Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Alegria marca o início da Festa da Penha

01/04/2018

Notícias

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Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – A Festa de Nossa Senhora da Penha 2018, celebrada jubilosamente na liturgia da Oitava da Páscoa, teve início neste domingo (1º de abril) no histórico Convento Franciscano da Penha, em Vila Velha, ES, reverenciando o belíssimo título mariano que a piedade popular devotou à Mãe de Deus: Nossa Senhora das Alegrias!

O dia de sol garantiu um cenário belíssimo no alto do Morro para iniciar o Oitavário da Penha, como fez o devoto Frei Pedro Palácios há 447 anos quando instituiu esta festividade. Do Oitavário faz parte o Momento Devocional Franciscano e a Celebração Eucarística, que até o dia 8 de abril começará às 14h30. Ao longo do Oitavário, nas diversas peregrinações pastorais das diferentes Comunidades Eclesiais, todos se voltam com Maria ao Senhor Ressuscitado.

O guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, abriu o Oitavário. Como acontece todos os anos, o primeiro encontro do povo com a histórica e milagrosa imagem de Nossa Senhora da Penha no Campinho, palco das celebrações do Oitavário, é aguardada com muita expectativa. Às 14h30, a imagem, vestida com seu manto azul e rosa, deixou a Capela do Convento e foi conduzida por colonos e crianças vestidas de anjinhos até o altar central, enquanto o povo cantava e dava “vivas” a Nossa Senhora. Bandeiras pedindo paz acompanharam a imagem, emocionando muitos devotos. Até o encerramento, esta imagem ficará no altar do Campinho, palco de todas as celebrações do Oitavário.

Frei Paulo presidiu esse momento devocional franciscano e Frei Pedro Oliveira apresentou o livro onde estão inscritos todos os nomes das pessoas que colaboraram para a restauração do telhado do Convento. “Nossa gratidão, nossa reverência”, manifestou o guardião Frei Paulo.

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A emoção da devota de Nossa Senhora é um dos momentos mais belos da Festa

A Santa Missa foi presidida pelo Arcebispo de Vitória, D. Luiz Mancilha Vilela, SS.CC, e concelebrada pelos frades do Convento e do Santuário do Espírito Santo e sacerdotes da Região Pastoral de Vila Velha, responsável pela liturgia deste dia.

Na sua homilia, Dom Luiz falou sobre as alegrias de Nossa Senhora, enumerando e refletindo sobre cada uma. “Estamos aqui alegres porque nós cremos em Jesus Ressuscitado. Nós cremos porque ele deu sentido à nossa vida. Nós sabemos que nosso futuro será feliz porque ele proporcionou isso, vencendo o pecado, vencendo a morte”, disse o Arcebispo.

“Eu sempre digo que o devoto de Nossa Senhora da Penha, o devoto de Nossa Senhora das Alegrias, ama a Jesus de todo o coração, porque Nossa Senhora não puxa para si esse amor. Ela chama e fala: ‘Ele é o Senhor, Ele é o Nosso Salvador, Ele dá sentido à nossa vida, a Ele toda a glória para sempre!’ Nossa Senhora está sempre apontando para Ele. Devoto de Nossa Senhora ama a Jesus de todo o coração como Deus e Senhor. Devoto de Nossa Senhora se deixa guiar pelo Espírito Santo como ela se deixou guiar pelo Espírito Santo. Ela é filha do eterno Pai”, ensinou Dom Luiz.

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Dom Luiz lembrou o discípulo que recebeu a incumbência de Jesus para acolher a sua Mãe e perguntou ao povo: “Você acolhe Jesus em sua casa? Nossa Senhora está na nossa casa? Abençoa nossa casa? Ampara a nossa casa? Eu acredito que sim. Nossa Senhora nos ensina justamente a ter esse coração aberto, generoso. Por isso nós somos alegres. Podemos até sofrer, mas nosso sofrimento, nossas lágrimas, não são lágrimas de desespero. São lágrimas de esperança! Maria nos presenteia com o sentido de nossa vida”, disse Dom Luiz.

No final da celebração, Frei Paulo fez os agradecimentos a Dom Luiz, à Região Pastoral de Vila Velha e a todas as pessoas envolvidas neste dia de celebrações da Festa. Lembrou que nesta segunda-feira, o segundo dia do Oitavário começa às 14h30 e a região Serrana será responsável pela coordenação litúrgica da Celebração Eucarística às 15 horas. E, às 19h30, no Campinho, uma Noite Mariana: Cantando as Alegrias de Maria.

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A mais antiga festa mariana

Desde o ano de 1571, a festa de Nossa Senhora da Penha vem sendo celebrada todos os anos com grande afluência de fiéis. Passaram-se os séculos, porém, não passaram a fé e a devoção que o povo capixaba nutre pela Santa Mãe de Deus.

Em sua 447ª edição, a Festa de Nossa Senhora da Penha começará neste domingo de Páscoa, 1º de abril, e terminará na segunda-feira, 9 de abril, dia em que se celebra a Padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha.

Frei Pedro Palácios realizou a primeira festa em 1571, um pouco antes de morrer (alguns historiadores colocam essa data como 1570). Portanto, a Festa da Penha é a mais antiga do Brasil. Atualmente, a maior festa é a de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, que começou quando a imagem foi encontrada nas águas do Rio Paraíba em 1717. Já a festa do Círio de Nazaré, no Pará, é segunda maior do país e começou em 1793. O Círio, contudo, tem a maior procissão religiosa do mundo, com 2 milhões de pessoas.

A Festa da Penha é devocional e cultural, predominantemente marcada pelas grandes celebrações e romarias. É uma realização do Convento da Penha, da Associação dos Amigos do Convento da Penha (AACP) e da Mitra Arquidiocesana de Vitória.

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Cavaleiros fazem homenagem à Mãe

São muitas as demonstrações de fé durante as festividades em honra a Nossa Senhora da Penha. Neste domingo da Páscoa, 1º de abril, cavaleiros de todo o Estado vieram prestar sua homenagem à Mãe de Deus. Com imagem peregrina de Nossa Senhora em carro de som à frente da procissão, cerca de 1.500 cavaleiros saíram do bairro Cobilândia, seguindo pela Av. Carlos Lindenberg até a Prainha de Vila Velha, numa distância de aproximadamente 8 quilômetros, onde receberam a bênção de Frei Paulo Pereira, guardião do Convento. Padre Francisco Cassaro acompanhou os romeiros de Cobilândia até a Prainha.

Em Cobilândia é feita a concentração dos cavaleiros porque muitos grupos e caravanas vêm de distantes cidades do Estado, como Itaguaçu, Dores do Rio Preto, Itarana, São Roque, Colatina, Governador Lindenberg. Para chegarem neste domingo de manhã, esses grupos já estavam na estrada desde quinta-feira. O tempo seco e quente não arrefeceu os ânimos dos cavaleiros, entre eles muitas crianças. O trajeto foi feito com orações e saudações à Padroeira.

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“Com muita alegria, nós, os freis franciscanos do Convento da Penha, acolhemos a todos que participam desta Romaria. Alguns já estão em suas montarias desde quinta-feira, caminhando, cavalgando, rezando, outros se juntaram depois, formando uma multidão nesse domingo da Ressurreição de Cristo”, disse Frei Paulo, pedindo aos romeiros, num sinal de reverência, para tirarem o chapéu e segurarem sobre o peito. “Quando o berrante estiver tocando, lembrem-se de sua vida, do seu trabalho, dos sonhos e esperanças. Rezem agradecendo a Deus e pedindo a proteção de Maria, que é a Mãe de Deus e nossa também”, motivou Frei Paulo. Edmilson Mazolino, de Carapina, tocou o berrante e ressaltou o significado para eles deste som: “Raiz”, disse.

“A Romaria enche as ruas de Vila Velha de devoção, enche as ruas de disposição para o cuidado. É assim que São Francisco de Assis nos inspira: cuidemos uns dos outros e cuidemos de toda a criação”, pediu Frei Paulo. Devota de Nossa Senhora, Juciene do Nascimento Oliveira veio do bairro Jucu, em Viana, para participou pela segunda vez. “Felicidade é a palavra para descrever esse momento”, disse, enfatizando a comunhão que se vive no caminho entre os cavaleiros.

A Romaria contou com ajuda da Guarda Municipal e a Polícia Militar, que controlou o trânsito durante a passagem dos cavaleiros de um lado da Av. Carlos Lindenberg. Há 31 anos os cavaleiros se reúnem nessa manifestação de fé.