Aos 81 anos, falece Frei Benjamim Ansolin
18/07/2016
Frei Benjamim F. Ansolin
* 25/06/1935 + 18/07/2016
Frei Benjamim faleceu às 3h00 da madrugada de hoje, 18 de julho, na UTI do Hospital de Bragança Paulista, onde se encontrava desde sexta-feira, 15, devido a forte hemorragia.
Internado na primeira quinzena de março no Hospital AC Camargo, em São Paulo, para tratamento de câncer no esôfago, Frei Benjamim havia recebido alta no final de maio, depois de 45 dias de internação. Ele também apresentava insuficiência cardíaca e se enfraquecia sempre mais, motivo pelo qual, fora levado para Bragança.
Amanhã bem cedo, o corpo de Frei Benjamim será transladado para a igreja do Convento São Francisco, em São Paulo, onde haverá a Missa de Exéquias, às 7h30. O sepultamento, logo em seguida, será no Cemitério do Santíssimo Sacramento.
Dados pessoais, formação e atividades
· Nascimento: 25.06.1935 (81 anos de idade), em Erechim – RS;
· Admissão ao Noviciado: 19.12.1958, em Rodeio, SC;
· Primeira Profissão: 20.12.1959 (56 anos de Vida Franciscana);
· Profissão Solene: 02.02.1963;
· Ordenação Presbiteral: 15.12.1964 (51 anos de Sacerdócio);
· 15.07.1966 – Rio Negro – seminário: assistente do mestre dos Irmãos;
· 15.01.1971 – Rio Negro – paróquia: coordenador da fraternidade e pároco;
· 21.12.1976 – Xaxim: guardião e pároco;
· 04.12.1979 – Sorocaba – pároco da Paróquia Santa Rita;
· 21.01.1986 – Rodeio: pároco, vigário da casa e vice-mestre; em 18.01.1992: guardião;
· 01.12.1997 – Curitibanos: guardião e pároco;
· 22.03.2000 – Lages – Aparecida: coordenador da fraternidade e pároco;
· 17.12.2009 – Xaxim – vigário paroquial;
· 17.12.2013 – Florianópolis: vigário paroquial;
· 04.06.2014 – Forquilhinha – vigário paroquial e assistente da OFS;
O frade menor
O gaúcho Frei Ansolin é filho de uma família muito religiosa, ou, como escreveu na sua ficha autobiográfica, “temente a Deus”, onde a oração do Terço era uma constante. “Os pais sempre foram pessoas de muita fé, e a religião era tudo na vida deles e dos filhos”, dizia o segundo filho dos dezessete gerados pelo casal Natal e Catarina Ansolin. “Era uma família que vivia na simplicidade e pobreza. Aprendemos com nossos pais a fé e o temor a Deus e o respeito para com os outros”. Sua admiração pelo pai era maior quando o via ajudando na Celebração Eucarística. “Eu também queria um dia ajudar no altar. Nas visitas, Frei Achilles sempre perguntava ao pai se não tinha um filho que quisesse ser padre. E o pai sempre dizia que poderiam ir quantos quisessem. E um dia, então, eu disse que queria ser padre, sobretudo depois das missões pregadas pelos Capuchinhos em Concórdia”, revela o frade. “Achava bonito o hábito e admirava as pregações”, esclarece.
Essa religiosidade da família, além de Frei Ansolin, levou outro irmão, Leonel, para o Seminário de Luzerna, onde ficou três anos e deu uma religiosa para a Congregação das Irmãs Franciscanas de São José.
Ele se descreve como “tímido e reservado”, características que o deixavam à vontade no que mais gostava de fazer nas horas de folga: escrever poemas. Ao escrever sobre seus ideais, disse apenas que queria ser “simplesmente um frade franciscano e ser fiel ao compromisso assumido”.
No Noviciado de Rodeio, em 7 de abril de 2014, escreveu o seguinte poema:
A PALMEIRA
Estando na varanda de um convento,
contemplo extasiado uma soberana palmeira,
dominando a encosta de uma verde mata
e lá do monte parece reinar altaneira.
Sua cabeleira espessa e longa,
Sempre alegre e agitada pelo vento,
Olhando lá de cima para a planície,
Fica acenando para o branco convento
A cidadezinha que se derrama pelo vale
parece não perceber os acenos da palmeira,
mesmo sentindo-se, assim, ignorada
não deixa de abanar bem prazenteira.
Faça sol ou faça chuva
nunca muda de posição,
E assim dia após dia e noite após noite
continua a pulsar forte o seu coração.
A natureza tem muitos e profundos segredos
que o homem nem sempre sabe explicar,
está aí a sabedoria infinita do Criador
que convida o homem a natureza contemplar.
R.I.P.