Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Angelus: “Nesta Quaresma, subamos também nós a montanha com Jesus”

17/03/2019

Papa Francisco

Cidade do Vaticano – Neste domingo (17/03), o evento da Transfiguração do Senhor inspirou as palavras do Papa Francisco antes de rezar com os fiéis na Praça São Pedro a oração mariana do Angelus. O evangelista Lucas nos mostra Jesus transfigurado sobre a montanha, que é o local da luz, símbolo fascinante da singular experiência reservada aos discípulos Pedro, Tiago e João. Eles sobem a montanha com o Mestre, o veem imergir-se em oração e, a um certo ponto, o seu rosto muda de aparência. E ao lado de Jesus apareceram Moisés e Elias, que falam com Ele de sua morte.

Ninguém alcança a vida eterna senão seguindo Jesus
Francisco explicou que a Transfiguração se realiza num momento singular da missão de Cristo, depois de confiar aos discípulos que sofrerá, morrerá e ressuscitará no terceiro dia. Jesus quer que saibam que este é o caminho através do qual o Pai fará alcançar a glória para o seu Filho, ressuscitando-o dos mortos. “E este será também o caminho dos discípulos: ninguém alcança a vida eterna senão seguindo Jesus, carregando a própria cruz na vida terrena. Cada um de nós tem a própria cruz. O Senhor nos mostra o fim deste percurso, que é a Ressurreição, a beleza, carregando a própria cruz.”

A perspectiva cristã do sofrimento
Portanto, acrescentou o Papa, a Transfiguração de Cristo nos mostra a perspectiva cristã do sofrimento: “Não é sadomasoquismo, é uma passagem necessária, mas transitória”. O ponto de chegada ao qual somos chamados é luminoso como o rosto de Cristo transfigurado: Nele está a salvação, a bem-aventurança, a luz, o amor de Deus sem limites. Mostrando a sua glória, Jesus nos garante que a cruz, as provações, as dificuldades nas quais nos debatemos têm a sua solução e a sua superação na sua Páscoa.

O Papa fez então um convite aos fiéis: “Nesta Quaresma, subamos também nós a montanha com Jesus! De que modo? Com a oração. A oração silenciosa, a oração do coração, a oração sempre buscando o Senhor. Permaneçamos alguns momentos em recolhimento, todos os dias um pouquinho, fixemos o olhar interior no seu rosto e deixemos que a sua luz nos adentre e se irradie na nossa vida.”

É assim, reiterou Francisco: a oração em Cristo e no Espírito Santo transforma a pessoa a partir de dentro e pode iluminar os outros e o mundo circunstante. “Quantas vezes encontramos pessoas que iluminam, que emanam luz dos olhos, que têm aquele olhar luminoso! Rezam e a oração faz isto: nos faz luminosos com a luz do Espírito Santo.”

“Prossigamos com alegria o nosso itinerário quaresmal”, concluiu o Pontífice. “Vamos dar espaço à oração e à Palavra de Deus. Que a Virgem nos ensine a permanecer com Jesus mesmo quando não o entendemos e compreendemos. Porque somente permanecendo Nele veremos a sua glória.”

Christchurch: o ódio se combate com a oração e gestos de paz, afirma o Papa


Após rezar o Angelus neste II Domingo da Quaresma, o Papa Francisco falou com pesar do atentado em Christchurch, na Nova Zelândia. “Nesses dias, à dor pelas guerras e os conflitos que não param de afligir toda a humanidade, se acrescentou a dor pelas vítimas do terrível atentado contra duas mesquitas em Christchurch, na Nova Zelândia. Rezo pelos mortos e feridos e pelos familiares. Expresso minha proximidade aos nossos irmãos muçulmanos e à toda a comunidade e renovo o convite a unir-se com a oração e os gestos de paz para combater o ódio e a violência.”

A Praça S. Pedro ficou em silêncio quando Francisco pediu que os fiéis rezassem todos juntos “pelos nossos irmãos muçulmanos que foram mortos”. O Pontífice já havia manifestado sua solidariedade através de um telegrama assinado pelo secretário de Estado, Card. Pietro Parolin.

50 vítimas
As autoridades da Nova Zelândia vão começar neste domingo (17/03) a liberar para as famílias os corpos dos falecidos, anunciou a primeira-ministra do país, Jacinda Ardern. O número de vítimas subiu de 49 para 50 neste sábado (16/03). O principal suspeito e único acusado até o momento é o australiano Brenton Tarrant, de 28 anos, que se encontra em uma cela de segurança máxima à espera de depor novamente no dia 5 de abril.

FONTE: Vatican News