e o consequente sofrimento. É claro que estamos sempre cercados de beleza e bondade, se tivermos olhos para enxergá-las. Todavia, a menos que vivenciemos uma perda dolorosa, ou um momento arrebatador, tendemos a dar pouca, ou nenhuma atenção, ao arquétipo do universo: perda e crescimento, morte e vida. Perda e crescimento são parceiros. Morte e vida são dois lados de uma mesma moeda.

Cada perda – e o consequente sofrimento – nos apresenta escolhas. Podemos optar por superar a perda, experimentar toda aquela dor e sair desse processo amadurecidos, ou então refutar reconhecer a perda, nos prendermos ao que já se foi e reprimir a angústia.

Cada uma das reflexões presentes neste livro começa com uma pequena oração, que nos auxilia a nos pormos, conscientemente, na presença de Deus e a nos concentrarmos na meditação. Segue uma história baseada em experiências vividas por meus pacientes ou outras pessoas. O objetivo do relato é ajudar você a entrar em sintonia com a sua própria história, evocando lembranças e as emoções experimentadas ao enfrentar perdas semelhantes.

Logo após, um comentário e algumas dinâmicas. Depois dos comentários e dinâmicas, são apresentadas algumas passagens da Bíblia e uma breve oração final, com o propósito de oferecer inspiração e consolo.

Este não é um livro cuja leitura tenha que ser sequencial, da primeira à última página. Recorra às reflexões que você julgar oportunas e pertinentes. Reserve as demais para quando a morte e a vida encorajarem você a buscá-las.


O domínio de si mesmo – Guia tolteca para o autoconhecimento

Na tradição tolteca, a principal função da mente é sonhar ou perceber e projetar informações. O Sonho Pessoal é a realidade única criada por cada indivíduo; é a sua perspectiva, uma manifestação da relação entre mente e corpo, e a intenção é a energia que anima a ambos. À medida que nosso conhecimento e experiência compartilhados se misturam, nós cocriamos o Sonho do Planeta, que é a combinação de cada ser no Sonho Pessoal do mundo. Ao passo que vivemos sonhos individuais com base em nossas percepções individuais, o Sonho do Planeta é a manifestação de nossas intenções compartilhadas, onde permitimos que nossas ideias e compromissos fluam entre nós. Se houver harmonia no Sonho Pessoal, haverá uma oportunidade constante de harmonia com o Sonho do Planeta.

Quando você iniciar a leitura deste livro, é provável que você não esteja vivendo enclausurado em um mosteiro ou ashram, ou completamente só no alto de uma montanha. Você optou por interagir com o mundo e quer se divertir no processo. A solidão pode ser uma ótima ferramenta para a cura e a comunhão consigo mesmo, mas são nossas interações com os outros que nos permitirão prosperar e desfrutar de uma vida ativa. Se a vida é como um parque de diversões, você veio para andar nos brinquedos.


EDUCAÇÃO DEMOCRÁTICA

Para preparar a escola democrática de amanhã este livro identifica cinco princípios, todos inter-relacionados e que se desdobram na forma de propostas concretas: liberdade de pensamento (criação de uma instituição de tipo federal, integrando todos os professores e visando proteger a liberdade acadêmica de pressões dos poderes organizados); igualdade concreta no acesso à cultura e ao conhecimento (combate às desigualdades sociais e territoriais); definição de uma cultura comum (em tempos de emergência ecológica, feminismo e reconhecimento da pluralidade de culturas); pedagogia da cooperação (implementação do melhor das pedagogias emancipatórias, as de Dewey, Freinet, Oury ou Freire); autogoverno de escolas e universidades (como bens comuns educacionais que permitem a experiência real da democracia).


ETNOGRAFIAS URBANAS

Desde 1988, o Laboratório do Núcleo de Antropologia Urbana da USP vem desenvolvendo pesquisas etnográficas nas mais diversas áreas. O ponto de partida, como não poderia deixar de ser, foi a grande metrópole paulistana. Mas logo, estudantes e pesquisadores/as com vinculação ao núcleo embrenharam-se em novos contextos sociais reveladores de variadas formas de habitar o mundo: instituições de lazer e cultura, aldeias e cidades amazônicas e até mesmo regiões atingidas por desastres ambientais. Nesse processo, outros modos de fazer etnografias tornaram- se imprescindíveis, pois a variedade de espaços e grupos sociais demandava sempre novas formas de aproximação, diferentes cuidados na interlocução e reelaboração de estratégias metodológicas.

Este livro busca, a partir de uma discussão teórico-prática, descrever e sistematizar algumas experiências de pesquisas coletivas para assim estimular estudantes e pesquisadores/as, iniciantes ou não, a explorar o olhar etnográfico.


VIDAS RE-EXISTENTES

Reconhecer os Outros, as diferenças em Vidas Re-Existentes: Reafirmando sua Outra Humanidade nos repõe uma constante em nossa história política, pedagógica: os coletivos sociais, étnicos, raciais, de gênero, classe, que desde crianças a adultos vivenciam-se e sabem-se em Vidas Ameaçadas, decretadas pelos padrões de poder como Vidas que não importam Re-Existem e insistem em afirmar que suas Vidas importam, que têm direito a serem vividas como Vidas humanas. Paulo Freire reconhece que os oprimidos, submetidos a cruéis desumanizações, resistiram na história e, lutando pela recuperação de sua humanidade, a reafirmam. Se reafirmam humanos. Re-Existentes afirmando sua Outra Humanidade em outra história de afirmação-formação humana não desconstroem o Paradigma pedagógico hegemônico de Humano único, dual, abissal que os sacrificou como em estado de natureza não de humanidade?


Um padre à procura de sentido

“Não aguento mais ouvir tudo aquilo que sempre dizem sobre Jesus. ‘O bom pastor, que cuida das ovelhas’, ‘Jesus, o homem de Nazaré, o reformador, que há dois mil anos ensinou grandes coisas’, ‘Jesus, que quer ser o seu amigo’.

Conheço essas descrições, conheço a retórica usada nas missas. Talvez você também seja um daqueles que, se for bem sincero consigo mesmo, precisa esconder um bocejo quando, mais uma vez, falam sobre quem era o homem Jesus.

Sei disso muito bem, sou padre. Ouço minhas homilias todos os domingos, estou intimamente familiarizado com os meus pensamentos sobre Jesus e, às vezes, fico me observando e ouvindo enquanto rezo e percebo como falo frases feitas e palavras vazias para um lugar qualquer – para o céu, para a escuridão. Curiosamente, Deus suporta isso. Seria totalmente compreensível e plausível, se ele me interrompesse e dissesse: ‘Heiner, me perdoe, mas não aguento mais ouvir as suas frases – ou você diz algo relevante ou eu desisto’. Mas ele não faz isso.”


Comunidade

Para Henri, a comunidade é uma necessidade básica, um desejo que o coração humano precisa saciar. Fomos criados para a vida em comunidade, mas muitas vezes não é esta a experiência que temos nas culturas individualistas e competitivas que moldam nossa vida. A comunidade é um lugar caracterizado pela aceitação, pela intimidade e pela vulnerabilidade, onde podemos gerar frutos de modo solidário com os outros, e encarnar o corpo de Cristo para o benefício do mundo. Trata-se de um lugar de cuidados e de celebração, onde nossas feridas e fraquezas são expostas, um lugar protegido onde podemos confessar nossos pecados e nossa fragmentação, um lar de amor onde podemos ser perdoados e, em retribuição, também perdoar.


Contos crioulos da Bahia

São raros mesmo os que admitem a expressão cultura afro-brasileira fora da categoria folclore brasileiro. E não faltam razões para isso, pois a cultura negra no Brasil se mantém, em grande parte, devido à sua possibilidade de se disfarçar e calar. Queremos dizer com isso que a cultura negra pôde sobreviver, escapar ao extermínio (o mesmo de que foram vítimas, fisicamente, os malês da primeira metade do século XIX), porque se guardou no recesso das comunidades religiosas (os terreiros), disfarçando-se quando queria, silenciando quando devia. A história da cultura afro-brasileira é principalmente a história de seu silêncio, das circunstâncias de sua repressão.

A oralidade, percebe-se, é necessária não apenas à sua dinâmica interna, mas também a seu posicionamento de defesa diante da cultura dominante, o meio externo. Daí o primado da tradição que, num sistema de comunicação oral, é o meio de conservar o saber e transmiti-lo, no tempo, de uma geração para outra.


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