Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Falece Ir. Edith das Franciscanas de Siessen

29/10/2015

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editeAos 87 anos, faleceu nesta quarta-feira (28/10), em Guaratinguetá, Ir. Edith Ana de Lima, da Congregação das Irmãs Franciscanas de Siessen. Segundo Ir. Rosa Maria Severino, Superiora Provincial, seu corpo foi sepultado nesta manhã (29/10) no cemitério municipal de Pedregulho.

Irmã Edith celebrou 63 anos de vida consagrada. “Foi impressionante como aquele corpo tão frágil suportou tanto sofrimento na última semana, sem reclamar, com uma clara consciência de que seu estado era grave. Ao contrário, com os olhos vivos e o discreto sorriso sempre dizia: ‘Muito abrigada! Deus lhe pague!’ Ao ver o sacerdote que chegou para ministrar a unção dos enfermos, exclamou: ‘Graças a Deus! É isso que eu queria!'”, revelou o comunicado enviado pela Congregação.

“Eu sou a Ressurreição e a Vida”. Com estas palavras, em nome da fraternidade provincial, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, enviou as condolências a todas as Irmãs de Siessen por ocasião da Páscoa da nossa querida Irmã Edith. “Enquanto vocês celebravam a missa de corpo presente, estávamos unidos em prece na nossa oração da manhã, louvando e agradecendo a Deus pela vida da Ir. Edith. Que ela descanse em paz e viva a plenitude da vida entre os eleitos de Deus. Nossa gratidão a Deus e a vocês por tudo o que ela fez no seu silêncio eloquente, na simplicidade e na humildade. Mulher que era a palavra, sem a necessidade de muitas palavras!”, disse Frei Fidêncio.

Ir. Edith, filha do Sr. Manoel Nogueira e de Dª Rita Maria da Conceição, nasceu a 28 de julho de 1928, em Dom Viçoso, Sul de Minas Gerais.  Entrou no convento no ano de 1947. Após 14 dias de sua entrada recebeu a tarefa de prestar serviços no hospital de Agudos. Mesmo sem nada entender, viveu de modo profundo o minorismo, apoiada pelo bom exemplo de virtude das “madres alemãs”. Em meio a tanta pobreza aprendeu a servir com alegria. Fez a Primeira Profissão Religiosa no ano de 1952, portanto tinha 63 anos de vida consagrada a Deus.

Por muitos anos trabalhou, como enfermeira, no Hospital de Agudos e em Getulina, mostrando sempre o amor de Deus aos enfermos de modo especial aos mais pobres. Juntamente com os cuidados da saúde corporal, zelava para que os enfermos fossem preparados para receber os sacramentos. Isso ela guardou na lembrança a vida toda e partilhava conosco suas experiências muito fortes.

Serviu de modo bem franciscano, em muitas comunidades, através dos serviços caseiros. Pode também trabalhar na Pastoral, na catequese e na formação dos seminaristas, no Seminário Santo Antônio em Agudos/SP, por meio de sua presença tão humilde e dedicada.

A característica de Ir. Edith era a simplicidade e a alegria. Fez do acolhimento das pessoas, o jeito amoroso de Deus que se alegra em encontrar seus filhos. Ir. Edith sempre foi muito fiel a sua vida de oração e à vida fraterna.  Participava com boa vontade de  todas atividades e dava sua contribuição de modo simples.

Deu testemunho de pobreza evangélica, desapegando-se sempre de coisas supérfluas e viveu a Regra de São Francisco “como peregrina e estrangeira. Esta é aquela grandeza da altíssima pobreza que nos instituiu herdeiros e reis do Reino dos Céus, que nos fez pobres de coisas, mas sublimou com as virtudes”.  (Regra VII, 22).

AS IRMÃS DE SIESSEN

As primeiras irmãs de Siessen vieram ao Brasil e se estabeleceram em Agudos com a missão de trabalhar na educação e em hospitais. Na educação, com o Curso Normal, na formação de jovens professoras. A escola de Agudos era uma das mais tradicionais do Estado.

Com o passar dos anos, houve abertura para novas perspectivas de evangelização, impulso que veio a partir da renovação proposta pelo Concílio Vaticano II. Foi assim que no dia 8 de agosto de 1996, no Capítulo Geral de Siessen, na Alemanha, foi criada a Província Santa Clara, com sede em Guaratinguetá, SP, exatamente quando se tomava uma decisão importante de deixar a educação para assumir novas frentes de trabalho sem perder de vista o carisma da Congregação. As irmãs partiram para outro campo, a pastoral, quando também houve uma diminuição no número de vocações. Era um novo desafio que tínhamos pela frente.

O trabalho começou do zero, como disse. Com a Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, as irmãs fizeram uma parceria que vem dando frutos até hoje. Hoje, estão espalhadas pelo interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Maranhão e Bahia.

A Congregação teve origem na Alemanha, nos idos de 1854, quando um pequeno grupo de quatro irmãs e três postulantes ingressavam no Convento de Oggelsbeuren (antigo Convento Franciscano, desapropriado desde 1782, por decisões políticas). Essa nova fundação em Oggelsbeuren era um ramo de Dillingen, o mais antigo Convento de Franciscanas da Alemanha.

O Padre José Kuonz, inspetor escolar, com a autorização do Bispo de Rottenburg, dirigiu o pedido à superiora do Convento das Franciscanas de Dillingen, Irmã Theresia Haselmayr, para a instalação de um Convento feminino com a finalidade de criar um Instituto de Educação e Ensino para as jovens.

Em resposta ao pedido do Pe. José Kuonz, madre Teresia disse: “Nossa Santa Ordem deve ser, em todo lugar, pobre e menor, no espírito de seu Fundador, nosso Seráfico Pai São Francisco. O seu fundamento será sempre a simplicidade do olhar confiante em Deus, no seu poder e cuidado. E quando os seus membros fiéis a esse espírito, dão início a uma nova obra, nunca passarão necessidade”.(cf. Carta de fundação).  Em pouco tempo, o Convento tornou-se pequeno e, em 1860, a nova Comunidade mudou-se para o vilarejo de Siessen, na Alemanha .

Já a Comunidade Rainha da Paz, a sede provincial em Guaratinguetá, foi fundada no dia 11 de agosto de 1997. Esta fraternidade tem a missão de cuidar das irmãs idosas e fazer adoração contínua, intercedendo por toda Igreja, pela congregação e todo povo de Deus…

Por ser a Casa-mãe, acolhe as irmãs brasileiras para seus encontros, retiros, reuniões, assembleias e capítulos. Está localizada junto à Fazenda da Esperança onde realiza encontros, acompanhamento individual, e comunitários para os recuperandos, algumas irmãs realizam visitas às famílias do bairro, assistência à Pastoral da Criança e colaboram na assistência de portadores do HIV na fase terminal, na Casa de Apoio Sol Nascente.